Carnifex: O inferno escolheu eles

Após uma espera de 15 anos, um dos pais do deathcore finalmente marcam presença na capital paulista.

Fotos: Gustavo Palma

Em um sábado recheado de shows e um calor infernal que ja havia nos perseguindo a semanas, mas a banda Carnifex ia deixar a Fabrique ainda mais quente.

A tour “Necromanteum” que teve início nos EUA, trás a banda ao Brasil divulgando seu mais recente álbum de mesmo nome, mas a banda não ia só tocar faixas do novo álbum, e sim clássicos que o público tanta espera, então a noite prometia e muito.

Em 2012 a banda estava com shows marcados ao lados das bandas August Burns Red e The Ghost Inside, mas por algum motivo não revelado na época o evento foi cancelado semanas antes de acontecer, e isso deixou um gosto amargo na boca de todos. Mas isso tudo mudou nesse sábado dia 02/12.

Deathcore from Jundiaí

Pontualmente as 18:00 a banda Fim da Aurora inicia o show, com a casa um pouco vazia e público tímido. Aos poucos o público começou a entrar e a roda de mosh já mostrava seus primeiros indícios. Para quem não conhece, a banda de Metal/Hardcore de Jundiaí, que foi formada em dezembro de 2012, A formação atual da banda é André Bairral (vocal), Lucas Castro (Guitarra), Nicolas Brando (baixo) e Rodolfo Conrado (bateria)

O show se inicia com uma intro instrumental que já emenda com a faixa “Intolerância” que faz parte do álbum do mesmo nome lançado em 2011. Já considerado um clássico da banda, a faixa fala sobre a intolerância e ignorância que nos ronda diariamente.
Sem tempo para respirar, agora é a vez da faixa “Eleitos pela Mentira”, que critica o nosso péssimo sistema politico.

O som estava estourando em alguns momentos, mas ao decorrer do show o som foi sendo ajustado e tudo ficou excelente. O André Bairral, vocalista da banda, é um show a parte. Ele não para no palco, fazendo caras e bocas, batendo o microfone em sua própria cabeça. Ele é uma mistura de Trevor Strnad R.I.P (The Black Dahlia Murder) com Dylan Walker (Full of Hell). Particulament eu gosto de vocalista assim, fogem do padrão, fazem seu próprio show e vivem sem próprio mundo.

Após duas pedradas, André agradece aos presentes, a Liberation pelo convite e fala que esta muito feliz em honrado em abrir o show de uma das bandas que influenciam no som deles, é nítida a felicidade dele e da banda.

De volta a música, a bola da vez é música “Pelo Vale da Morte”, que faz parte do álbum “Atormentação”, essa música é um pedrada na orelha. A faixa agora é faz parte do novo álbum tem previsão de lançamento para final do primeiro semestre de 2024. Ainda não foi revelado nome, arte ou quantidade de faixas que farão parte do novo álbum.

Caminhamos pra reta final do show, e com clássicos da banda, as músicas “Dinheiro Sujo” e “Espíritos. Na última faixa em cerro momento o vocalista André urrou feito um urso sem microfone e deixou todos abismados, que potência vocal rapaz! E foi assim que a banda Fim da Aurora encerrou sua apresentação. Apesar de um set curto e duração beirando os 40 minutos, foi um show coeso e brutal.

Fim Da Aurora

  1. Intro
  2. Intolerância
  3. Eleitos pela Mentira
  4. Ritual
  5. Pelo vale da Morte
  6. Dinheiro Sujo
  7. Espíritos

Carnifex promove carnificina sonora

As 19 horas em ponto, após uma década de espera, Carnifex sobe ao palco e sem delongas já inicia a noite com a brutal “Dark Days”. As rodas já se formavam e deixava Scott Lewis, vocalista da banda, cheio de orgulho do que tava acontecendo.

Lembrando que o Scott parece não ser um fã dos fotógrafos, já que assim que a música chegou ao fim, ele resmungou que ” o local parecia um aquário com tanta luz.” É comum os shows de deathcore não tem uma iluminação na frente do palco.

Em pausa pra respirar, a faixa “Pray For Peace” do oitavo álbum da banda “Graveside Confessions” lançado em 2021. E a “In Coalesce With Filth and Faith”, e que essa fez os fãs mais hardcores ficarem emocionados, já que ela faz parte do álbum The Diseased and the Poisoned de 2008.

