Texto: Bruno Santos
Noite fria em São Paulo. Casa lotada.
A banda responsável pela abertura da noite foi o Genocídio, banda oitentista da cena paulista.
Apresentação curta, mas que aqueceu muito bem o público.
Dentre as músicas autorais, como “Kill Brazil” e “Condemnation”, a banda prestou homenagem ao Slayer, executando a clássica “Kill Again”, do álbum “Hell Awaits”.
Um show sombrio, denso, mas também, destruidor e caótico.
Pontualmente, as 20:00, o Cannibal sobe ao palco. Luzes vermelhas, o som das guitarras ecoando, atmosfera sombria. Os gritos de “Cannibal! Cannibal! Cannibal!” surgem e se intensificam.
Como de costume, o vocalista Corpsegrinder está trajado com uma camiseta do Krisiun, homenagem mais que merecida ao trio. Aponta para a mesma e sem mais, ouvimos o grito de “KILL!!!”, dando início a “The Time to Kill is Now”, seguida de “Scourge of Iron”, “Inhumane Harvest” (do último álbum de estúdio intitulado “Violence Unimagined”) e “Code of the Slashers”. Ótimas músicas para se iniciar a destruição.
“Fucked With a Knife” é dedicada a todas as mulheres presentes na casa e mostra como o vocalista está empolgado com os fãs brasileiros, andando de um lado para o outro, pedindo mais e mais energia do público.“The Wretched Spawn” e “Gutted” dão sequência as clássicas da banda.
“Kill or Become” se inicia e me prende a atenção no baixista Alex Webster, que se destaca com sua técnica matadora. É incrível notar como o músico se sobressai nessa faixa.
“This is about shooting blood…” nesse ponto, já sabemos que “I cum Blood” será a próxima. A roda se abre ainda mais, surpreendendo todos que estavam próximos (inclusive, assisti todo o show muito perto do mosh e recomendo!). O vocalista nos desafia a “banguear” melhor do que ele na intro da música e antes de começar a cantar, nos diz que falhamos miseravelmente. Mesmo com seus 51 anos de idade, o cara ainda gira o pescoço rápido, não podemos negar.
Após um mosh insano, o show segue com “Evisceration Plague” e “Death Walking Terror”. Vale aqui ressaltar e enaltecer o ótimo trabalho que o guitarrista Erik Rutan está fazendo, sendo substituto de Pat O’Brien. Ótima execução de solos e uma presença de palco incrível.
“Necrogenic Resurrection” e “Condemnation Contagion” encerram a primeira parte do show. O que está por vir é uma sequência destruidora de clássicos, que com certeza, deixou muitos sem voz e pescoço no término.
“Unleashing the Bloodthirst” é dedicada ao Krisiun, que estava presente na casa. “Devoured by Vermin” e “A Skull full of Maggots” dispensaram apresentações. Executadas brutalmente em sequência, sem pausas.
O pescoçudo tenta nos enganar, dizendo que “Stripped, Raped and Strangled” será a última da noite. Mas nós sabemos o que está por vir. “Hammer Smashed Face” encerra a noite. Mesmo após quase 1 hora e meia de show, o público ainda tem energia, inclusive os que estão na roda!
Somos agradecidos pela noite e por continuar com o suporte ao Death Metal.
Após quase 4 anos desde sua última passagem pelo país, o Cannibal Corpse mostra que com mais de 30 anos de estrada, ainda é possível se manter “em forma” e entregar um show com maestria.