Jão encanta público com mega produção em sua “Superturnê”

Mesmo com chuva, Jão se conectou com seu público em um espetáculo emocionante

Texto: Peu Bertasso / Fotos: Thammy Sartori

Depois do sucesso da turnê “Pirata”, incluindo uma histórica apresentação na primeira edição do The Town, era de se pensar: “Quando o Jão tocará no Allianz?”, principalmente após uma movimentação de artistas brasileiros, como Titãs e Nx Zero, esgotarem datas no estádio. Sendo assim, Jão marcou duas datas na casa do Palmeiras para iniciar a sua “Superturnê”, divulgando seu novo álbum “Super”, lançado em agosto do ano passado. Prometendo uma grande produção, ainda maior do que já vinha fazendo na turnê anterior, o novo grande nome da música pop brasileira emocionou uma legião de fãs apaixonados que marcaram presença e não se intimidaram pela chuva quase constante, com todos os ingressos esgotados.

Com o portão abrindo às 16h e o show começando apenas às 20h, Jão e sua produção encontraram na interação com o público uma forma de entreter os presentes que o aguardavam. Por vezes, uma câmera mostrava nos telões os fãs cantando músicas do artista tocadas em playback no estádio. Durante esse tempo, ocorreu uma votação para decidir uma música que entraria para o setlist do show, onde a decisão aconteceria a partir do volume do barulho feito pelo público.  O palco, digno de produções internacionais que já passaram pelo estádio, apresentava grandes telões, assim como um dragão gigante. Uma grande passarela ocupava uma boa parte da pista premium, com espaços vazados entre ela para que os fãs as ocupassem. 

Marcado para às 20h, foram apenas cinco minutos depois que as luzes se apagaram e as pulseiras interativas que o público recebeu  na entrada se iluminaram. Uma divertida contagem regressiva se iniciou, sem seguir os números na ordem correta. Uma imagem no telão, parecida com uma parede, parecia se rachar ao fim da contagem e, com a banda subindo no palco, Jão apareceu no meio da passarela central, surgindo do chão, levando todos a loucura com “Escorpião”, emendando com “A Rua”. Ao vivo, a boa interpretação dos seus músicos tornam sua música muito mais enérgica e interessante. “Essa Eu Fiz pro nosso Amor” veio logo depois de Jão prometer a melhor noite da vida dos fãs, com “Doce” encerrando o bloco de abertura. As imagens de terra e pedras nos telões anunciavam o início do bloco “Terra”, que começou com “Imaturo”, fazendo o público cantar forte. Sua banda marcava presença, com alguns dos músicos saindo do fundo e indo para perto do cantor, majoritariamente na parte mais à frente da passarela. “Game Boy” apresentava a tela do famoso videogame no telão central, com cenas do cantor durante o show se apresentando. A animada “Rádio” fez o público dançar, se animando com a trégua que a chuva dava. Feliz, o músico cumprimentou o público, convidando a todos a se sentirem em casa naquele momento, principalmente os que não se sentiam acolhidos por suas famílias ou  amigos. Bissexual, Jão sempre foi um defensor das causas LGBTQIA+. Em seguida, o paulistano trouxe a emocionante “Monstro”, música que havia ficado por seis anos longe de seu setlist. Depois de apresentar sua banda, “Vou Morrer Sozinho” fez a alegria dos presentes. Era possível encontrar pessoas de todas as idades, desde crianças e adolescentes até pessoas mais velhas, mostrando a força da música feita pelo paulistano. “Sinais” foi a responsável por encerrar o bloco “Terra”, faixa essa que contou com a cena de “abdução” do cantor, muito bem produzida e que fez o estádio gritar a plenos pulmões.

