Resenha: Fallujah ‘Empyrean’ (2022)

Texto: Guilmer da Costa

Agradecimentos: Nuclear Blast & Marcos Franke

A banda Fallujah formada em 2007 vem conquistando os amantes do Death Metal técnico e progressivo. Sabe aquele death metal na pegada de Nile, Krisiun e afins, mas com várias passagens progressivas? Então, eles são mestres nisso, e como não sou o publico alvo a resenha será por uma outra ótica.

É meus caros leitores, eu não sou fã dessa vertente do death metal, quando vejo que tem técnico na frente eu passo longe, mas no caso do Fallujah eu gosto de algumas coisas. Não é que odeio bandas dessa pegada, mas me cansa ouvir firulas e mais firulas, ai acabo me afastando.

Mas vamos para a resenha!

O novo álbum intitulado “Empyrean” saíra dia 09 de Setembro pela gravadora Nuclear Blast, já é o 3ª lançado por eles.

Começando pela capa que me chamou bastante atenção, parece uma personagem de RPG japonês, algo que curto bastante. A arte vai proporcionar um merch espetacular.

A saída de seu vocalista e guitarrista fez os fãs pensarem que a banda ia acabar, mas não, continuou e ficou ainda melhor.
A mudança de vocal para uma banda é sempre difícil, ou a banda acerta em cheio, ou a banda acaba, no caso do Fallujah, acertaram em cheio. O novo vocal Kyle Schaefer (Archaeologist) canta demais.

O baixo também tem novo dono, o monstro Evan Brewer (ex-Animosity, Evan Brewer, ex-Lillake, ex-The Faceless, ex-Entheos, ex-Reflux) e nesse álbum ele faz um excelente trabalho.

Aqui banda emerge revitalizada à medida que explora novos reinos sonoros e revisita elementos de estilo executados nos primeiros discos. A banda esta em um pico criativo que é quase inigualável no death metal moderno.

Estranhamente, a primeira música “The Bitter Taste Of Clarity”, com esta bateria maciça, apoiada pelo baixo e com esta melodia colocada sobre ela, que quase soa como se tivesse sucesso em um genêro diferente, também lembra uma banda de metal que recentemente entregou um álbum espetacular: Meshuggah.

A “Radiant Ascension”, impressiona com harmonias sofisticadas. O único ponto de crítica: os vocais cabem como uma luva no que diz respeito às passagens mais difíceis, por outro lado, eu recomendaria vocais claros para as passagens mais suaves. Um exemplo poderia ser Mikael Akerfeldt (Opeth), que de qualquer forma transforma tudo que ele toca em ouro, um Midas do metal nórdico, por assim dizer, onde tanto os vocais rosnados como os vocais limpos funcionam muito bem.

Em “Embrace Oblivion”, a minha crítica em relação à última música é corrigida aqui pela própria banda. Curiosamente, os vocais limpos aqui me lembram de uma banda técnica de Death dos Estados Unidos – Rivers of Nihil. A canção em si é um sucesso, esta oscilação entre a brutal Tech-Death e lugares mais calmos.

A faixa “Into The Eventide”, musicalmente, eu pouco ou nada teria a criticar aqui, o Tech-Death bem equilibrado é servido e muito bem feito. Mais uma vez, são os vocais que eu acho que precisam de mais diferenciação, assim como o fundo musical. Bem, o interlúdio com os vocais femininos é refrescante e imprevisível como o mar, mas depois de alguns segundos desaparece novamente. Um dueto certamente não teria sido desinteressante.

Em “Eden’s Lament”, é apenas mais do mesmo. Metal muito denso e bem trabalhado, não posso esconder o fato de que não queria gostar deste duto denso. O intervalo aqui vem na forma de um interlúdio que parece um pouco jazzístico, só para voltar à death metal técnico logo em seguida.

Já em “Soulbreaker”, que pela segunda vez, uma canção que sutilmente nos lembra “Immutable” de Meshuggah. Nada mal, mas não é a faixa mais forte deste disco, idem em “Duality Of Intent” e “Mindless Onipotent Master”, que também parecem um pouco mais do mesmo.

No som “Celestial Resonance”, um número instrumental que, como o título da canção já sugere, é um diálogo entre dois sujeitos, de origem terrestre e celestial respectivamente, realizado com meios musicais. Uma ideia foi bem explorada, ponto pra eles.

“Artifacts”, essa faixa me faz lembrar discretamente os Rivers of Nihil pela segunda vez, uma boa faixa, mas nada de surpreendente.

Fallujah não pode entregar um álbum ruim, os protagonistas desta banda são bons demais para isso, mas há um último ponto de crítica. Este tipo de Death técnico foi único não há muito tempo, em um país distante, longínquo. Entretanto, o que antes era novo, tornou-se parte do repertório padrão do metal técnico. Claro que isso não significa que esses elementos não devam ser usados, o truque é não ver através deles. Fallujah dá à Death técnico seu próprio toque, no entanto, parece que de tempos em tempos são usadas peças de cenário.

O “Empirean” de Fallujah é um grande retorno à forma e recupera muito do que fez anteriormente. Uma viagem sônica que leva os ouvintes a um plano mais alto com uma composição atmosférica magistral, antes de nos atingir com riffs esmagadoramente memoráveis.

Track List: 

1. The Bitter Taste Of Clarity
2. Radiant Ascension
3. Embrace Oblivion
4. Into The Eventide
5. Eden’s Lament
6. Soulbreaker
7. Duality of Intent
8. Mindless Omnipotent Master
9. Celestial Resonance
10. Artifacts

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About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

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