Texto por Peu Bertasso (@peubertasso) e Fotos por Gabriel Ramos (@gabrieluizramos)
No último sábado (09), o Espaço Unimed foi o palco para uma grande celebração. Retornando ao Brasil após cinco anos, os britânicos do Keane se juntaram aos fãs brasileiros para celebrar o vigésimo aniversário do seu álbum de estreia, “Hopes and Fears”. Com ingressos esgotados, o grupo encontrou um público completamente apaixonado que acompanhou a banda durante todos os sucessos, tornando a apresentação um verdadeiro espetáculo e provando que o rock alternativo britânico ocupa um grande espaço no coração dos brasileiros.
Entrando no palco com um minuto de atraso, os ingleses iniciaram a apresentação com “Can’t Stop Now”. O vocalista cumprimentou o público logo na sequência, dizendo que estava com um sentimento bom sobre esse show, já que era “Saturday Night in São Paulo” (sábado à noite em São Paulo). Desde a primeira música ficou muito claro a qualidade vocal de Tom Chaplin, o que perdurou por todo o concerto. O show seguiu arrancando lágrimas dos fãs com “Silenced by the Night”, contando na sequência com “Bend and Break”, um dos grande sucessos do grupo, com direito a canhão de papel picado. Ao fim, aos gritos de “olê, olê, Keane, Keane”, o vocalista abriu a bandeira do Brasil no palco, deixando-a pendurada no pedestal do microfone pelo resto da noite.
Após “Your Eyes Open”, “Nothing in my way” teve o público como um quinto membro da banda, cantando o refrão a plenos pulmões. A dançante “Spiralling” colocou o Espaço Unimed para dançar. Tom brincou com o público dizendo que se ele falasse inglês, algumas pessoas entenderiam. Porém, se ele tentasse falar português, ninguém entenderia. Depois de comentar sobre o disco aniversariante, “Sunshine” foi a representante da vez.
Curiosamente, os ingleses não contam com uma guitarra em seu palco desde 2001 com a saída de Dominic Scott. “The Way I Feel” foi um dos exemplos do impressionante som que o grupo consegue tirar de teclados e sintetizadores para ocupar o espaço da guitarra. “The Frog Prince”, faixa que voltaram a incluir no setlist após onze anos depois do show no Rio de Janeiro, foi dedicada aos fãs do “The Frog Prince Squad”, fã clube da banda. De presente, membros do fã clube que estavam na grade entregaram um sapo de pelúcia ao vocalista, que ficou apoiado ao lado da bateria durante o show.
Antes de começar “You Are Young”, a banda convidou o público a cantar a melodia final da canção em um bonito momento com a plateia. A belíssima “Everybody’s Changing” manteve o belo coral dos fãs, sendo emocionante do começo ao fim. Já em “Hamburg Song”, Chaplin assumiu um dos teclados e, mais uma vez, demonstrou toda sua potência vocal muito afiada. A faixa ainda contou com as luzes acesas dos celulares da audiência iluminando o Espaço Unimed.
Após “Untitled 1”, “A Bad Dream” trouxe momentos de peso – dentro da proposta da banda – mesmo sem as guitarras. Na sequência, “Perfect Simetry” foi apenas um dos exemplos onde Tim Rice-Oxley (teclados), Richard Hughes (bateria) e Jesse Quinn (baixo) faziam vocais de apoio para Tom, embelezando a apresentação. O fim de “Is it Any Wonder” arrancou novos gritos de “olê, olê, Keane, Keane”. A conversa com a plateia, comentando sobre a primeira vez que vieram para o Brasil em 2007, serviu como abertura para “She Has No Time”, uma das primeiras músicas do grupo a fazer sucesso segundo o vocalista.
Dada ao amplo sucesso do grupo, com músicas fazendo sucesso em redes sociais e trilhas sonoras, era possível reconhecer músicas em muitos momentos mesmo para quem não acompanha a banda fielmente.“This is the Last Time” foi um bom exemplo. Ao fim desta, a banda parou o show para uma pessoa que passava mal ser atendida. Em tom de brincadeira, após os atendimento e de checar se o fã estava bem, o vocalista disse que o fã “apenas queria vir para frente” e que “era muito Keane para uma única noite”.
“Crystall Ball” precedeu o maior sucesso da banda, “Somewhere Only We Know”, fazendo um dos melhores momentos da noite. No último refrão, o vocalista deixou com o público brasileiro enquanto balançava o pedestal do microfone com a bandeira do Brasil amarrada nele. Após a canção, a banda deixou o palco e, junto deles, parte do público. Dos que iam embora, alguns saiam por terem visto, talvez, o suficiente. Porém, alguns iam embora motivados pelo horário. Com o show começando às 22h e previsto para ter 2h15 de duração, consequentemente acabaria após a meia noite, horário onde o transporte público para de funcionar, o que motivou a saída de um número considerável de pessoas.
De qualquer forma, o show seguiu com o bis. “Disconnect” e “We Might as Well Be Strangers” precederam “Sovereign Light Café”, faixa que contou com uma nova explosão de papel confetti no público. Na sequência, os britânicos reverenciaram um outro famoso grupo britânico: Assim como no Rio de Janeiro, o cover de “Under Pressure”, do Queen com David Bowie, foi executado com maestria pela banda de surpresa, já que não constava no setlist original. “Bedshaped” foi a responsável, logo depois, por encerrar de vez a apresentação no Brasil.
Como o próprio vocalista trouxe, a banda vem em uma crescente constante no país. De sua primeira vinda, em 2007, até a apresentação comentada aqui no texto, o grupo vem conquistando cada vez mais fãs dedicados e apaixonados. A qualidade indiscutível da performance, aliada a um som impecável e uma fila de músicas de sucesso apenas poderiam culminar em uma apresentação irretocável. Se tornando um só com o público, o Keane deixou, mais uma vez, sua marca no coração dos brasileiros e preparou o terreno para um retorno de sucesso iminente.
Keane – 09/11/2024 – Espaço Unimed
Can’t Stop Now
Silenced by the Night
Bend and Break
Your Eyes Open
Nothing in My Way
Spiralling
Sunshine
The Way I Feel
The Frog Prince
You Are Young
Everybody’s Changing
Hamburg Song
Untitled 1
A Bad Dream
Perfect Symmetry
Is it Any Wonder?
She Has No Time
This Is The Last Time
Crystall Ball
Somewhere Only We Know
Bis:
Disconnected
We Might as Well Be Strangers
Sovereign Light Café
Under Pressure
Bedshaped