Paul McCartney celebra seu legado com fãs apaixonados em Sp

Segundo show com sold-out, traz repertório diferente e produção impecável

Texto: Peu Bertasso / Foto: Marcos Hermes (Primeira Noite)

Se você parar e pensar em uma banda ou artista que faça quase 3 horas de show, alguns nomes podem surgir à sua mente. Se você filtrar entre esses artistas quem faz isso com mais de oitenta anos, dificilmente você pensará em um nome diferente de Paul McCartney. Ainda mais se, em seu filtro, você incluir uma gigantesca quantidade de sucessos durante toda a apresentação, além de uma energia que muitos jovens não apresentam. No sábado (9), o Allianz Parque em São Paulo recebeu o segundo de três shows que o ex-Beatle trouxe à cidade. Além de São Paulo, Sir Paul ainda passou por Brasília, Belo Horizonte e Curitiba, encerrando a turnê no Rio de Janeiro. Figura carimbada em terras brasileiras, McCartney fez dessa vez sua décima passagem pelo país, sempre lotando os estádios por onde passa com fãs apaixonados, trazendo consigo seu grande carisma no palco. 

A abertura de todos os shows vem sendo realizada pelo Dj Chris Holmes, músico que acompanha Paul há algumas turnês. Em seu set, variados clássicos dos Beatles de outros artistas de renome serviam de trilha para o público que comparecia ao estádio do Palmeiras. Ao som de músicas como “Smile Away”, de Linda e Paul McCartney, um vídeo com várias imagens da história de toda a carreira do baixista britânico era apresentado nos telões. O público reagia conforme as imagens passavam no telão, principalmente com imagens envolvendo os garotos de Liverpool. Sem respeitar a pontualidade britânica, o show marcado para às 20h se deu início apenas quase vinte minutos depois com “A Hard Day’s Night”, levando o público ao delírio e contando com “Junior’s Farm”, do Wings, na sequência. Em “Letting Go”, também do Wings, o telão mostrava os músicos de sopro no meio da arquibancada, tocando de longe com a banda no palco, ainda contando com o público acompanhando nas palmas no final. Depois de falar que tentaria falar português naquela noite, “She’s a Woman” e a clássica “Got to Get You into My Life” deram sequência ao show, esta última cantada com animação pelos presentes. “Come On to Me”, a primeira nesta noite da carreira solo do músico, contou com um bonito jogo de luz que acompanhava os instrumentos de sopro. Com Paul na guitarra, o bonito blues “Let me Roll It” do Wings teve uma homenagem à Jimi Hendrix com um pedacinho de “Foxy Lady”. Apesar do público animar em todas as canções, era quando Paul tocava Beatles que os presentes realmente faziam barulho, como em “Getting Better”. No piano, Paul e sua banda tocou “Let ‘Em In” na sequência. Dedicado a sua esposa, Paul cantou “My Valentine”, dizendo que escreveu essa música para ela. Durante a música, seu clipe passava nos telões, clipe esse que tem Natalie Portman e Jhonny Depp traduzindo a música para linguagem de sinais.

A animada “Nineteen Hundred and Eighty-Five”, do Wings, contou com mais um bonito jogo de luz e, depois de “Maybe I’m Amazed”, Paul assumiu o violão em “I’ve Just Seen a Face”. Em português, Paul disse que tocaria a primeira música que os Beatles gravaram e, de forma intimista, com todos os membros da banda próximos entre si, “In Spite of All the Danger” foi executada enquanto o público acendia as luzes dos celulares. No mesmo formato, “Love Me Do” fez a alegria dos fãs. O britânico convidou todos a dançarem quando assumiu o bandolim em “Dance Tonight”, porém, a cena foi roubada pelas divertidas danças do carismático baterista Abe Laboriel Jr., músico que vem se apresentando nos últimos shows com uma lesão no pulso. Parte do palco se levantava lentamente subindo Paul, sozinho, em um bonito momento enquanto este apresentava a emocionante “Blackbird”. Ainda sozinho, Paul dedicou “Here Today” ao seu “parça” John Lennon, como ele mesmo disse em português. O público puxou o refrão de “Give Peace a Chance”, de Lennon, e foram acompanhados pela banda. Em seguida “New” e “Lady Madonna” foram executadas, com a última contando no telão com imagens de mulheres importantes na história do mundo. “Jet” e “Being for the Benefit of Mr. Kite!” deram espaço para que, com o ukulele, Paul dedicasse “Something” ao seu “mano” George Harrison. “Ob-La-Di, Ob-La-Da” colocou o estádio para dançar e cantar em um divertido momento do show. “Band on the Run” fez uma bela homenagem aos Wings com a clássica capa do álbum no telão. Na sequência, um vídeo dos Beatles em estúdio acompanhava Paul e sua banda tocando “Get Back”. Nesse momento, a sequência de músicas dos Beatles deu início com a clássica “Let It Be” que contou com o público, mais uma vez, acendendo as luzes do celular, ajudando a iluminar o estádio. “Live and Let Die” contou com um grande show de fogos e luzes, sendo um dos momentos mais bonitos no quesito “produção”. Para matar os beatlemaníacos, “Hey Jude” fez o estádio inteiro cantar e se emocionar. No telão, plaquinhas com os dizeres “na na na” entre o público deixava tudo mais bonito, encerrando assim o set principal.

Na volta do bis, Paul e seus músicos entraram com a bandeira do Brasil, Inglaterra e a do Arco-Íris, bandeira do movimento de apoio às causas LGBTQIA +, enquanto Abe tomava vinho quando era filmado para o telão. “I’ve Gotta a Feeling” iniciou o bis e contou com a participação de John Lennon em um take retirado do famoso “Rooftop Concert” gravado pelo quarteto. “I Saw Her Standing There” e a reprise de “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” vieram antes da pesada “Helter Skelter”, considerada por muitos (inclusive por Ozzy Osbourne) a música que foi o pontapé inicial para o Metal. Depois de agradecer sua equipe, sua banda e o público, Paul emendou “Golden Slumbers”, “Carry the Weight” e encerrou com “The End”, finalizando de vez a apresentação. 

Paul McCartney é um exemplo de carisma e animação. A todo momento, o músico fazia algumas dancinhas, buscando interagir com o público. Os presentes respondiam, puxando coros com seu nome e até gritando por “Paulinho, Paulinho”. Paul entrega o que promete: um show cheio de clássicos, diversão e energia. Era fácil de encontrar famílias inteiras com várias gerações diferentes celebrando a longevidade da música criada pelo quarteto de Liverpool que mudou, de fato, os rumos da música e da indústria musical. Num show como esse, McCartney mostra que sua música e seu legado, assim como o legado dos Beatles, serão eternos. 

Paul McCartney – 09/12/2023 – Allianz Parque

A Hard Day’s Night
Junior’s Farm
Letting Go
She’s a Woman
Got to Get You Into my Life
Come On to Me
Let Me Roll It
Getting Better
Let ‘Em In
My Valentine
Nineteen Hundred and Eighty-Five
Maybe I’m Amazed
I’ve Just Seen a Face
In Spite of All Dangers
Love Me Do
Dance Tonight
Blackbird
Here Today
New
Lady Madonna
Jet
Being for the Benefit of Mr. Kite!
Something
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Band on the Run
Get Back
Let it Be
Live and Let Die
Hey Jude

Bis:
I’ve Gotta a Feeling
I Saw Her Standing There
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise)
Helter Skelter
Carry the Weight
The End

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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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