Jerry Cantrell aquece o coração dos fãs em uma noite histórica em SP -

Jerry Cantrell, o lendário guitarrista do Alice in Chains, fez história em São Paulo com um show arrebatador, onde apresentou clássicos e faixas de sua carreira solo para um público eufórico.

Texto por Guilmer Silva (@guilmer_metal) e Fotos por Gustavo Diakov (@xchicanox) em cobertura para igormiranda.com.br, gentilmente cedidas

Jerry Cantrell, o coração do Alice in Chains, se apresentou pela primeira vez em terras brasileiras com sua carreira solo. Com produção da 30e e uma Audio Club lotada em plena terça-feira, o guitarrista veio divulgar seu mais recente álbum, I Want Blood, lançado em outubro deste ano.

Jerry Cantrell é um dos guitarristas e compositores mais influentes do rock contemporâneo, reconhecido principalmente por seu trabalho como membro fundador da banda Alice in Chains. Cantrell se destacou por sua habilidade única de combinar riffs pesados com melodia, criando um som que se tornou a assinatura do grunge e do metal alternativo dos anos 90. Com sua guitarra distorcida e vocal harmonioso, muitas vezes em dueto com o vocalista Layne Staley, ele ajudou a definir o som sombrio e introspectivo da banda.

Além de sua carreira de sucesso com o Alice in Chains, Jerry Cantrell também construiu uma carreira solo notável, onde pôde explorar uma sonoridade mais pessoal e introspectiva. Seu primeiro álbum solo, Boggy Depot (1998), foi um marco importante, mostrando uma faceta mais suave e melódica de Cantrell, com uma mistura de rock alternativo e influências de blues e country.

Voltando ao show, a banda E a Terra Nunca Pareceu Tão Distante foi responsável por abrir a noite. Para quem já conhece, era certo que o fenômeno do post-rock nacional faria uma apresentação excelente, e foi exatamente isso que aconteceu. Com muita energia nas canções mais vibrantes, garantiram um bom público em seu show de abertura. Com músicas do disco “Fundação”, lançado em 2018, e do EP “Linguagem“, a banda trouxe uma sonoridade penetrante e um show muito bem-feito.

Pontualmente às 21:00, Jerry Cantrell e sua banda sobem ao palco em meio a aplausos e assobios, e, sem nem dar boa noite, já começam com a excelente “Psychotic Break”, do álbum Degradation Trip (2002). Além de conferir seu material solo, os fanáticos pelo Alice In Chains estavam ansiosos por algum som da banda, e claro que Jerry não ia deixar os fãs na mão. A clássica “Them Bones”, do Dirt (1992), fez a Audio ir abaixo, com todos cantando a plenos pulmões.

Divulgando seu novo álbum, as excelentes “Vilified” e “Off the Rails”, do “I Want Blood”, foram executadas com um peso absurdo. “Atone”, do Brighten (2021), também foi tocada, e, em meio às faixas, Cantrell agradeceu e emendou com a linda “Angel Eyes”, com todos cantando o grudento refrão.

O set passaria por todos os trabalhos solo de Jerry; em seguida, “Siren Song” e a poderosa “Had to Know” não deixam o público descansar. Minha favorita do novo álbum, “Afterglow”, e a faixa-título “I Want Blood” fizeram os fãs cantarem juntos, mostrando a força das novas músicas ao vivo.

Em seguida, tivemos um dos melhores momentos do show, com o clássico absoluto “Man in the Box”, do Facelift (1990). Todos presentes cantaram tão alto que mal dava para escutar Jerry, o que arrancou sorrisos sinceros de Cantrell. Os fãs fizeram a música sua, e isso foi lindo. Fazia tempo que não sentia essa energia, o que mostrou a força do público brasileiro e indicou que uma turnê do Alice In Chains por aqui esgotaria em minutos.

“Cut You In” veio para dar um descanso. Após alguns problemas de afinação em sua guitarra, Jerry brinca e segue o show com “Held Your Tongue”. Após essa faixa, era a vez de mais um clássico do Alice in Chains, “Would?”, do Dirt, que fez novamente a Audio pegar fogo, com todos cantando o refrão como se não houvesse amanhã.

Caminhando para o final do show, “It Comes” encerra o set de forma excelente. A banda retorna para o bis com “Brighten”, mas são as primeiras notas de “Sea of Sorrow”, do Alice in Chains, que fazem todos gritarem. O solo dessa música é um dos melhores da carreira de Cantrell, executado de forma sublime e tocado pela primeira vez no Brasil. Para encerrar a noite mágica, “Rooster” aquecia o coração dos presentes.

Jerry Cantrell com certeza saiu impressionado com o público brasileiro, com nosso amor e devoção a ele e ao Alice in Chains. Quem estava na Audio presenciou um dos melhores shows do ano e dos últimos tempos em terras brasileiras. Que Jerry não demore a voltar.