Em sua estreia no Brasil, Dope e Static-X celebram o nu metal com show explosivo e festivo

Apesar do público reduzido, as duas bandas entregaram performances matadoras e transformaram o Terra SP em uma verdadeira balada do Blade

Texto por Luiz Antônio Gonçalves (@luizera.goncalves) e Fotos por Gabriel Luiz Ramos (@gabrieluizramos)

2024 tem sido generoso para os fãs de nu metal. Ao longo do ano, grandes nomes do gênero, que foi uma febre no final dos anos 90 e começo dos 2000, marcaram presença em solo brasileiro. O Limp Bizkit foi um dos headliners do Lollapalooza, o Knotfest Brasil, que contou com duas datas, trouxe nomes como P.O.D., Till Lindemann, o Slipknot como headliner dos dois dias, além da tão aguardada estreia do Mudvayne no país. Na última quinta-feira (07), duas bandas que também tem suas raízes atreladas ao nu metal fizeram sua primeira passagem pelo Brasil. O Dope e o Static-X fizeram shows explosivos e festivos, transformando o Terra SP, em São Paulo, em uma balada do metal alternativo.

Com alguns fatores jogando contra o evento, como o dia escolhido para o show ser uma quinta-feira, o número excessivo de shows confirmados no mês de novembro e o clima chuvoso que tomou conta de São Paulo, um público reduzido compareceu ao Terra SP para celebrar o metal alternativo.

A rápida e empolgante performance do Dope

A primeira banda a subir no palco foi o Dope, cujo vocalista Edsel Dope faria jornada dupla, também cantando no Static-X. Com o Static-X o músico assume a persona de Xero, que conta com um visual bastante semelhante ao do falecido vocalista Wayne Static, que nos deixou em 2014, mas com uma estética que lembra a de um ciborgue.

Ao lado do vocalista Edsel Dope, o baterista Chrissy Warner, o baixista Daniel Fox e o guitarrista Andre Virus fizeram um show curto, com pouco mais de 20 minutos. Mesmo com a casa ainda vazia, a banda entregou um show empolgante, principalmente para o público que claramente viveu o auge no nu metal, com suas roupas da adidas e visual característico do gênero. A banda mostrou que estava curtindo sua estreia no Brasil, com uma presença de palco forte e algumas interações com os fãs.

O curto repertório contou com faixas como Blood Money, Bring It On e o medley Die, Boom, Bang, Burn, que renderam um moshpit modesto e colocaram o público para pular em alguns momentos, fazendo um esquenta digno para uma noite que ainda prometia fortes emoções. 

Celebrando o legado do Static-X

A introdução do show foi marcada pela execução de The Time Warp, do musical The Rocky Horror Show, seguida da trilha de Edward Mãos de Tesoura. Chega então a vez do vocalista e guitarrista Xero, o baterista Ken Jay, o guitarrista Koichi Fukuda e o baixista Tony Campos subirem ao palco para a estreia do Static-X em solo brasileiro. 

O público do Terra SP, que agora já era bem maior do que na apresentação do Dope, estava enlouquecido e pronto para finalmente vivenciar um show da banda e celebrar o legado do Static-X, que surgiu em 1994 e se tornou um dos principais representantes do nu metal/metal industrial. O show teve início com as faixas Hollow (Project Regeneration) e Terminator Oscillator, presente no álbum Project Regeneration Vol.1 (2021), que ainda contou com contribuições de Wayne Static

Um dos destaques do show do Static-X foi a produção de palco, com um jogo de luzes que complementava a apresentação, além de um telão que foi essencial para ampliar a experiência da performance, exibindo imagens, nomes e trechos das músicas em sincronia com a banda. Teve também a participação de uma espécie de mascote da banda, que invadiu o palco em alguns momentos para deixar a festa ainda mais animada.

A presença de palco da banda foi animal, com todos os integrantes mostrando a alegria e empolgação em finalmente tocar no Brasil. Os vocais de Xero estavam excelentes, reforçados pelos backing vocals de Tony Campos e algumas faixas pré-gravadas, mas nada que tirasse o mérito da performance do vocalista. A maior parte do setlist foi baseada no álbum Wisconsin Death Trip, o clássico disco de estreia da banda, lançado em 1999. Músicas como Push It, Love Dump, Bleed For Days, Wisconsin Death Trip, Fix, I Am e I’m With Stupid marcaram presença. I’m With Stupid ainda contou com balões que foram jogados para os fãs durante a música, aumentando o clima de festa da apresentação. 

O público ficou ensandecido com a execução das faixas Black and White e Cold, dois dos maiores sucessos do grupo e clássicos do nu metal. Em Cold, que fez parte da trilha sonora do filme A Rainha dos Condenados (2002), a banda prestou uma homenagem para Wayne Static, projetando seu rosto e nome no telão durante a execução da canção. Push It foi a responsável por encerrar o show de maneira catártica.

Apesar de todos os fatores contra o show, a estreia do Dope e Static-X no Brasil foi explosiva e festiva, deixando todos os fãs que compareceram ao Terra SP completamente satisfeitos. As bandas entregaram ótimas performances, com muita presença de palco e surpreendendo positivamente os fãs, que puderam celebrar o nu metal e o metal alternativo em um dos melhores shows do ano. 

Dope – Terra SP 07/11/2024

1 – Blood Money

2 – Bring It On

3 – Bitch

4 – Debonaire

5 – Die, Boom, Bang, Burn

6 – You Spin Me Round (Dead or Alive cover)

Static-X – Terra SP 07/11/2024

1 – Hollow

2 – Terminator Oscillator

3 – Love Dump

4 – Sweat of the Bud

5 – Wisconsin Death Trip

6 – Fix

7 – Bled for Days

8 – Black and White

9 – Zombie

10 – Get to the Gone

11 – I Am

12 – Cold

13 – I’m With Stupid

14 – Push It

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