Confira o Bate-papo com o pessoal do Jenni Sex sobre shows, lançamentos e curiosidades.

Entrevista: Andrei Lopes/Gustavo Diakov

JENNI SEX cria um pós-punkismo sombrio, imersivo, dançante, que voeja em
nuances que poderiam alimentar uma pista de dança dos remotos anos 80.
Uma colaboração entre Oliveira Helders (voz, guitarra, efeitos), Danilo Lima
(baixo, efeitos) e Mauricio Pasqualle (bateria), o power trio de São Paulo/SP,
pode esculpir sentimentos e desejos de forma surrealista e absurdista.

Primeiramente nós do Sonoridade agradecemos a presença de vocês, sejam
bem vindos. 


Sonoridade Underground: Como surgiu a formação do grupo?
Danilo Lima – Ei, Gustavo Diakov, obrigado, estamos felizes por você apreciar o
trabalho da Jenni Sex e nos convidar!
Durante o ano de 2010, quando morava no centro de São Paulo, o Helders deu
início ao projeto compondo algumas músicas e convidando amigos.
O primeiro EP, She´s Gone, foi gravado ao vivo em dezembro de 2012 no estúdio
Quadrophenia em SP e lançado de maneira independente em fevereiro de 2013.
No mesmo ano, a banda fez algumas apresentações, mas logo entrou em um
longo período de inatividade. Somente em dezembro de 2017, o segundo disco
“Songs Through Your Tongue” começou a ser gravado e lançado pela Baratos
Afins em fevereiro de 2018.


Sonoridade Underground: Dividir o palco com o Molchat Doma abriu portas para projetos e
apresentações? E Como surgiu o convite?
Oliveira Helders – Sim. De fato, houve um aumento no fluxo de pessoas
acompanhando o nosso trabalho.
Em setembro de 2020, quando lançamos o single “Treasures”, saíram
publicações em sites na república Tcheca e na Alemanha. Após 3 dias, acordei
com mensagens de uma seguidora da banda, informando que os músicos da
Molchat Doma estavam mencionando a Jenni Sex durante entrevistas. Foi
quando estabeleci contato com o baixista Pavel e o vocalista Egor.
Assim que foram divulgadas as datas da turnê, eles nos indicaram para a
produtora no Brasil. É muita gentileza e elegância dessa turma!! (risos)


Sonoridade Underground: E qual foi a sensação de dividir o palco com eles? Antes dos shows, rolou uma
interação entre vocês?
Mauricio Pasqualle – Estávamos ansiosos para ver e ouvir a reação do público,
foi indescritível apresentar nosso trabalho e ver a multidão acompanhando e vibrando! A maior interação com os músicos e equipe da Molchat Doma aconteceu após os shows, posso definir como; “alegria, calor, emoção e poesia”.


Sonoridade Underground: Nitidamente a maioria do público não conhecia o trabalho de vocês,
injustamente, pq o som de vocês é incrível, onde vocês se esconderam por
todo esse tempo hahaha?
Maurício Pasqualle – Hahaha, obrigado pelas amáveis palavras! Apreciamos!
Em 2014, todos os integrantes estavam passando por um buliçoso período,
alguns saíram para dedicar-se aos estudos, tratamentos, famílias e etc. Foi após
toda essa voragem, que recebi o convite do Helders pra assumir a bateria, logo
na sequência com a entrada do Danilo no baixo, começamos a trabalhar
fortemente e de olho em um terceiro disco.


Sonoridade Underground: Vocês vão dividir o palco com o Duo Ductape, da Turquia, qual a expectativa?
Oliveira Helders – É a primeira vez que o duo Ductape vai passar pelo Brasil.
Quando recebemos o convite, confesso, foi sísmico! Ainda estávamos
contagiados pela energia do show com a Molchat Doma. A dimensão do projeto
Post-Punk Brasil é contemplada ao sabermos que os organizadores e apoiadores
pensam nos artistas com carinho, e, ainda por cima, ajuda aqueles que ainda
estão no início a persistir e acreditar no seu trabalho. Queremos fazer um show
para as pessoas poderem esculpir sentimentos e desejos, precisamos suplantar a
natureza sombria dos anos anteriores.


Sonoridade Underground: Como está a agenda de vocês? Podem nos adiantar mais algumas datas?
Oliveira Helders – Dia 20/05 com o Ductape (Turquia) no Madame Underground
Club, e no dia 16 de junho com o Duo Caligulas (SP) no Porta, em Pinheiros.
Outras datas aguardam confirmações, provavelmente vamos dividir os
amplificadores com a banda Herzegovina (RJ), Faktura (SP) e com o Ritual Howls
(Detroit) assim que divulgarem data em São Paulo.


Sonoridade Underground: Vocês lançaram o primeiro trabalho em 2013, o segundo em 2018 e em 2020 o
single “Treasures”. Podemos esperar algum lançamento nos próximos meses?
Oliveira Helders – Em fevereiro de 2020, estávamos com 25% do novo disco
pronto e a situação pandêmica levou à paralisação dos trabalhos. Com o estúdio
fechado, a única faixa que estava finalizada era “Treasures”.
Tínhamos a arte de capa feita pelo ilustrador italiano Giuseppe Cristiano, e
precisávamos de um vídeo para apoiar na divulgação da música, foi aí que
surgiu o diretor de arte Dee Olher, que de solo australiano, coletou imagens
individuais que registramos durante o isolamento social. Ele também foi o responsável pela criação do vídeo da música “Crystalline” totalmente imersivo
em texturas VHS.
O novo álbum está em fase final de produção e será lançado através da Wave
Records até fevereiro de 2023. Provavelmente vamos lançar mais um single no
decorrer dos próximos meses.


Sonoridade Underground: Vemos muito no hardcore/punk, e em tempos atuais, até no metal, bandas se
posicionarem politicamente. Qual posicionamento de vocês? E qual parcela a
música e artes vocês veem que tem de importância na conscientização das
pessoas?
JS: Somos absurdistas. Passamos a dedicar nossas vidas a uma revolta constante, e
assim podemos viver livremente. O novo disco contém músicas que
homenageiam a resistência do povo brasileiro, mas no momento, estamos
constantemente intrigados com o sombrio, com sentimentos e desejos.


Sonoridade Underground: Para finalizar, quais as influências de cada integrante? E Quais bandas do
cenário post-punk nacional vocês indicam?
Oliveira Helders – Todos nós viemos de diferentes contextos musicais e a
surpresa é termos encontrado uma maneira de combinar naturalmente nossas
influências. Foi bom encontrar um “som” para essa formação, está sendo o
melhor momento.
A plataforma Plainsong.io disponibiliza excelentes materiais, cito o trabalho das
bandas: Stenamina Boat, Drowned Men, Caligulas, Herzegovina, Tempos de
Morte, Kaust, Arte no Escuro, Elegia, Cão da Meia Noite, Nouvelle Vie e muitas
outras…


Sonoridade Underground: Alguma mensagem ou consideração final?
JS: Sempre queremos fazer o nosso melhor e aproveitar o que estamos fazendo.
Planejamos continuar a fazer música com pressão sonora e batidas que você
pode sentir em seu peito, melodias e letras que fazem você se sentir bem e que
dão conforto àqueles que sentem que são a única pessoa no mundo.

BANDCAMP: https://jennisex.bandcamp.com/
Instagram: https://www.instagram.com/jenniall_sex/
Facebook: https://www.facebook.com/rock.jennisex

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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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