Siegrid Ingrid: “Back From Hell”, primeiro álbum em quase 25 anos é tão pesado quanto nunca.

Siegrid Ingrid, banda icônica do underground paulista lançará neste domingo (5/11) o LP “Back From Hell”, seu primeiro full-length desde “The Corpse Falls” de 1999. Nosso colaborador Daniel Agapito teve a chance de ouvir este LP antecipadamente.

Nota: 8,75

Se existisse um monte Rushmore da cena do metal underground paulista, surpreenderia a poucos se o Siegrid Ingrid estivesse lá. Formados originalmente no final da década de 80, lançaram seu primeiro trabalho, o 7’ “The Choice” em 1992. Desde então foram considerados uns dos maiores expoentes do metal extremo paulista. “Back From Hell” é o sucessor de seus dois álbuns (“Pissed Off” (1996) e “The Corpse Falls” (1999)) e é o primeiro full-length lançado após o retorno da banda em 2019.

“Back From Hell” já começa chutando o ouvinte no peito, semelhantemente aos seus antecessores (que começaram com “Pissed Off” e “Murder” respectivamente). Depois da breve faixa introdutória com o mesmo nome do álbum vem a avassaladora “Nojo”, que logo de cara já traz uma sonoridade mais próxima do death e thrash metal tradicional. Este estilo sonoro continua prevalente pelo resto do álbum, que pode ser visto com a faixa seguinte, “In Search Of Light”. A mesma traz elementos bastante usuais do thrash metal mais tradicional como bastante uso do bumbo duplo, uso repetido do ride e riffs rápidos mas curtos.

Em entrevista com nosso site, Punk, vocalista da banda disse que é difícil de rotular o Siegrid Ingrid. “Back From Hell” demonstrate isso muito bem. Nele tem músicas mais voltadas ao thrash como a já citada “In Search of Light” mas também existem músicas mais voltadas ao hardcore e quase um grind tradicional como a bem direta “Fuck! I Hate You”, que conta com uma participação especial de Henrique Fogaça (Oitão).

Outra coisa que este novo disco faz muito bem é reunir grandes nomes da cena metal brasileira, algo que é pouco visto no metal brasileiro. Fora a participação de Fogaça na “Fuck! I Hate You”, temos também a participação de Mayara Puertas (Torture Squad) na “Dead Inside”, a sétima faixa. Os vocais distintos de Puertas são um bom contraste com os de Punk nesta música, trazendo uma boa variação para o disco.

A única pequena reclamação que pode ser feita com disco é em relação à variação dos riffs em alguns momentos. Isto fica muito evidente na transição da quarta faixa (“Drásticas Consequências”) para a quinta (“Never Again”), onde os riffs parecem que se misturam um pouco. Fora isso, o LP demonstra ser muito bom por sua duração completa de por volta de 30 minutos.

Outro aspecto que definitivamente merece aplausos é a produção, cortesia de Michel Oliveira. Produção querendo ou não é um dos aspectos que mais data um álbum, inclusive os primeiros dois do Siegrid Ingrid. Desta vez, a mixagem e masterização estão praticamente impecáveis. Todos os instrumentos estão claros, audíveis e cabem muito bem um com o outro. Isto facilita bastante em mostrar o entrosamento da banda, mesmo após um hiato de quase 20 anos e uma troca de formação.

Em relação ao novo membro, o baterista Herbert Loureiro, parece que ele esteve na banda desde o começo. As partes de bateria são muito bem trabalhadas e ainda conseguem resgatar a essência da percussão dos primeiros dois LPs. O entrosamento e dinâmica entre a banda é algo realmente admirável.

No geral, “Back From Hell” complementa muito bem a discografia do Siegrid Ingrid, que já era notavelmente boa e consistente. O novo álbum mostra que mesmo após um hiato de quase 25 anos desde o último “full-length” os paulistas ainda são extremamente capazes de produzir um som que o próprio vocalista descreveu como “Arrastão”.

E você, já ouviu o “Back From Hell”?

Ouça o álbum pelo Spotify:

Confira também nossa entrevista com Punk, vocalista da banda:

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