CHRIS ADLER fala abertamente sobre sua demissão do Lamb Of God

O Lamb of God surpreendeu ao se separar do baterista fundador Chris Adler em 2019, seguindo em frente com o novo baterista Art Cruz. Agora, em um novo episódio do The Loaded Radio Podcast, Adler falou de forma bastante detalhada sobre sua demissão da banda.

Segundo Adler, a demissão ocorreu por alguns motivos (na visão dele) — o principal foi o diagnóstico de distonia do músico, uma forma de distonia focal. Adler também observa que sente que o Lamb of God não ficou satisfeito com o fato de ele ter gravado o álbum Dystopia do Megadeth em 2016, assim como o Volition do Protest The Hero em 2013.

“Eu nunca falei sobre isso antes, mas em 2016 ou 2017, ali no fim de 2016, fui diagnosticado com algo chamado distonia do músico”, disse Adler, conforme transcrito pelo Metal Injection. “Na época, não quis falar sobre isso porque senti que isso prejudicaria minha carreira. Mas passei por um processo intenso para conseguir me recuperar.

“O que é isso — e já ouvi Alex Webster falar sobre isso antes, e somos amigos — e recentemente vi o documentário do Nickelback. Não sou o maior fã da banda, mas é um ótimo documentário, se ainda não viu. O baterista deles, Daniel, passou pela mesma coisa. Talvez tenha sido com o braço ou a mão, mas ele também foi diagnosticado com distonia. Para um baterista — ou qualquer pessoa que toque um instrumento — é quase uma sentença de morte.

“No meu caso, era o pé direito. A distonia é basicamente uma condição neurológica em que o nervo que controla o movimento de uma parte específica do corpo se deteriora a ponto de tornar esse movimento impossível. Isso acontece com pessoas que repetem o mesmo movimento por décadas — é comum em golfistas, quarterbacks, violinistas de orquestra… pessoas que praticam intensamente o que fazem. E aconteceu comigo no pé direito.

“Eu estava tocando uma música e meu pé, quando eu queria pressionar o pedal, ia pro lado ou voltava. Chegava no fim do show extremamente deprimido com minha performance. Acho que a banda também estava muito frustrada com minha performance. Eu apresentei os documentos médicos — aqui está o diagnóstico, aqui está o que podemos fazer. Eram só algumas músicas que agravavam isso; o resto eu conseguia tocar, se eles estivessem dispostos a adaptar.

“Na época, eu também tinha entrado para o Megadeth. As tensões estavam bem altas. Nós nunca fomos um grupo muito funcional viajando pelo mundo, se você conhece um pouco da banda. Quem não estava presente era basicamente alvo de piadas. Acho que a combinação dessas coisas chegou a um ponto em que eles não queriam mais lidar com isso, e eu também não estava satisfeito com meu desempenho. Então isso meio que parou o trem. Foi um daqueles e-mails: ‘Seus serviços não são mais necessários’. E isso foi devastador, porque realmente — eu sentia que aquilo era meu bebê. Era meu projeto. Eu dediquei minha vida àquilo. Era minha identidade.

“Então eu precisei de um tempo. E claro, essas outras coisas estavam acontecendo. Eu estava tentando encontrar um propósito, decidir sobre o que seria o capítulo dois. Eu sabia que queria continuar tocando. Sabia que seria uma estupidez tentar competir com o que já tinha feito, porque conseguimos muito mais do que qualquer um — inclusive nós mesmos — achava que conseguiríamos.

“Como falamos antes: 22 anos viajando o mundo. E eu não fico contando prêmios ou reconhecimentos, mas não tinha muito mais a conquistar, além de continuar provando que ainda estávamos na ativa. Então não foi uma sentença de morte total. Na verdade, acho que saí do trem no momento certo. Só que, por conta das outras circunstâncias, foi difícil encontrar algum alívio nisso. Eu estava mais deprimido, tentando entender quem eu era e o que faria a seguir.”

Adler também comentou que, apesar de ter ficado devastado com sua saída do Lamb of God, ele já superou o ressentimento e está bem com a banda atualmente.

“Foi devastador pra mim — de verdade. Como eu disse, considerava aquilo a obra da minha vida. Mas, do meu lado, eu entendo. Eu não estava conseguindo tocar as músicas que precisávamos tocar. Eram músicas — bom, não todas, mas duas ou três — que eram bem populares, e eu entendo que isso geraria preocupação. Tipo, por que não podemos tocar isso?

“E, novamente, com o fato de eu ter gravado o álbum do Megadeth e ele ter sido tão bem-sucedido, e também o do Protest the Hero, que também foi muito bem, acho que as tensões só aumentaram. Você sabe como os sites de metal dizem — todo mundo é substituível, certo?

“Então sim, levei isso muito a sério. Levei pro lado pessoal. E isso me deixou meio perdido por um tempo. Mas já superei esses ressentimentos e hoje só tenho amor por eles.”

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