Glam Fest São Paulo 2024 – Noite de festa nostálgica e rock festeiro em excelente apresentação de bandas da velha e nova geração do hard rock

Evento com bandas clássicas dos anos oitenta e uma das sensações suecas do gênero Sleaze Rock em São Paulo teve público modesto, mas participativo, carismático e fiel em um dos dias mais quentes do ano na cidade.

Texto por Fernando Queiroz e fotos por Isis Trindade

É bem verdade que o Hard Rock oitentista tem seu lugar no imaginário do público no mundo todo, e as bandas de Los Angeles como o Motley Crue, o Poison e o Guns ‘n Roses fizeram e ainda fazem a trilha sonora da vida de muitas pessoas. Alguns podem dizer que é um gênero datado e envelhecido, e que as bandas mais recentes já não provocam mais a excitação de massas como antigamente. Outros, porém, enchem o peito para citar as bandas de nova geração, em especial da Suécia, que vêm trazendo o estilo de volta. Ambos estão certos, em partes. O evento que tivemos foi uma mistura muito bem sucedida de gerações do hard rock – o Tuff e o Pretty Boy Floyd representando a velha guarda de Los Angeles, e o Crazy Lixx trazendo a nova geração da Suécia à tona – provando que ainda há público, e muita gente, de diversas faixas etárias, diga-se de passagem, ainda têm o prazer de estar em um ambiente ‘glam’, e embora de fato, não seja um público numeroso, o barulho e a festa que fizeram é algo notável. 

Goaten: 

O trio brasileiro abriu a noite com a casa ainda praticamente vazia, com pouco mais de duas fileiras de pessoas no meio à frente do palco, com algumas pessoas nas laterais. Apesar das poucas pessoas presentes, a banda tocou seu set com entusiasmo e conseguiu animar os ainda poucos presentes, embora fosse possível ouvir comentários que a banda destoava do estilo ali, com uma sonoridade muito mais próxima do Heavy/Speed Metal que do Hard Rock, foco do evento. No geral, apresentação competente de uma banda que merece ser conhecida. 

Tuff: 

Embora estivessem tocando sob o nome de Tuff, a apresentação, na verdade, foi do vocalista Stevie Rachelle acompanhado de ótimos músicos brasileiros tocando clássicos da banda. A apresentação, iniciada com poucos minutos de atraso, às 18h10, ainda com relativamente pouco público, foi extremamente competente, e Stevie mostra que a idade não o afetou, e canta ainda como nos anos áureos da banda, e sua interação com o público era algo que contagiava. O público percebeu isso, e cantava as músicas intensa e animadamente. Uma apresentação que também contou com grande cover da música You’ve Got Another Thing Comin’ do Judas Priest, terminou sob aplausos e o público ovacionou a banda, especialmente quando Stevie deixou claro que estaria lá na pista atendendo todos que quisessem um por um, e que seus Meet and Greets sempre seriam de graça, em clara alfinetada a artistas que cobram para tirar fotos com fãs. 

Pretty Boy Floyd:

A segunda grande atração foram os veteranos do Pretty Boy Floyd, clássica banda dos anos oitenta da cena de Los Angeles, agora já com casa mais cheia. O show teve ótima qualidade de som, e mostrava uma banda afiada e os membros mais recentes da banda se destacaram, todos ingressantes a partir de 2021. O vocalista Steve Summers, porém, já apresenta os males da idade, e em diversos momentos não atingia notas, ou não conseguia mantê-las, mas apesar disso, sua presença de palco e carisma na interação com o público compensaram, fazendo da apresentação um ponto alto de nostalgia e agressividade, o que agradou o público, que cantava as músicas em coro e era clara sensação de satisfação no rosto de cada um presente. 

Crazy Lixx: 

A grande atração da noite era, porém, o Crazy Lixx, os suecos da onda mais recente de Hard Rock da Suécia, e via-se que não era por nada que eram os headliners da noite, já que na hora de sua apresentação que de fato a casa ficou mais cheia, atingindo seu pico de público. Muitas pessoas chegavam na hora que iriam começar a tocar. A performance do quinteto foi realmente a com maior e mais completa produção de palco e em figurino, incluindo uma excelente caracterização do vocalista Danny Rexon usando máscara de hóquei no gelo e microfone em formato de faca ao performarem músicas temáticas do personagem Jason, do filme Sexta Feira 13. Uma apresentação excelente dos suecos, embora em muitos momentos o som das guitarras ficasse muito baixo, sendo completamente encoberto pelo baixo muito mais alto (com o perdão do trocadilho). O problema durou até pouco antes da metade do show, quando já se podia ouvir bem cada instrumento. 

Um evento para fã de Hard Rock e Glam Metal nenhum reclamar, uma ótima mistura dos veteranos dos anos 80 e uma geração ainda em expansão, e todos com muita lenha para queimar, e a renovação de público, com muitos jovens presentes, prova isso! 

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About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

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