Aproximadamente 45 mil pessoas se despedem do Kiss em uma noite espetacular.
**Fotos de celular.
Finalmente aconteceu o tão esperado momento, em meio a tantos cancelamentos de artistas que deveriam ter se apresentado em terras tupiniquins, o Kiss mantém sua agenda em território brasileiro e realiza seu show, que inicialmente estava previsto para 2020.
A movimentação no arredores do Allianz parque para aqueles que presenciaram a turnê derradeira do Kiss começou bem cedo já que a abertura dos portões estava prevista para às 16:00. Em todo momento era possível ver maquiagens, camisetas da banda (algumas com datas das turnês passadas em solo brasileiro) e bandeiras. O público se diversificava em pessoas de todas as idades, a galera dos anos 70/80 que pegou o início da banda, jovens entre 15 e 30 anos, e até mesmo algumas crianças com o gosto musical influenciado pelos pais circulavam pelas ruas e bares antes do início do evento, todo mundo se divertindo e aproveitando cada momento, era dia de festa!
Meu primeiro contato com o Kiss foi perto dos 8 anos de idade quando meu irmão pegava os discos do nosso pai para ouvir “escondido” (nosso pai sabia, mas nunca falou sobre) a variedade era grande entre a coleção, Queen, Black Sabbath, Slayer, Genesis e é claro, Kiss. Na época o que mais me chamou atenção foi dois pontos do disco; a capa primeiramente e a música “Detroit Rock City”. Quem ouvir o vinil sabe que no início da faixa se destaca o barulho de alguém consertando o carro, e logo depois a música começa, e lá no final o barulho da freada e carro batendo, cara eu adorava aquele barulho, sempre dava risada haha, enfim vamos voltar ao que interessa, o show!
(foto do vinil)
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Portões abertos e a correria é geral, claro, quem chegou cedo quer garantir o melhor lugar na grade pra não perder nenhum detalhe do espetáculo, enquanto os mais tranquilos se posicionam em lugares estratégicos, sentam e conversam bebendo algo, aguardando o início e aproveitando a trilha sonora, que cuidadosamente selecionou clássicos do rock como Van Halen, Aerosmith, Led Zeppelin, Alice Cooper e etc… . Com o show marcado para as 21hrs uma grande parte do público deixou pra chegar depois das 18hrs e assim, pistas e arquibancadas ficavam cheias conforme ia chegando mais perto do horário.
Às 21:11 Led Zeppelin prepara o público e logo depois do anunciado ‘Alright, São Paulo, You Wanted The Best, You Got The Best! The hottest band in the world… KISS!’ o show tem início, muita fumaça e fogos de artifício apontam para os elevadores que descem, “”Detroit rock city abre o Setlist que se repete dos shows anteriores dando sequência com “Shout It Out Loud”, “Deuce” e “War Machine.

“Heaven’s on Fire” fez jus ao nome onde grandes labaredas de chama saiam ao fundo de Gene, Paul e Tommy, quem ficou na frente sentiu o calor bem de pertinho já que não economizaram no fogo. “Love it loud” deu sequência ao show e novamente não economizaram nos efeitos e, logo ao final da música Gene cospe fogo, só uma vez, inclusive alguns fãs próximos a mim comentaram “só uma vez?”.
Em “say yeah” Paul pediu ajuda do público, uma ajuda bem simples gritando “yeah yeah yeah” nos refrões e o público atendeu ao pedido entregando exatamente aquilo que foi pedido.
Tommy Thayer novamente prendeu a atenção das 65 mil pessoas presentes no estádio no momento do seu solo de guitarra, onde ao final de cada trecho, fogos eram disparados em direção das plataformas penduradas no teto. “Lick it up” começou logo após o término do solo, um clássico bem conhecido entre os fãs da banda. Entre “Lick it up” e “Calling Dr love” um grilo pousou no microfone de Paul criando uma pequena interação entre os dois e risadas do público até o início da música.
Eric Singer também mostrou seu dotes musicais durante a apresentação em dois momentos em específico: durante seu solo de bateria onde apostou na interação com o público e também em um momento que teve sua plataforma elevada; e em ”Beth” onde ele assume o piano e os vocais, sem dúvidas a música mais lenta de toda a apresentação.
O solo de baixo entregou o que todos esperavam do Gene, notas agudas, pouca iluminação, um clima sombrio e sangue, muito sangue saindo da sua boca. Com Gene em cima da plataforma central, lá do alto temos a execução de ”God of Thunder”’


”Love gun” e ”I was made for lovin’ you” foram executadas com Paul atravessando a pista premium em uma tirolesa e pousando no segundo palco, ao centro das pistas.
2 horas de show chegam ao fim com rock roll all night, bolas do Kiss sobre o público e uma chuva de papel picado que tomou conta do estádio (eu só fiquei pensando em quem limparia aquilo, sério, era muito papel…)
Quem já viu o show em outras oportunidades tem conhecimento do espetáculo e quem vê pela primeira (e única) vez se encanta a cada efeito pirotécnico e fogos.
Ver o Kiss é um espetáculo em cada detalhe, palco, iluminação, estruturas, e fogos que se destacam em cada música e você se impressiona com a precisão de cada movimento. É óbvio que os integrantes não tem mais a mesma disposição de antes, é nítido que a idade chega pra todo mundo e não adianta argumentar, mas isso não impede de Paul, Gene, Tommy e Eric se entregarem no palco a cada música e mostrarem o melhor da banda com danças, performances, interações, solos e pelo uso do figurino, que Gene inclusive citou recentemente que alguns artistas não aguentariam uma apresentação completa com o ‘look’.

Foi uma noite de festa, de alegria, de despedida, é o fim da estrada.
Obrigado Kiss
Setlist
- Detroit Rock City
- Shout It Out Loud
- Deuce
- War Machine
- Heaven’s on Fire
- I Love It Loud
- Say Yeah
- Cold Gin
- Solo Tommy Thayer
- Lick It Up
- Calling Dr. Love
- Tears Are Falling
- Psycho Circus
- Solo Eric Singer
- 100,000 Years
- Solo Gene Simmons
- God of Thunder
- Love Gun
- I Was Made for Lovin’ You
- Black Diamond
- Encore:
- Beth
- Do You Love Me
- Rock and Roll All Nite
Agradecimentos:
Simone Catto/Catto comunicação & Mercury Concerts.
Texto e fotos: Gustavo Diakov