Foto por mrperou
Marilyn Manson está de volta, e “One Assassination Under God – Chapter 1” é a prova de que sua capacidade de reinventar-se permanece intacta. Este álbum, que marca o início de um novo capítulo em sua carreira, não é apenas um retorno às raízes, mas também um testemunho de sua evolução como artista. Trabalhando ao lado de nomes de peso como Tyler Bates (que é coautor do álbum), Gil Sharone, Reba Meyers e Piggy D., Manson entrega uma obra que mistura o sombrio e o visceral com maestria.
A faixa-título, “One Assassination Under God”, abre o disco com uma intensidade emocional quase palpável. Aqui, Manson confronta sua dor e isolamento, transformando sofrimento em arte. É uma introdução poderosa que nos prepara para o que está por vir.
Em “No Funeral Without Applause”, o artista explora um lado mais íntimo e romântico, mas, como é típico de Manson, não há espaço para clichês. A música é tanto uma declaração de amor quanto uma crítica à superficialidade das massas, com letras afiadas e provocativas.
“Nod if You Understand” traz um Manson mais agressivo do que nunca, canalizando uma raiva crua que transborda na produção caótica e nos vocais incendiários. A frase “Eu não vou me arrepender / é para isso que fui enviado” encapsula o espírito indomável da faixa. É um dos momentos mais intensos do álbum e uma das canções mais ferozes que ele lançou nos últimos anos.
Outro destaque é “As Sick as the Secrets Within”, uma obra sombria que mistura elementos clássicos de álbuns como “Mechanical Animals” e “Holy Wood”. A música aborda temas como vício e desespero, e a linha “Não é tão maligno quanto faminto” é um lembrete da capacidade de Manson de criar imagens perturbadoras e inesquecíveis.
Já “Sacrilegious” mergulha no lado sombrio da religião, explorando a dualidade entre Cristo e o Diabo. A faixa é divertida e cativante, com um refrão que gruda na mente, embora os vocais superproduzidos possam não agradar a todos.
Na Raise the Red Flag mantém o som característico de Manson — distorcido, grave, poderoso. Enquanto seu álbum anterior já era uma obra-prima, este novo disco é um sonho realizado para os fãs de longa data. Ele combina magistralmente elementos clássicos de Manson, proporcionando uma jornada nostálgica por sua carreira ilustre. Faixas como Death Is Not a Costume, Meet Me in Purgatory e Raise the Red Flag exemplificam isso perfeitamente. O álbum se encerra com “Sacrifice of the Mass”, uma faixa profundamente melancólica que reflete sobre a mortalidade e a fragilidade da vida. Os vocais vulneráveis de Manson, aliados a um instrumental atmosférico, criam um encerramento emocionalmente poderoso para a obra.
“One Assassination Under God – Chapter 1” é um marco na discografia de Manson. Ele não apenas celebra os elementos que o tornaram icônico, mas também abre portas para novas possibilidades criativas. É um álbum que conecta o passado e o presente, mantendo o ouvinte intrigado do início ao fim. Com o título “Chapter 1”, há a promessa de uma continuação, e, após essa experiência, mal posso esperar para ouvir o que virá em seguida.
Seja você um fã de longa data ou um novo ouvinte, este álbum oferece uma jornada que vale a pena explorar. Manson mostra, mais uma vez, que a escuridão ainda pode ser incrivelmente bela.
Tracklist:
- “One Assassination Under God” 5:28
- “No Funeral Without Applause” 4:06
- “Nod If You Understand” 4:05
- “As Sick as the Secrets Within” 5:35
- “Sacrilegious” 3:35
- “Death Is Not a Costume” 4:52
- “Meet Me in Purgatory” 4:36
- “Raise the Red Flag” 4:49
- “Sacrifice of the Mass”