A Underoath, banda de rock americana originária de Tampa, Flórida, trilhou uma jornada musical marcante desde sua fundação em 1997 por Dallas Taylor e Luke Morton. Com uma carreira caracterizada por mudanças de formação, evolução sonora e um afastamento gradual do rótulo cristão, a Underoath solidificou seu lugar no cenário musical.
Origens e Transformações:
A banda teve início com Taylor e Morton em Ocala, Flórida, e ao longo dos anos passou por várias alterações na formação. O álbum de estreia, “Act of Depression” (1999), marcou o início de sua trajetória. Com o tecladista Christopher Dudley integrando-se em 2000, a Underoath lançou “Cries of the Past” (2000) e “The Changing of Times” (2002), estabelecendo sua presença no cenário hardcore e metalcore.
A mudança de direção:
A reviravolta sonora veio com “They’re Only Chasing Safety” (2004), que trouxe consigo a entrada de Spencer Chamberlain como vocalista principal. O álbum, com singles como “Reinventing Your Exit” e “It’s Dangerous Business Walking Out Your Front Door”, alcançou o sucesso comercial e marcou uma transição para um som mais acessível.
O ápice comercial veio com “Define the Great Line” (2006), atingindo o número 2 na Billboard 200. A banda continuou a explorar novas sonoridades, incorporando elementos post-metal e mantendo sua identidade única. A saída de membros originais, como Aaron Gillespie, contribuiu para uma evolução constante.
O anúncio do fim e renascimento:
Em outubro de 2012, a banda anunciou através de sua conta no Twitter que encerraria suas atividades em 2013. “É triste dizer que sinto que é hora de fechar este capítulo” , diz o vocalista Spencer Chamberlain. “Estes foram os melhores anos da minha vida inteira, e eu devo isso a todas as pessoas que apoiaram esta banda ao longo do caminho. Esta não foi uma decisão fácil. É apenas um tempo para nós seguirmos em frente”. A banda lançou um box especial, e fez uma turnê de despedida. O último CD de lançamento do Underoath se chama Anthology 1999-2013 , e foi lançado em 6 de novembro de 2012, com duas faixas inéditas.
No dia 26 de janeiro de 2013, a banda havia realizado seu último show na Jannus Live em St. Petersburg. na Flórida. No dia 31 de Julho de 2016, a banda publicou uma série de mensagens on-line anunciando “Rebirth is coming” (“renascimento está vindo”) e com isso, Aaron Gillespie se juntou novamente à banda.
O capítulo mais recente: “Voyeurist” (2022):
O último capítulo dessa jornada musical é “Voyeurist” (2022). Este álbum, lançado em janeiro de 2022, demonstra a maturidade e a versatilidade da Underoath. Continuando a explorar novas direções musicais, o álbum prova que a banda permanece tão inovadora quanto sempre foi.
Reflexões sobre a fé e a evolução musical:
Desde seus primeiros dias, a Underoath experimentou mudanças tanto na formação quanto na abordagem lírica. Inicialmente identificada como uma banda cristã, a Underoath gradualmente se afastou dessa associação, culminando na rejeição pública de sua abordagem musical cristã com “Erase Me”.
Legado e continuidade:
Ao longo de sua jornada, a Underoath deixou uma marca indelével no cenário musical. De álbuns certificados com ouro pela RIAA a performances em grandes festivais, a banda continua a influenciar gerações com sua abordagem única e disposição para explorar novos territórios musicais.
O capítulo mais recente, “Voyeurist”, revela uma Underoath resiliente e pronta para continuar desafiando as expectativas. Com seu legado sólido e uma base de fãs leal, a Underoath permanece uma força dinâmica na paisagem musical, pronta para os desafios futuros.
A banda já passou pelo Brasil em 2009 e 2012.
Motivos para não perder o show no Brasil
- Experiência única ao vivo: A energia e paixão que o Underoath transmite em suas performances ao vivo são incomparáveis. Prepare-se para uma noite de música intensa e emoções palpáveis.
- Clássicos e novidades: Além dos clássicos que marcaram gerações, os fãs podem esperar ouvir material novo e empolgante, demonstrando a evolução contínua da banda.
- Comunidade de fãs: Os shows de Underoath são verdadeiros encontros de uma comunidade global de fãs dedicados, criando um ambiente de camaradagem e celebração única.
- Memórias duradouras: A experiência de ver Underoath ao vivo no Brasil certamente será um momento inesquecível, cheio de memórias que serão lembradas com carinho por anos a fio.
Possível setlist:
- Take a Breath
- Writing on the Walls
- Hallelujah
- Breathing in a New Mentality
- Lifeline (Drowning)
- It’s Dangerous Business Walking Out Your Front Door
- Casting Such a Thin Shadow
- Let Go
- Damn Excuses
- You’re Ever So Inviting
- Reinventing Your Exit
- Cycle
- Down, Set, Go
- A Boy Brushed Red Living in Black and White
SHOW EM SÃO PAULO:
Data: 27 de Janeiro de 2024
Local: Vip Station
Endereço: R. Gibraltar, 346 – Santo Amaro, São Paulo – SP
Vendas online: https://pixelticket.com.br/eventos/17171/underoath-em-sao-paulo
Abertura da casa: 19:00hs / Término 23:30hs
Classificação: 18 anos
Realização: Gig Music e Hangar110 Música e Cultura
Em uma entrevista à Revolver, o vocalista Spencer Chamberlain falou sobre os problemas pessoais que enfrentou durante o hiato da banda que aconteceu durante os anos 2013 e 2016 e revelou que o Underoath decidiu abandonar os rótulos religiosos para poder salvar as suas carreiras.
“Eu não ligo pra que porra de religião você segue, isso não tem nada a ver com o ponto da coisa toda. Não tem nada a ver com um grupo em comunhão se movendo unidos, é sobre um bando de pessoas crescendo por conta própria. Era muita pressão, e tudo o que você fazia, você era crucificado por isso – sem querer fazer trocadilhos. Você não podia fazer nada sem deixar alguém bravo. As pessoas não se dão conta do quanto isso pesa nas suas costas.”
“O meu problema com drogas foi muito aberto publicamente e toda a comunidade cristã me odiava. Eu estava passando por dificuldades e tudo o que eu recebia era ódio, tipo, tudo o que acontecia era as pessoas me dizendo o quanto eu era um merda o tempo inteiro. Isso não é amor, isso não é confortável. O período da minha vida no qual eu mais me senti sozinho e isolado foi o tempo durante o qual eu me considerei um cristão, pessoalmente.”
Ele continuou:
“Porque eu tive problemas reais acontecendo na minha vida e ninguém podia falar comigo sobre isso. Não havia ajuda. Não havia nada. Era só ‘esconda isso, não fale sobre isso porque se você falar então você não é cristão e a banda não poderá continuar’ e isso é uma coisa tão fora da realidade. Estava nos levando em direções opostas e tornando tudo muito tóxico e eu tinha um problema enorme em dizer que essa era uma banda cristã.”
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