Sétima edição do Monsters of Rock traz line up de peso com Kiss como headliner

A edição de 2023 do festival reuniu um line up poderoso com Doro, Symphony X, Candlemass, Helloween, Deep Purple, Scorpions e Kiss com sua turnê de despedida

*Fotos de Gustavo Diakov, em cobertura para o site https://igormiranda.com.br/

Após um hiato de quase oito anos, o Monsters of Rock finalmente voltou a ser realizado no Brasil. Sua última edição aconteceu em 2015, na Arena Anhembi, em São Paulo, reunindo nomes como Ozzy Osbourne, Judas Priest, Rival Sons, Kiss, Manowar, Accept, entre outros, durante os dias 25 e 26 de abril. O evento aconteceu no último sábado (22), no Allianz Parque (SP), em único dia e com um line up de peso.

Com a abertura dos portões às 10 horas, o Allianz Parque começou a receber os fãs que chegaram cedo para curtir a sétima edição do Monster of Rock que prometia um dia recheado de shows poderosos com grandes nomes do heavy metal e do classic rock. 

Um dos pontos fortes do evento foi a sua pontualidade, com todos os shows respeitando os horários previstos e começando pontualmente ou com diferenças irrelevantes no horário das apresentações.

Doro, a Rainha do metal

A primeira atração a subir no palco do Monsters of Rock 2023 foi a cantora e compositora Doro Pesch, que foi vocalista da banda Warlock, considerada a rainha do metal e um nome forte na cena heavy metal na década de 80 e que agora segue em carreira solo, após se tornar a única integrante original da Warlock.

A cantora fez um show competente e trouxe a força do heavy metal para o festival. Doro tem uma presença de palco cativante e se mostrou bem feliz em estar fazendo a apresentação no festival. O repertório do show foi calcado, em sua maior parte, nas canções da banda Warlock, trazendo músicas como I Rule the Ruins, Burning the Witches, Metal Racer, entre outras. Mas também contou com Raise Your Fist in the Air, Revenge e All for Metal, faixas da carreira solo de Doro

All for Metal, música de seu último álbum, Forever Warriors//Forever United (2018), fechou a apresentação. Doro conseguiu contagiar o público que marcou presença cedo e chegou a passear com uma bandeira do Brasil pelo palco, mostrando que o festival começou com o pé direito.

  1. I Rule the Ruins (cover de Warlock)
  2. Earthshaker Rock (cover de Warlock)
  3. Burning the Witches (cover de Warlock)
  4. Fight for Rock (cover de Warlock)
  5. Raise Your Fist in the Air
  6. Metal Racer (cover de Warlock)
  7. Hellbound (cover de Warlock)
  8. Revenge
  9. All We Are (cover de Warlock)

Bis:

  1. All for Metal

A problemática apresentação do Symphony X 

Na sequência, foi a vez da banda Symphony X se apresentar. O grupo de metal progressivo que se apresentou no Brasil no ano passado não trouxe muita novidade para o palco do festival. A banda ainda teve sua performance prejudicada por problemas técnicos, com chiados constantes em algumas canções, o que além de desagradar o público, deixou o vocalista Russell Allen bem nervoso e irritado. O músico chegou a jogar o pedestal do microfone para trás, demonstrando o quanto estava revoltado com a equipe técnica e com os problemas no som.

O público não abraçou o show do Symphony X, ficando pouco animado e interessado, o que fez o vocalista tirar um sarro da situação. Mesmo com todos os pesares, a apresentação do Symphony X foi bem consistente, reforçando a habilidade técnica da banda e a qualidade musical de sua performance. O setlist contou com músicas como Nevermore, Sea of Lies, Kiss of Fire, Run With the Devil, entre outras. Um show bom, que foi prejudicado e acabou meio perdido num line up que não conversava muito com sua sonoridade.

  1. Nevermore
  2. Serpent’s Kiss
  3. Sea of Lies
  4. Without You
  5. Kiss of Fire
  6. Run With the Devil
  7. Set the World on Fire (The Lie of Lies)

O Doom arrastado do Candlemass cativa o Monsters of Rock

O Candlemass certamente era o patinho feio da edição de 2023 do Monsters of Rock. Entrando no line up para substituir o Saxon, a banda tem uma sonoridade bem destoante dos demais nomes presentes no festival. Isso não foi um problema para os veteranos do Candlemass, que são um dos maiores expoentes do doom metal, com seus riffs arrastados e suas canções fúnebres.