A minha preferida do último álbum era tocada, a faixa “Necromanteum”. Esse som é sombrio, pesado, técnico, tudo que uma música de metal extremo precisa ter. Ela ao vivo funciona muito bem e fez as rodas ficarem ainda mais insanas.

A próxima faixa quando foi anunciada fez todos vibrarem. Já que é uma das faixas favoritas de muitos fãs, é a vez de “Hell Chose Me”, do álbum de mesmo nome. Essa aí fez todos pularem, rodarem os braços e cantassem o refrão a pleno pulmões. Scoot olha e parecia não acreditar na entrega da platéia.

Novamente tocando as faixas do último álbum “Necromanteium”, foram executadas a “Torn in Two” e “Heaven and Hell All at Once”, que mostraram terem sido bem aceitas pelo público, todos ali presentes cantando ambos os sons. A todo momento Scoot pedia por circle pits e moshs mas nem eram necessário, o público fazia sem ele mesmo pedir. fazendo do Fabrique Club um verdadeiro pandemônio.

A banda passou por várias épocas de sua carreirq, tocando faixas do álbum de estreia da banda, o “Dead in My Arms” lançado em 2007, com as faixas “Collaborating Like Killers” e “Lie to My Face”, essa última foi com certeza o momento mais vibrado e brutal do show, fazendo o mosh virar um inferno na terra e com todos cantando juntos, que momento!

Agora passando pelo álbum “Die Without Hope” de 2014, a faixa de mesmo nome era executada. A cada nota tocada você sentia a brutalidade e intensidade na banda. Eles tocavam com vontade, e isso hoje em dia não é tão comum quando precisava ser.

Caminhando para o final do show, a música “Dark Heart Ceremony” foi anunciada, essa música é quase um black metal, cheio de blast beats e riffs pesados. Com a chegada do final do show, a energia da banda e do público parecia aumentar, e isso deixava todos querendo mais, sem pausa pra respirar a “Drown Me In Blood” foi executada, mostrando toda devastação sonora que a banda sabe fazer. Cada integrante tocava seu instrumento com uma técnica que beirava a perfeição.

A atmosfera atingiu seu ápice durante a intensa performance de “Hatred And Slaughter” e da poderosa e clássica “Slit Wrist Savior”, proporcionando uma despedida que culminou em uma verdadeira devastação sonora, deixando os fãs imersos em suor e felicidade.

Com duração um pouco superior a uma hora, o Carnifex converteu a apresentação em uma experiência visceral e verdadeiramente intensa. A maestria da banda ao mesclar riffs poderosos com segmentos velozes resultou em uma resposta efusiva dos fãs, que se agitaram desde os primeiros acordes do espetáculo. Sem dúvida, uma jornada pelas entranhas do metal extremo que permanecerá na memória de todos por um longo período.

A intensidade caótica do show certamente deixará uma marca duradoura nos corações dos fãs. Ao observar ao redor, sorrisos iluminavam os rostos de todos, agradecendo por terem testemunhado um show brutal.

Com uma performance que se estendeu por um pouco mais de uma hora, o Carnifex não apenas realizou um show, mas criou uma experiência visceral e intensa. A habilidade magistral da banda em entrelaçar riffs poderosos com partes rápidas provocou uma resposta explosiva dos fãs, que se entregaram à agitação desde as primeiras notas. Sem dúvida, uma jornada pelas profundezas do metal extremo que permanecerá na memória de todos por muito tempo. Que eles não demorem a voltar, obrigado Carnifex!

Carnifex – Fabrique Club – 02/12/2023

  1. Dark Days
  2. Pray for Peace
  3. In Coalesce With Filth and Faith
  4. Necromanteum
  5. Hell Chose Me
  6. Torn in Two
  7. Heaven and Hell All at Once
  8. Lie to My Face
  9. Collaborating Like Killers
  10. Die Without Hope
  11. Dark Heart Ceremony
  12. Drown Me in Blood
  13. Hatred and Slaughter
  14. Slit Wrist Savior

Agradecimento especial ao Sonoridade Underground pelo espaço, e a Liberation e Tedesco Comunicação e Mídia pelo credenciamento.

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About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

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