Hate – Bellum Regiis (2025)

Em meio ao campo minado que é o metal extremo polonês, onde gigantes como Behemoth e Vader ditam o ritmo da devastação sonora, o Hate segue firme como um bastião inabalável do blackened death metal. Com mais de trinta anos de estrada e treze álbuns no currículo, a banda liderada por Adam “Perun V.” Buszko entrega emBellum Regiis” um capítulo denso, brutal e, por vezes, surpreendente dentro de sua trajetória marcada pela consistência.

Saindo do sólido Rugia (2021), o novo álbum mergulha ainda mais fundo na melodia sombria, sem abrir mão da ferocidade que define a identidade do grupo. Um dos elementos mais notáveis é a introdução de vocais femininos em momentos pontuais, que funcionam como contraponto atmosférico aos grunhidos de Perun e aos riffs arrasadores, evocando ecos de Gorgoroth e Carach Angren com precisão e bom gosto.

A faixa-título abre o disco com guitarras limpas enganosas antes de explodir em uma tempestade de blastbeats e dissonância. Iphigenia mantém o clima de tensão, alternando entre camadas melódicas e ataques sonoros impiedosos. Já A Ghost of Lost Delight e Prophet of Arkhen mostram o lado mais progressivo e cadenciado da banda, flertando com o meloblack sem perder o peso característico.

O disco é dividido de maneira clara: a primeira metade traz faixas mais longas, expansivas e, em alguns momentos, excessivas em duração; enquanto a segunda metade encontra mais equilíbrio e impacto, entregando composições diretas e memoráveis como Perun Rising e The Vanguard. Há aqui uma dinâmica de “dois álbuns em um”, onde o Hate transita entre a experimentação atmosférica e sua fórmula tradicional de brutalidade militarizada.

Embora Bellum Regiis não reinvente a roda nem represente uma ruptura estética, ele reflete com clareza a proposta do Hate: transitar dentro dos próprios limites, aperfeiçoando pequenos detalhes sem trair as raízes. E, nesse quesito, o álbum cumpre seu papel com competência e gana.

Bellum Regiis é mais uma peça sólida na discografia da banda — um lembrete de que o Hate talvez nunca precise “evoluir” no sentido convencional, pois já encontrou sua zona de conforto: uma marcha infernal e implacável pelo campo de batalha do metal extremo. O novo álbum será lançado dia 02 de Maio pela Metal Blade Records.

01. Bellum Regiis
02. Iphigenia
03. The Vanguard
04. A Ghost Of Lost Delight
05. Rite Of Triglav
06. Perun Rising
07. Alfa Inferi Goddess Of War
08. Prophet Of Arkhen
09. Ageless Harp Of Devilry

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