Em entrevista, Fred fala sobre novo álbum, shows e influências em “Necromanteum”

📷 by: @alexandra_lorrae

Guilmer conversou com o Fred Calderon a respeito do novo álbum e turnê no Brasil

Sonoridade Underground – O novo álbum “Necromanteum” é um dos mais brutais e bem produzidos da banda. Ao escutar o CD, senti que vocês voltaram às raízes do Deathcore, mas não deixaram de lado as passagens de black metal. Vocês sentiram essa necessidade de revisitar essas raízes, ou foi algo natural?

Fred Calderon – Definitivamente foi algo natural, mas dois fatores realmente ajudaram. Durante a pausa imposta pela Covid-19 tivemos um Patreon e conversamos com fãs obstinados sobre a história da banda, saímos com eles assistindo filmes e jogando online, e fizemos um set no final do mês e eles solicitaram 2 álbuns específicos a serem tocados, “Dead In My Arms” e “Hell Chose Me”. Revisitar esses dois álbuns influenciou a composição de Graveside Confessions, mas mesmo antes disso já estávamos trabalhando com Neal Tiemann em turnê, preenchendo o lugar vago que Jordan Lockrey havia deixado. Testamos a escrita com ele e trabalhamos em Cursed com Neal. Sua composição e trabalho de guitarra estão em ambas as versões dessa faixa. Quando fomos trabalhar em Necromanteum, revisitamos material antigo e fizemos uma turnê com Neal e trabalhamos em uma faixa que já estava escrevendo com ele, enviando material que ele achava que soava como nós, bem como coisas que ele achava que complementariam nosso som, nós escrevendo em mente e vibração juntos, bem como o som central ao qual os fãs estão acostumados, tudo isso se juntou naturalmente neste álbum.

Sonoridade Underground – No álbum “Graveside Confessions” vocês gravaram o CD com apenas um guitarrista (Cory Arford), já em “Necromanteum” vocês adicionaram um segundo guitarrista, Neal Tiemann (ex-DevilDriver), à banda. O que levou a essa decisão de adicionar mais um guitarrista na banda e na gravação? Ele teve participação nas composições de “Necromanteum”?

Fred Calderon – Conhecíamos Neal Tiemann desde antes de ele ingressar no DevilDriver. No início de 2020, DD não estava em turnê, então pedimos a ele para ocupar o lugar. Durante a pandemia ele ainda estava com o DD, então continuamos como um quarteto. Sabíamos que íamos continuar assim, mas recrutamos Neal Tiemann e Miles Dimitri Baker para preencher os aspectos da turnê ao vivo. Quando Neal deixou DD, estávamos prontos para recebê-lo. Ele escreveu muito em Necromanteum, todos os são dele também, e ele é um veterano em turnês, então estar na estrada juntos é fácil.

Sonoridade Underground – A banda está com essa formação praticamente desde o começo, o que atualmente é bem difícil de acontecer, porque a vida às vezes nos leva em direções opostas. O quão difícil é manter uma formação sólida por tanto tempo?

Fred Calderon – Definitivamente é difícil. Eu sou o terceiro baixista e o Cory é tecnicamente o segundo guitarrista, tinha outro mas naquela época os shows e as gravações foram difíceis para eles manterem alguma estabilidade com ele. Fomos testados. 2012 foi particularmente difícil, com outra mudança na formação e desafios da indústria e, novamente, em 2020, com outra mudança na formação e o isolamento imposto. Em todo relacionamento, tudo se resume à comunicação. A forma como nos comunicamos pessoal e profissionalmente. É assim que permanecemos na mesma página e nos entendemos depois de todos esses anos.

Sonoridade Underground – O black metal dos anos 90 sempre foi uma influência bem nítida da banda. Há algum outro estilo ou bandas que influenciam vocês na hora de compor?

Fred Calderon – No início era metalcore e death metal. Essa foi a parte central de nossas influências juntos. Pessoalmente, cresci ouvindo skate punk, depois fiz a transição para o thrash metal e logo após para a bola de neve de gêneros que viriam depois. Ainda adoro todas as músicas que cresci ouvindo, mas gosto de descobrir o que há de novo e disponível, mas também o que perdi. Muito punk e hardcore dos anos 80, perdi o hardcore dos anos 90 em seu apogeu, então estava ouvindo isso por volta de 2010, death metal melódico, técnico e progressivo haha. Basicamente, qualquer coisa que envolva um grupo tocando instrumentos. O Black Metal surgiu porque estávamos curtindo coisas que achávamos que os outros não ouviam, então descobrimos aquele amor mútuo por Dimmu Borgir, Emperor, Immortal e Dark Funeral, foi quando implementamos esses elementos. Na época, as melodias do núcleo do metal eram muito alegres e o death metal era bastante cromático. Ainda queríamos melodias cativantes, mas as melodias de black metal soam mais sinistras.

