Atreyu esbanja carisma e se diverte com os fãs em show energético e acalorado

Com um setlist matador e repleto de sucessos, a banda fez valer a espera dos fãs, entregando uma performance enérgica e contagiante em sua estreia no Brasil

Celebrando seus 25 anos de carreira, o Atreyu finalmente fez sua aguardada estreia em solo brasileiro com a turnê “25 Years in the Making”. A banda, que se tornou um dos principais representantes do metalcore no começo dos anos 2000 e que segue se mantendo relevante e influente até hoje, trouxe a nostalgia do gênero e mostrou o peso de seu legado no palco do Carioca Club na última quinta-feira, 20 de março, em um evento produzido pela Overload.

Sem atração de abertura, o show estava com início marcado para às 21h, mas quem chegou cedo no Carioca Club acabou ganhando um inesperado e inusitado “show extra”. Por volta das 20h, o vocalista Brandon Saller subiu ao palco e disse que, como o evento não teria banda de abertura, a equipe técnica da banda tocaria alguns covers para os fãs presentes. Começaram com Pantera e, em seguida, mandaram “Sad But True”, do Metallica. Brandon deu a oportunidade de um fã subir ao palco e cantar um dos maiores sucessos do Metallica com a equipe. Para finalizar o “pré-show”, Brandon cantou “I Believe In A Thing Called Love”, do The Darkness. Uma grata e divertida surpresa para o público reduzido que marcou presença cedo.

Às 21h, com o Carioca Club longe de atingir sua capacidade máxima — possivelmente reflexo da concorrida agenda de shows internacionais em março e do evento ocorrer em um dia de semana —, as caixas de som tocaram “Sandstorm”, do DJ Darude, marcando a entrada do Atreyu no palco.

A banda abriu o show com “Drowning”, colocando todos os fãs para cantar e provando que, apesar da casa não estar cheia, a energia da noite seria intensa. Na sequência, o clássico “Becoming the Bull”, do álbum Lead Sails Paper Anchor (2007), trouxe nostalgia para quem viveu o auge do metalcore nos anos 2000, emocionando muitos que jamais imaginaram ouvir a faixa ao vivo.

A canção “The Time is Now” foi responsável por proporcionar um dos momentos mais emblemáticos e intensos da noite, quando Brandon desceu para a pista e cantou a música no meio dos fãs, aproveitando para dar uma passadinha no bar e tomar um drink antes de retornar ao palco. Um dos pontos altos do show, sem dúvida.

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Na clássica “Bleeding Mascara”, a banda surpreendeu ao trocar de posições: Brandon reassumiu seu antigo posto na bateria, enquanto o baixista Marc “Porter” ficou nos vocais. A cena despertou nostalgia e ressaltou o legado do Atreyu, resultando em uma troca de energia intensa com o público.

É importante ressaltar o quanto a banda estava se divertindo durante todo o show. O guitarrista Travis Miguel mostrou que seu português está em dia e conversou bastante com os fãs. O guitarrista Dan Jacobs foi um dos destaques da noite, fazendo miséria com sua pequena guitarra verde. 

O Atreyu lamentou a demora para tocar no Brasil e prometeu que não levaria tantos anos para voltar. Brandon afirmou que aquele não era apenas um dos melhores shows da turnê, mas um dos melhores dos últimos anos. O público retribuiu a energia, gritando o nome da banda várias vezes ao longo da apresentação, demonstrando todo seu carinho e amor pelo Atreyu.

As interações com o público ainda renderam vários momentos engraçados, como Brandon tentando aprender a falar filha da p*** em português e a banda ficando encantada com o merch “alternativo” que alguns fãs estavam usando e que foi comprado na porta do evento. A banda ainda cantou parabéns para uma fã que estava fazendo aniversário, convidando a aniversariante para subir no palco e tirar uma foto com eles. O vocalista também aproveitou para fazer uma vídeo chamada para sua família no meio do show e compartilhar o momento de celebração no Brasil.

Após tocar mais um clássico de sua discografia, a excelente “Ex’s and Oh’s”, a banda desacelerou com um cover de “Like a Stone”, do Audioslave, entregando um dos momentos mais intimistas e emocionantes da noite. “Falling Down” colocou os fãs para cantar alto e mostrar que ainda tinham muita energia para queimar. “The Crimson”, faixa icônica do álbum The Curse (2004), um dos maiores clássicos da banda e do metalcore, foi responsável por uma verdadeira catarse no show.

A presença de palco e performance dos integrantes da banda é um show à parte, entregando algo muito próximo ao que ouvimos em estúdio, reforçando a qualidade musical e o peso dos anos de experiência do Atreyu. Em entrevista ao Sonoridade Underground, Brandon disse que a banda nunca esteve tão bem, algo claramente refletido na sinergia do grupo no palco. Brandon se mostra muito seguro e confortável como vocalista e líder do Atreyu, reforçando que a banda se fortaleceu ainda mais desde a saída de Alex Varkatzas em 2020. 

Após algumas improvisações e interações entre a banda e o público, “Blow” elevou a energia novamente, marcando a reta final da apresentação.

Para o encore, o Atreyu levou o público de volta a 2002 com “Lip Gloss and Black”, encerrando a noite de forma apoteótica, com Brandon cantando junto aos fãs na grade. A banda agradeceu a energia do público brasileiro e reforçou a promessa de retornar em breve.

O Atreyu esbanjou carisma em sua estreia no Brasil. A banda se divertiu com os fãs e entregou um show energético e com doses pesadas de nostalgia. Com um setlist matador e uma presença de palco sem igual, o grupo mostrou a força e a qualidade dos seus 25 anos de carreira em uma verdadeira celebração com seu público. O Atreyu fez valer a pena os anos de espera e prometeu que os fãs não vão mais precisar esperar tantos anos pelo seu retorno ao país. Fica a torcida para que a banda volte o mais breve possível.

Atreyu – 25 Years in the Making – Carioca Club – São Paulo – 20/03/2025

1 – Drowning
2 – Becoming the Bull
3 – Right Side of the Bed
4 – Save Us
5 – The Time is Now
6 – When Two Are One
7 – (i)
8 – Bleeding Mascara
9 – Gone
10 – Ex’s and Oh’s
11 – Like a Stone (Audioslave cover)
12 – Battles Drums
13 – Falling Down
14 – The Crimson
15 – Blow

Encore
16 – Lip Gloss and Black

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About Luis Antonio

Publicitário, colecionador de discos, resenheiro, podcaster, editor, viciado em shows e devoto do Chino Moreno. Misturo Napalm Death e Justin Bieber na mesma playlist e sou entusiasta do nu metal até hoje. Você também me encontra no Podcore Podcast, Downstage, 4 Discos e Entre e Ouça!

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