Texto por Fernando Queiroz (@fer_nando_nw) e Foto por Amanda Sampaio (@amandasampaio.ph)
Banda norueguesa, com presença marcante no Brasil nos últimos anos, voltou a apresentar mais um grande show em São Paulo de Metal Progressivo. O público, modesto em quantidade, compensou em energia e mostrou que a base fiel de fãs do quinteto está sempre com eles, provando que nem só de metal extremo vive a Noruega.
FIEL, PÚBLICO FEZ FILA ANTES DO SHOW:
Uma das coisas mais legais de shows “menores”, é acompanhar a fila. Você fica na expectativa de “será que vai encher?” Com o Leprous, isso deu perfeita noção do quão apaixonado é o público deles! Sem bandas de abertura, para alegria de muitos, a apresentação marcada para às 20h30 tinha uma digna fila uma hora antes do show. O bar na frente da VIP Station que adora isso, com muitas pessoas confraternizando e ouvindo música antes do horário marcado para abrirem as portas. Pontualmente às 19h30, as portas se abriram, e tranquilamente as pessoas foram entrando.
DENTRO DA CASA, PÚBLICO ERA ANIMADO:
Para uma banda de Metal Progressivo, há de se elogiar o público do Leprous! Não é toda banda do gênero que tem fãs que demonstram o ânimo para um show. Com metade da VIP Station cheia em poucos minutos, o que se via era um público feliz, animado, e até ansioso para o show, com muitos relembrando sua última passagem pelo país, em 2023. Interessante, também, foi ver a faixa etária do público, em geral formado por pessoas um pouco mais velhas, que mostravam ânimo de adolescentes. Levando em conta que era uma quinta-feira, ainda, percebia-se que haviam acabado de sair do trabalho, a maioria.

LEPROUS FAZ SHOW PREVISÍVEL. OU SEJA, IMPECÁVEL:
Quando falamos em shows previsíveis, geralmente é algo pejorativo. Não nesse caso! Previsível é o Leprous apresentar um grande show, e foi exatamente o que fizeram.
Com poucos minutos de atraso, quase imperceptíveis, a banda norueguesa entrou no palco para uma plateia que os celebrou desde o início, com gritos de “Leprous!”. Metade da casa fazia o barulho de uma casa inteira cheia.
Divulgando seu disco de 2024, Melodies Of Atonement, abriram o show com “Silently Walking Alone”, estreia da música no Brasil, e imediatamente emendaram “The Price”, de The Congregation, de 2015. A iluminação ajudava na psicodelia do show, e a presença de palco do frontman Einar Solberg davam cara de show de estádio. Após “Illuminate”, “I Hear The Sirens” e a bela “Like A Sunken Ship”, Einar pediu para o público “votar”, através de gritos, se preferiam ouvir “Passed” ou “Forced Entry”. Vencedora, a primeira foi tocada sob gritos entusiasmados da plateia. É claro que, em termos de performance individual, é impossível não elogiar cada músico. Tor Oddmund, Robin Ognedal, Baard Kolstad, Simen Borven, e até o tecladista convidado, Harrison White demonstram todo o entrosamento que uma banda precisa, e a capacidade técnica de grandes músicos.

O show seguiu com entusiasmo, e em momento nenhum ninguém parecia sequer perto de cansado. “Distant Bells” e “Nightmare Disguise” seguiram, e após Einar voltar a se comunicar com o público, tivemos “Unfree My Soul”, e a excelente “Below” Foi em “Faceless”, décima primeira música do show, que isso chegou ao seu ápice: o público todo cantando em coro a música. Outro momento “show de estádio”, que fazia a VIP Station parecer o Aliianz Parque. Depois de “Castaway Angels” e “From The Flame”, a faixa “Slave”, outra música de The Congregation foi tocada, e a banda saiu do palco sob aplausos. Claro, ainda teria mais, e novamente todos pediam: “Leprous, Leprous!”; pois bem, lá chegaram eles de volta para o bis. “Atonement” terminou o show, e seguiu com a parte final apenas de “The Sky Is Red”, em clima de despedida.

NOVAMENTE VALE DIZER, O LEPROUS NÃO DECEPCIONA:
A qualquer um que você pergunte, é unânime elogiarem o show dos noruegueses. É bem verdade que não é um som tão acessível para a maioria, mas o show se torna espetáculo com eles. A produção de palco, assim como a interação invejável com o público transformam a experiência. Cada minuto, cada música, parece uma encenação diferente de uma peça diferente. E, diferente do nome agressivo que a banda tem, há uma alegria e felicidade sendo exalada no palco. Um show para se sair de bem com a vida. Sair renovado.
Quem tiver algum dia a oportunidade, deve ir a um show do Leprous. Foi essa a sensação que se teve para o modesto, barulhento e animado público em quase duas horas de apresentação.
SETLIST:
Silently Walking Alone
The Price
Illuminate
I Hear the Sirens
Play Video
Like a Sunken Ship
Passing
Distant Bells
Nighttime Disguise
Unfree My Soul
Below
Faceless
Castaway Angels
From the Flame
Slave
Encore:
Atonement
The Sky Is Red (final)