Roberto Carlos inaugura temporada especial de divulgação de seu trigésimo terceiro disco com show impecável no Espaço Unimed

No último sábado (05), Roberto Carlos, o “Rei”, realizou o primeiro show da temporada especial de divulgação de seu trigésimo terceiro disco de estúdio, intitulado “Amor sin Límite”, que conta com composições inéditas em espanhol. A apresentação aconteceu no Espaço Unimed – uma das casas de espetáculo mais prestigiadas da capital paulista. 

Texto: Guilherme Góes

Fotos: Gustavo Diakov

Agradecimentos: Talento Comunicação & Essaço Unimed

Considerado o músico mais popular do país, Roberto Carlos é uma figura inerente à cultura popular brasileira. O capixaba de Cachoeiro do Itapemirim começou a cantar aos nove anos. Na adolescência, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde participou das bandas The Sputniks e The Snakes, ganhou certa popularidade nas emissoras e rádios locais e recebeu o apelido de “Elvis Brasileiro”. No entanto, o sucesso veio nos anos 60, durante a febre da “Jovem Guarda” (movimento cultural fortemente influenciado por The Beatles, Rolling Stones e outros nomes do rock britânico), onde Roberto se consagrou como um maiores representantes do estilo por meio de hits como “É proibido fumar” “Splash Splash”, “O calhambeque”, entre outros. 

Em 1974, Roberto Carlos gravou seu primeiro especial de Natal para a Rede Globo, e começou a ser aclamado nacionalmente como “Rei”. Quase 50 anos depois, o espetáculo continua sendo um “programa obrigatório” para todas as famílias brasileiras durante a penúltima semana de dezembro. Ao longo de sua carreira, vendeu mais de 140 milhões de discos e conquistou alguns dos prêmios mais importantes do cenário musical, entre eles: Grammy, Grammy Latino e Lifetime Achievement Award. Aos 81 anos, o músico segue ativo, realiza extensas turnês nacionais e internacionais e ainda mantém o projeto “Emoções em Alto Mar” – um cruzeiro anual pela Costa Brasileira, que conta com apresentações do artista todas as noites durante algumas semanas. 

Logo ao entrar na Rua Tagipuru, local que sedia o Espaço Unimed, foi possível notar o perfil diferenciado dos fãs do “Rei”. No endereço, centenas de carros de marcas luxuosas se dirigiam aos estacionamentos. Além disso, diferentemente da grande maioria dos concertos organizados em casas da região, não se encontravam grupos de amigos com camisetas do artista fazendo o tradicional “esquenta pré-show” nos bares e mercados locais.

A casa abriu pontualmente às 19h. Na pista central do clube, mesas de madeira foram instaladas, assim proporcionando uma experiência mais confortável aos fãs. O público era composto, em sua maioria, por senhoras acima dos 50 anos. No entanto, centenas de jovens e até mesmo crianças preenchiam o espaço, causando um grande clima de “programa em família”. 

Após anúncios dos patrocinadores da casa e sonoras informativas acerca de medidas de segurança, os músicos da RC9 (banda que acompanha o “Rei” desde a década de 60) surgiram no palco por volta das 21h10. O espetáculo começou com o grupo tocando a base instrumental de alguns sucessos do cantor, como “É preciso saber viver”, “Como é grande meu amor por você”, “Jesus Cristo” e “Emoções”, enquanto slides no telão de LED exibiam a biografia de Roberto e grandes feitos de sua carreira. Ao término da intro, o “dono da noite” apareceu em seu figurino tradicional – terno azul bebê e camisa desabotoada na altura do peito-, cumprimentou os presentes com o refrão “Quando eu estou aqui/eu vivo este momento lindo” e emendou “Emoções”. 

Em seguida, Roberto iniciou um breve diálogo com a plateia. Falou que “o maior prazer que tem na vida, desde que nasceu, é reencontrar o público em seus shows”, comentou que “não queria ficar nervoso para não falar “porra” [referência a um episódio que aconteceu em julho deste ano durante um show do Rio de Janeiro, em que precisou pedir para um fã exaltado “calar a boca”] e concluiu: “Meu negócio é cantar, e não falar”. Com o fim da conversa, vieram dois de seus principais hits “Como vai você?” e “Além do horizonte”. 

Roberto é um hitmaker, e para alegria de muitos fãs (e infelicidade de alguns seguidores mais “devotos”), seu repertório não cedeu espaços para faixas “lado B”. Decorados sob um lindíssimo efeito que simulava uma constelação em movimento, o “Rei” e uma afinadíssima banda de apoio seguiram com o segundo bloco da apresentação destacando apenas hits, entre eles: “Ilegal, imoral ou engorda”, “Você em minha vida”, “Detalhes”, “Desabafo” e “Outra vez”.

“Essa é uma música muito triste. Por um tempo, foi muito difícil cantá-la, mas hoje consigo lidar melhor com ela”, desabafou Roberto antes de iniciar “Lady Laura”, canção presente em seu álbum homônimo, lançado em 1978, que fez em homenagem a sua mãe. Laura Moreira Braga faleceu em 2010, aos 96 anos, após um caso grave de infecção pulmonar. Outro relato pessoal da vida pessoal do “Rei” também surgiu durante a execução de “Olha”, quando mencionou: “Eu jamais irei revelar o nome da pessoa para quem eu escrevi essa letra”. 

“Uma música sobre o cara que todo homem gostaria de ser, toda mulher gostaria de ter, mas que serve para todo cara que ama verdadeiramente”, a brincadeira introduziu “Esse cara sou eu”, música lançada em 2012 e reconhecida como um dos principais sucessos emplacados por Roberto no século XXI. O single que fez parte da trilha sonora da telenovela global “Salve Jorge” foi a canção mais recente do setlist.

Após o sucesso da década passada, Roberto seguiu para o último bloco do show. O ritmo inconfundível dos saxofones em “Amigo” levaram os fãs à loucura, e o clássico trecho inicial “Você/meu amigo de fé/meu irmão camarada” foi “berrado” por todos os presentes. Para acalmar os ânimos, veio “Como é grande o meu amor por você”, outro um sucesso indiscutível, cuja letra deve ser conhecida por todos os brasileiros. Na sequência, os saxofones se sobressaíram novamente para introduzir a última canção da noite: nada menos do que a emblemática “Jesus Cristo”. Neste momento, Roberto Carlos começou a distribuir flores, e centenas de pessoas correram em direção ao palco na tentativa de levar uma lembrancinha do “Rei” para casa. Enquanto isso, os integrantes da RC9 encantaram o público com uma longa extensão instrumental, fechando a noite com chave de ouro. 

Em duas horas de apresentação, Roberto mostrou o porquê de ser chamado de “Rei”: o músico cantou, divertiu a plateia com sua postura carismática, entregou uma apresentação com efeitos especiais dignos de fazer inveja a qualquer artista internacional e não cometeu falhas. Um ser humano capaz de demonstrar tamanha competência no auge de seus 81 anos não é apenas um “Rei”, mas sim uma divindade em meio aos mortais.

Setlist:

1. Intro RC9

2. Emoções

3. Como vai você?

4. Além do horizonte

5. Ilegal, imoral ou engorda 

6. Você em minha vida

7. Detalhes 

8. Desabafo

9. Lady Laura

10. Nossa Senhora

11. O Calhambeque

12. Olha

13. Sua estupidez 

14. Mulher pequena 

15. Esse cara sou eu

16. Amigo

17. Como é grande meu amor por você

18. Jesus Cristo

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Roberto Carlos
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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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