Fazendo um dos melhores shows do festival, a banda subiu ao palco ao som da Marcha Funebre, tema de Chopin que faz parte do álbum Nightfall, lançado em 1987. O Candlemass apostou em um setlist focado em seus clássicos, o que se mostrou uma decisão sábia, já que o show agradou até mesmo o público que teve seu primeiro contato com o grupo naquele momento. 

Os fãs que ostentavam camisetas da banda foram à loucura com o show, já que era apenas a terceira passagem do Candlemass pelo Brasil. Faixas como Mirror Mirror, Bewitched, Crystal Ball e Sorcerer’s Pledge deram um brilho único para a performance, deixando os fãs extasiados e até mesmo emocionados. 

Um show que tinha tudo para dar errado e acabou sendo um dos pontos altos do festival. 

  1. Intro: (Marche Funebre)
  2. Mirror Mirror
  3. Bewitched
  4. Under the Oak
  5. Dark Are the Veils of Death
  6. Crystal Ball
  7. The Well of Souls
  8. A Sorcerer’s Pledge
  9. Solitude

A diversão em forma de heavy metal com o Helloween

Chegou a vez do Helloween transformar o Monsters of Rock em uma verdadeira festa heavy metal. Apesar da banda começar o show com um problema técnico, já que a cortina demorou mais do que o esperado para cair enquanto a música Dr. Stein era executada, o show foi um alto astral sem igual. 

A banda que contava com 3 vozes, sendo elas Michael Kiske, Andi Deres e Kai Hansen (também guitarrista), fez um verdadeiro espetáculo em seus 55 minutos de show. O Helloween levantou o público e fez os fãs cantarem a plenos pulmões músicas como Eagle Fly Free, Power e o medley Ride the sky/Heavy Metal (Is The Law)
A execução das baladas Forever and One (Neverland) e If I Could Fly trouxe um belo momento para o show e certamente emocionou os fãs ali presentes. O encerramento com I Want Out, onde jogaram diversos balões laranjas com o símbolo da banda no público, entregou um dos momentos mais divertidos e contagiantes da sétima edição do Monsters. O show do Helloween foi um dos mais divertidos da edição, além de ser uma experiência sensacional para os fãs de metal.

  1. Dr. Stein
  2. Eagle Fly Free
  3. Power
  4. Medley de Kai Hansen: Ride the Sky + Heavy Metal (Is the Law)
  5. Forever and One (Neverland)
  6. If I Could Fly
  7. Solo de guitarra Best Time
  8. Future World
  9. I Want Out

Deep Purple trazendo o hard rock clássico para o festival

O Deep Purple, um dos gigantes do hard rock, foi a próxima atração do Monsters of Rock. É evidente que a apresentação da banda acaba limitada, devido a idade avançada dos integrantes Ian Gillan (vocalista) e Roger Glover (baixista), ambos com 77 anos, além de Ian Paice (baterista) e Don Airey (tecladista) com 74 anos. O membro mais “jovem” é o guitarrista Simon McBride.

Ainda assim, a banda entrega um show 100% sincero, fazendo o melhor dentro de suas possibilidades e adequando o setlist a suas limitações. Mesmo com uma recepção positiva do público, o show do Deep Purple não funcionou muito bem para um grande festival, deixando claro que a apresentação seria muito mais bem aproveitada em um local mais intimista. 

Os solos longos e algumas versões estendidas de algumas músicas, necessárias para o descanso de alguns músicos, acabam se perdendo em um show de festival e dispersando o interesse do público. Ainda assim, o Deep Purple mostrou o motivo de ser um dos medalhões do hard rock ao performar músicas como Pictures of Home, Uncommon Man, Perfect Strangers e a icônica Smoke on the Water

  1. Highway Star
  2. Pictures of Home
  3. No Need to Shout
  4. Solo de guitarra + Uncommon Man
  5. Lazy
  6. When a Blind Man Cries
  7. Anya
  8. Solo de teclado (com trechos de Mr. Crowley e músicas brasileiras)
  9. Perfect Strangers
  10. Space Truckin’
  11. Smoke on the Water

Scorpions mostra consistência e peso em sua décima passagem pelo Brasil

Foi a vez de mais um medalhão do Rock pisar no palco. O Scorpions marcou sua décima passagem pelo Brasil com um show sensacional. A banda, apesar da idade dos músicos, ainda entrega um ótimo espetáculo. Algumas passagens instrumentais fazem parte da apresentação, pensadas para o descanso do vocalista Klaus Meine, que apesar dos seus 74 anos ainda se mostra um baita vocalista e frontman.