Sonoridade Underground – A cada lançamento do Carnifex vocês se superam. Minha pergunta é: qual processo vocês seguem para não se tornarem cópias de vocês mesmos? Porque vocês têm uma identidade tão forte que ao ouvir uma música, sabemos exatamente que é o Carnifex que está tocando.

Fred Calderon – Não podemos voltar atrás e escrever o álbum que escrevemos anteriormente porque somos moldados pelo que vem depois. Claro que as influências originais estão lá, mas músicas novas e antigas são descobertas, ainda estamos estudando música juntos e as experiências de vida também aparecem lá. Pessoalmente, estou sempre me esforçando para aprender algo novo entre os álbuns, sejam ideias ou técnicas, e espero encontrar uma maneira de implementá-lo sem ser forçado.

Sonoridade Underground – É bem difícil escolher minhas faixas favoritas do novo álbum, mas a faixa título é uma das minhas favoritas. Na minha resenha eu escrevi: “é épica, atmosférica e brutal, uma verdadeira obra-prima de produção. Carnifex atinge seu apogeu aqui! E o quebrar da coluna nunca foi tão intenso como neste avassalador breakdown.” Como é o processo de composição da banda? A letra vem primeiro, ou o instrumental?

Fred Calderon – Na maioria das vezes Scott está evocando o tema do álbum. Não sei se veio antes ou depois de ouvir os primeiros trechos de música criados nesta viagem. Eu sei que ele escreve ideias sobre o que ele quer transmitir liricamente e então algumas faixas se fundem com essas ideias e então ele surge com as letras de outras faixas depois do fato.

Sonoridade Underground – Em 2025 a banda faz 20 anos. Sei que falta um tempo ainda, mas já pensam em algum lançamento especial ou turnê comemorativa?

Fred Calderon – Há um álbum que os fãs estão clamando por uma turnê ao vivo dele.

Sonoridade Underground – Os fãs latino-americanos, e principalmente os brasileiros, são alguns dos mais apaixonados do mundo. E em Dezembro, finalmente, vocês desembarcam no Brasil pela primeira vez na história da banda. Quais as expectativas para os dois shows por aqui?

Fred Calderon – Ha, o fervor que eles retratam online será personificado quando subirmos ao palco? Será uma grande chatice se não for. Não se preocupe, estou apenas brincando, mas estou animado para chegar lá. Até agora só visitamos o Equador e a Colômbia e ambas as visitas foram uma loucura, então o Brasil já tem um padrão definido para as nossas expectativas.

Sonoridade Underground – Não sei se vocês se veem dessa maneira, mas o Carnifex foi um dos pioneiros do deathcore. Como vocês enxergam o gênero hoje? Foi um gênero que foi explorado aos montes nos anos 2010.

Fred Calderon – Na época eu não via dessa forma. Eu estava entrando em uma banda que meu antigo baterista de outra banda me pediu para entrar. Ele me contou suas influências e eu fui estudar as bandas que não conhecia e tentei agregar meu estilo e sabor ao material e show ao vivo. Agora são apenas elementos diferentes sendo incluídos. Nós fizemos isso e é legal ver o que as outras pessoas querem do gênero. Não precisa seguir regras estritas, exceto uma: tem que haver um colapso brutal. Eu gosto da exploração, caso contrário seria chato e esquecido.

Sonoridade Underground – Para finalizar, gostaria de agradecer pela entrevista e o espaço está aberto a vocês. Podem mandar algum recado aos fãs brasileiros…

Fred Calderon – Estamos extremamente felizes por finalmente podermos visitar a América do Sul adequadamente para uma turnê adequada. Vai ser difícil fazer a curadoria de um setlist que satisfaça a todos, considerando que não estivemos lá em todos os ciclos do álbum. Estamos ansiosos para nos apresentar para você, conhecê-lo e ouvir você pessoalmente. Por favor, deixe-nos saber qual é a sua faixa favorita do Necromanteum. Muito obrigado pelo apoio todos esses anos.

SERVIÇO: Carnifex no Brasil em dezembro

São Paulo, 2/12/2023
Local: Fabrique Club
Horário: 17h (portas)
Endereço: Rua Barra Funda, 1075 – Barra Funda, São Paulo/SP
Venda: https://www.clubedoingresso.com/evento/carnifex-sp

Piracicaba/SP, 3/12/2023
Data: 3 de Dezembro de 2023 (domingo)
Horário: 15h (portas)
Local: Clube dos Empregados da Caterpillar
Endereço: Avenida Comendador Leopoldo Dedini, 1171 – Unileste, Piracicaba/SP
Venda: http://bit.ly/carnifex-pira
Ingressos:
R$100 (Pista / Primeiro Lote – Meia entrada / Estudante)
R$ 200 (Pista / Primeiro Lote – Inteira)

Realização: Liberation Tour Booking
Informações gerais: info@liberationmc.com

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About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

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