Prestes a fazer sua segunda participação no Bangers Open Air, depois de uma incrível apresentação na edição de 2023, o guitarrista Pi Stoffers, do Lord Of The Lost, nos concedeu entrevista exclusiva, e demonstrou toda sua animação em voltar ao festival. Confira!
Fernando Queiroz: É a segunda vez do Lord Of The Lost no festival, algo realmente notável. Quando você recebeu a proposta para tocar de novo, sentiu uma sensação de vitória? Algo como “ei, pessoal, a gente conseguiu! Eles nos querem lá de novo”
Pi Stoffers: Sim, com certeza! Porém, acho que a primeira vez que tocamos foi já um grande feito, pois como uma banda, você nunca fica sem novas oportunidades, coisas bem diferentes, o que é muito legal – se você não for o AC/DC, ou alguém do tipo, claro (risos) -, e é um grande privilégio. E, claro, quando essas oportunidades se concretizam em algo real, como por exemplo o Bangers Open Air nos chamando novamente, é muito gratificante, e mostra que fizemos um trabalho nada mal lá!
Fernando: Nesses dois anos de intervalo, o quanto vocês mudaram, a banda mudou, e como você acha que esse show vai ser diferente do anterior?
Pi: Acho que mudamos bastante. Estivemos aí em 2023, e logo após o Bangers Open Air (nota: que na época se chamava Summer Breeze Brasil), nós ficamos acho que só um dia em casa, e daí voamos para Liverpool para participar do Eurovision. E esse Eurovision por si só foi uma experiência gigante, abriu muitas portas para nós, nos projetou para um público imenso mais mainstream, o que nos beneficiou bastante. Mas depois disso, fizemos tantas turnês, tantas coisas novas, temos um membro novo na banda, e claro, essas coisas fazem você mudar, querendo ou não. Espero que para melhor (risos). E agora, com um novo álbum saindo, que vai mostrar um novo lado da banda… quer dizer, muitos dizem que não é bem um novo lado, já que voltamos a ficar ‘dark’ e gótico de novo, que até um certo ponto pode ser verdade, mas ainda é um álbum novo e muito fresco, com um novo ‘look’ visual. Eu acho que é algo bem diferente do que fizemos nos anos anteriores.
Fernando: Já que você citou que esse álbum será algo mais ‘dark’ e gótico, e o festival é muito voltado ao heavy metal e hard rock. Vocês, como uma banda, como você disse, mais ‘dark’, sentem algum tipo de pressão em tocar para esse tipo de público?
Pi: Não, de forma alguma. Não mais nem menos pressão do que tocar para qualquer outro tipo de público de festivais. Eu acho que se eu dissesse isso, seria dizer que o público do Bangers Open Air tem a mente fechada, e eu não tive essa impressão lá em 2023, então eu não acho que será o caso agora. Eu acho que não precisamos ficar nervosos de estar no palco com maquiagens, quando outras bandas lá também estarão usando. (risos)
Fernando: Claro, eu concordo! Ano passado, o Avatar esteve lá com maquiagens, e foram enormes!
Pi: Eles são uma banda fantástica, inclusive! Acho que eles são, assim como nós somos, algo muito mais sobre o conjunto completo, não apenas o visual. Claro, nós temos, sim, muito apelo visual. Porém, a música tem que ser boa! E, bom, eu sei que é um som que não é para todos – nenhuma música é para todos, na verdade, mas eu tenho plena certeza que nossa música é boa.
Fernando: Existem planos para, em algum momento no futuro, fazerem uma turnê solo por aqui no Brasil?
Pi: Por enquanto, não. Mas, claro, tendo sucesso agora retornando ao país para o festival, vai ser só uma questão de tempo. Com certeza essa não será nossa última turnê latino-americana.
Fernando: E como estão as coisas com o novo álbum? Gravações, pós-produção, etc.
Pi: Já está tudo quase pronto. (risos) Foi tudo muito bem, na verdade. Aliás, não está tudo completamente feito. A mixagem e masterização, que são feitas por último, estão em andamento. Como são trinta e três músicas, saindo em três volumes, que estão sendo mixados e remasterizados consecutivamente, mas a nossa parte está pronta. O que ainda não está pronto são as gravações dos videoclipes, que demora um pouco mais, mas está indo bem!
Fernando: Como você disse, vai ser um álbum mais ‘dark’ que antes, então vocês também pretendem mudar o layout do palco, e o visual de vocês para a turnê dele?
Pi: Sim, com a gente é sempre um pacote completo quando entramos, vamos dizer, em uma ‘nova era’. Começa, claro, com as músicas sendo diferentes, tendo uma vibe diferente, e nós também teremos aparência diferente nas fotos. Isso acaba sendo levado, também, para a produção de palco, pelo menos quando temos condição de fazer a produção do palco. Quando fazemos tour pela América Latina, infelizmente ainda não estamos em um ponto que podemos custear trazer uma grande produção, diferente de quando fazemos, por exemplo, o Lordfest na Alemanha, em Hamburgo. Mas, no geral, tudo vai estar dentro do tema do momento que estamos.
Fernando: Bem, como você disse, não será a última vez da banda na América Latina, então sobre isso: você considera um desafio tocar para o público latino-americano, em comparação ao público europeu?
Pi: Não, não considero um desafio! Aliás, pela minha experiência, o público latino-americano é o mais apaixonado por música ao vivo! Por exemplo, quando estivemos em Santiago do Chile, aquilo foi um dos shows mais altos que já ouvi na vida! Tinha algo tipo duzentas pessoas, mas foi tão alto… quer dizer, é muito louco! Todo show é como se fosse um jogo de futebol para vocês! Isso é muito legal, e isso, claro, nos dá muita energia, tem essa troca de energia acontecendo. Por aí, nos sentimos muito bem-vindos, acolhidos, e como artistas, agradecemos muito isso sempre, e esperamos devolver essa energia, pois adoramos tocar para vocês!
O Lord Of The Lost se apresentará no Domingo, dia 04 de Maio no Bangers Open Air!