Pendurado no teto do palco, simulando que estava sentado no topo de um prédio projetado no telão, Jão deu início ao bloco “Ar” com “A Última Noite”, finalizada com um bonito piano. Depois de agradecer novamente a todos, Jão, com seu violão em mãos, levou alguns aos prantos com “Acontece”, tendo a balada “Julho” em sequência, finalizando o curto bloco. O bloco “Água” veio em seguida e, junto com “Santo”, a chuva voltou a desabar pelo estádio. Porém, nem a chuva pode conter a empolgação do público com “Idiota”, um dos maiores hinos que o cantor possui, música que fez o estádio pular em sincronia. Depois da animada “Lábia”, sua banda tocou a trilha de abertura de “Super Cine” como abertura de “Locadora”. Um cenário de cadeiras de cinema serviu como palco para ele e alguns de seus músicos neste momento. Jão anunciou que havia chegado a hora de revelar a música escolhida pelo público e aos gritos de “Barcelona”, a própria foi iniciada por sua banda, carregada de ritmos latinos, sendo uma das mais diferentes entre o setlist apresentado naquela noite. Com azul e rosa enfeitando o palco e todo estádio, fazendo também uma referência à bandeira bissexual, “Meninos e Meninas” levou o Allianz abaixo. Aos gritos de “Jão, eu te amo”, o cantor agradeceu novamente a todos, comentando que a magia do show só acontecia por causa do público. A balada “Olhos Vermelhos” deu a cor ao estádio, enfeitado pelas luzes vindas das pulseiras interativas do público, encerrando o bloco “Água” com Jão descendo por dentro da passarela. 

Caminhando para a última parte do show, o bloco “Fogo” fez jus ao nome, lançando chamas das estruturas do palco enquanto a banda tocava “Eu Posso Ser como Você” e “Se o problema era você, porque doeu em mim?”. O cantor disse que escreveu uma carta para cada show da Superturnê e, assim, a deu de presente para um fã. Em seguida, comentou que uma fã de cinco anos, Maju, estava presente no público. Ele a conheceu vendo vídeos da garotinha dançando suas músicas no Tiktok. A criança estava com a família próximo ao palco e, com a autorização de quem estava com ela, Jão a levou para que ela o acompanhasse. Esbanjando simpatia, a garotinha cumprimentou o estádio que gritava seu nome. Maju fez uma curta participação cantando o refrão de “Alinhamento Milenar”, de forma acústica, o suficiente para fazer o estádio inteiro se encantar. Dizendo que tinha um instinto paterno muito forte, completou falando era o pai de todos os fãs, arrancando gritos e risos. Foi a vez de “Maria” dar sequência ao show, dessa vez com Jão no piano. Com uma virada de bateria claramente inspirada em “In the Air Tonight”, de Phil Collins, “São Paulo – 2015” fez o músico sacar seu chapéu vermelho, vestindo-o logo no começo de “Pilantra”. Música gravada com a cantora Anitta, suas backing vocals cumpriram o papel da carioca.  “Me Lambe”, outro grande sucesso, fez todos dançarem enquanto a estrutura do palco soltava fogo no ritmo da música. “Super”, faixa que serviu de título para o último álbum (e consequentemente, para a turnê atual), foi a penúltima música da noite, tendo os fãs cantando junto com Jão. “Alinhamento Milenar”, agora tocada com a banda completa, foi a responsável por encerrar o excelente show, com direito a queima de fogos nos entornos do estádio. 

O início da Superturnê, transmitido pela Multishow e Globoplay, mostrou que artistas brasileiros também podem promover shows com grandes produções, algo que parecia restrito apenas a artistas internacionais. Sempre muito carismático, Jão comprovou com esse show que veio para ser muito mais do que um músico momentâneo no cenário atual. Com datas em arenas por todo o país, o homem que vem ensinando os jovens a “amar como um idiota ama” carrega fãs apaixonados por onde passa e que, de forma simples, se conectam com sua música, fazendo com que se sintam acolhidos. Fazendo os fãs se enxergarem nele através de suas letras, Jão conquista cada vez mais espaço, celebrando assim, sua “Super” (e merecida) turnê. 

Jão – Superturnê – Allianz Parque – 21/01/2024

  1. Intro – Rádio 
  2. ⁠Escorpião
  3. ⁠A Rua
  4. ⁠Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor
  5. ⁠Doce
  6. ⁠Intro Terra
  7. Imaturo
  8. ⁠Gameboy
  9. ⁠Rádio
  10. ⁠Monstros
  11. ⁠Vou Morrer Sozinho
  12. ⁠Sinais
  13. ⁠Intro Ar
  14. A Última Noite
  15. ⁠Nota de Voz (interlude)
  16. Acontece
  17. Julho
  18. Intro Água
  19. Santo
  20. Idiota
  21. Lábia
  22. Locadora
  23. Barcelona (Escolha dos fãs)
  24. Meninos e Meninas
  25. Olhos Vermelhos
  26. Intro Fogo
  27. Eu Posso Ser Como Você 
  28. Se O Problema Era Você, Por Que Doeu Em Mim?
  29. Maria
  30. São Paulo, 2015
  31. Pilantra
  32. Me Lambe
  33. Super
  34. Alinhamento Milenar
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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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