Leprous faz um show emocionante em noite de alta temperatura em São Paulo

Texto: Italo Silva / Fotos: Amanda Sampaio

A banda Norueguesa retorna à São Paulo, após 4 anos, e faz grande apresentação no Carioca Club. 

Após um dia extremamente quente, com os termômetros marcando aproximadamente 40 °C, chegou o momento de acompanhar mais um show da Leprous, banda norueguesa de progressive metal, no Brasil. Após 4 anos, eles voltariam a fazer um show no Carioca Club, casa no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. 

Formada em 2001, na cidade de Notodden, e com sete álbuns de estúdio, a banda é formada pelos incríveis músicos Einar Solberg (vocal e sintetizadores), Tor Suhrke (guitarra e backing vocals), Robin Ognedal (guitarra), Simen Børven (baixo) e Baard Kolstad (bateria). 

Enquanto estava do lado de fora da casa, vi que a banda chegava de van a aproximadamente 30 minutos antes do início do show, que seria às 21h00. Nenhuma banda de abertura foi escalada para essa noite. Sem parar para falar com um grupo de fãs que se encontrava na porta, eles entraram rapidamente e, quando algumas pessoas que se encontravam perto de mim perceberam que era a van deles e resolveram se aproximar, na esperança de conseguir uma foto ou autógrafo, eles já haviam adentrado o Carioca Club.

Entrei alguns minutos após a chegada da banda para ficar numa boa localização, mas circulei pelo espaço e pude constatar que a casa estava com 60% da pista tomada e o camarote ainda tinha um bom espaço vazio. A priori, não vi a banca de merch, que se encontrava em um lugar diferente do habitual – perto da entrada. Dessa vez, ela estava nos fundos da pista e tinha camisetas com o valor de R$120,00 e pôsteres autografados no valor de R$60,00. À medida que os minutos passavam, o público bastante entusiasmado, apesar do calor intenso, ocupava as dependências da casa e buscava maneiras de se refrescar enquanto aguardava. 

Uma música instrumental tocava ao fundo e foi interrompida pelas notas iniciais de um instrumental composto por sintetizadores, parte da backing track de “Out of Here”, do álbum “Aphelion” (2021). Os integrantes adentraram o palco e o show começou às 21h03. Quando Einar começou a cantar, notava-se que sua voz não se encontrava nas melhores condições, mesmo assim, o vocalista se contagiou com a energia do público que cantava junto a plenos pulmões e se soltou no palco, acompanhando a entrada dos outros instrumentos na metade da música. Tal sinergia entre público e banda estaria presente até o final do show. Após a primeira música explosiva, eles começam “Illuminate”, do álbum “Malina” (2017), que é bem groovada, com quebras de tempo, baixo bem marcado, mostrando o belo trabalho de Simen, e belas variações do vocal de Einar. Em suma, um bom som para manter a energia alta do público. Para fechar a primeira trinca de sons, a banda tocou a única música do álbum “Coal” (2013): a excelente “The Valley” – quase nove minutos de prog moderno, nos convidando a viajar por diferentes texturas que lembram Tool e Opeth intercaladas por um som etéreo incrível. 

Para a continuação do show, a banda escolhe dois temas mais melancólicos: “On Hold” e “Castaway Angels”, ambas do álbum “Aphelion”, que emocionam o público. Em um breve pausa, Einar conversa com o público, dizendo estar feliz por retornar ao Brasil após 4 anos. Ele anuncia que a próxima música é do álbum “Malina” e as primeiras notas já deixando todos em polvorosa. É hora do maior sucesso da banda “From The Flame”, que faz com que todos cantem. Em seguida, tocam a reflexiva “The Flood” do álbum “The Congregation” (2015) e o hino “Alleviate” do álbum “Pitfalls” (2019) que, apesar de não ter a mesma pegada prog das músicas anteriores, conecta-se como público pelo tema delicado, relacionado à saúde mental, e pelo estilo de cantar de Einar, que toma o protagonismo da música para si.

Para a última parte do show, eles deixam “Stuck”, que mostra um belo trabalho de equipe, principalmente do baixista Simen, elevando energia do show e retornando ao prog. Logo em seguida, eles tocam a música que eu considero uma verdadeira obra de arte, por sua composição no geral, letra e nuances vocais de Einar: “Below”, que pertence ao álbum “Pitfalls”. O público se emociona e aplaude por um longo tempo, gritando o famoso “olê, olê, olê, olê… Leprous, Leprous”. Não poderia ser diferente! 

Para o final do set, a banda toca a cativante “The Price”, do álbum “The Congregation”, que é uma das músicas mais ouvidas da banda nas plataformas de streaming, e, em seguida, a maravilhosa “Nighttime Disguise” que tem uma linha de piano e orquestração lindas, além de agudos incríveis de Einar, fechando com alguns fry screams. A banda realmente entrega tudo nesse momento e deixa o palco. O público, querendo mais, grita “Leprous, Leprous” repetidas vezes. A banda retorna brevemente e as luzes ficam vermelhas para “The Sky is Red”, do álbum “Pitfalls”, uma das músicas mais longas e experimentais da banda. Ao final dela, o público ainda queria mais. Eles gentilmente atendem o pedido e tocam “Slave”, música que estava sendo pedida por várias pessoas. Mesmo com alguns problemas técnicos, a performance seguiu e a banda finalizou o show em grande estilo. 

Baard pula a bateria e todos agradecem. Chegamos ao final de um show emocionante, que cobriu diferentes texturas musicais, entregando uma das melhores performances do prog metal moderno que podemos ver atualmente. Nem o calor intenso fez com que o público deixasse de comparecer em bom número ao Carioca Club. A produtora Overload acertou em cheio ao trazer a banda, que não deixou a desejar e demonstra uma ótima conexão com o Brasil e seus fãs.   

Leprous – Carioca Club – 17/11/2023

  1. Out of Here
  2. Illuminate
  3. The Valley
  4. On Hold
  5. Castaway Angels
  6. From the Flame
  7. The Flood
  8. Alleviate
  9. Stuck
  10. Below
  11. The Price
  12. Nighttime Disguise

Bis:

  1. The Sky Is Red

Bis 2:

  1. Slave
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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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