O Scorpions entregou um setlist que, em sua maior parte, animou e empolgou o público. Canções como Make It Real, Bad Boys Running Wild, Blackout e Big City Nights. O telão e as luzes do palco deixaram a apresentação da banda ainda mais interessante. Um dos momentos onde o telão interagiu com o show foi durante o solo do baterista Mikkey Dee, ex-Motorhead, que sincronizava suas batidas com uma máquina caça níqueis que aparecia no telão.

As clássicas baladas do Scorpions não poderiam deixar de marcar presença na apresentação. Send Me an Angel foi executada de forma acústica, enquanto Wind of Change teve sua letra alterada devido aos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Still Loving You marcou presença no bis, que se encerrou com a incendiária Rock Like a Hurricane, que trouxe um final catártico para o excelente show do Scorpions, com todo o Allianz Parque cantando a faixa em alto e bom som.

  1. Gas in the Tank
  2. Make It Real
  3. The Zoo
  4. Coast to Coast
  5. Seventh Sun
  6. Peacemaker
  7. Bad Boys Running Wild
  8. Delicate Dance
  9. Send Me an Angel
  10. Wind of Change
  11. Tease Me Please Me
  12. Rock Believer
  13. New Vision (Solo de baixo e bateria)
  14. Blackout
  15. Big City Nights

Bis:

  1. Still Loving You
  2. Rock You Like a Hurricane

A última e divertida festa do Kiss em terras brasileiras

Chegou a hora da atração final. Com o telão exibindo imagens de Doc McGhee, lendário empresário da banda, levando os músicos já preparados do backstage para o palco, era chegada a hora de ver o Kiss com sua End of the Road (será?) tour.

Com a cortina caindo já dava para ver as explosões, fogos e os membros da banda descendo cada um em uma plataforma. É o espetáculo do Kiss para alegria dos fãs de todas as idades e gerações. A performance contou com tudo o que tinha direito, com fogo saindo do palco em vários momentos, um telão que complementava a experiência, explosões, bateria levantando durante o solo e é claro, muito rock n’ roll.

O repertório do Kiss colocou o público já cansado para cantar, pular e festejar a alegria que é vivenciar um show dos mascarados ao som de clássicos como Detroit Rock City, Shout It Out Loud, Deuce, I Love It Loud, Lick It Up e Psycho Circus. É perceptível que em termos musicais, a apresentação do Kiss deixa a desejar, principalmente os vocais de Paul Stanley, o que é natural devido a idade e acaba sendo mascarado pelo espetáculo visual que a banda proporciona e um playback aqui e ali.

Mas é impagável ver Gene Simmons babando sangue (algo que em algum momento da carreira do Kiss foi assustador e macabro), além de ver Paul Stanley ir de tirolesa até um outro “palco” para cantar Love Gun e I Was Made For Lovin’ You. Antes do momento final do show, Eric Singer cantou a balada Beth no piano. Logo em seguida, o momento festa voltou com a música Do You Love Me e com várias bexigas do Kiss sendo jogadas no público, para a diversão dos fãs. Rock and Roll All Night fechou o show com chuva de papel picado (um dos momentos mais bonitos do festival) e com mais explosões e fogos de artifício. 

Tem maneira melhor de se encerrar um festival do que com um show do Kiss? Talvez tenha, mas acho pouco provável. O show do Kiss é uma experiência que toda pessoa deveria vivenciar pelo menos uma vez na vida. E a sétima edição do Monsters of Rock se encerra com um saldo pra lá de positivo.

  1. Detroit Rock City
  2. Shout It Out Loud
  3. Deuce
  4. War Machine
  5. Heaven’s on Fire
  6. I Love It Loud
  7. Say Yeah
  8. Cold Gin
  9. Solo de guitarra: Tommy Thayer
  10. Lick It Up
  11. Makin’ Love
  12. Calling Dr. Love
  13. Psycho Circus (parcial)
  14. Solo de bateria: Eric Singer
  15. 100,000 Years (parcial)
  16. Solo de baixo: Gene Simmons
  17. God of Thunder
  18. Love Gun
  19. I Was Made for Lovin’ You
  20. Black Diamond

Bis:

  1. Beth
  2. Do You Love Me
  3. Rock and Roll All Nite
Nos sigam e deêm um like na gente \m/
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About Luis Antonio

Publicitário, colecionador de discos, resenheiro, podcaster, editor, viciado em shows e devoto do Chino Moreno. Misturo Napalm Death e Justin Bieber na mesma playlist e sou entusiasta do nu metal até hoje. Você também me encontra no Podcore Podcast, Downstage, 4 Discos e Entre e Ouça!

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