Resenha: Dead Fish + Supercombo

Nas calçadas e estacionamentos dos arredores da Audio os públicos se misturavam: boa
parte estava indo à casa ao lado, assistir a apresentação da dupla sertaneja Jorge e
Mateus. Era quase irônico ver aquele deslocamento de gente de preto no meio daquele mar
de gente com camisa xadrez. E essa multidão avistada já nos arredores da casa já deu o
tom do que seria esse primeiro momento.


A Audio é uma casa impecável, com um camarote descente, uma pista ampla e um
tratamento acústico fantástico, todo mundo sabe disso; o problema é do lado de fora:
encontrar um estacionamento por menos de R$50 é quase impossível – mas com paciência
e aceitando uma caminhada, esse sonho se torna real.
Pois bem, já passou da meia noite e nem sinal da Supercombo. O público vai demonstrando
impaciência e começa a descer do camarote, andar pra lá e pra cá. Até que alguém da
produção surge no palco, passa o som rapidamente e sem muito tempo pra se acomodar,
sem apresentações, a banda abre um show que começa ali a fazer jus ao tamanho dessa
noite que já tinha virado manhã.


Leo Ramos, Carol Navarro, Pedro Ramos “Toledo”, André “Pindé” e Paulo Vaz entregam
uma energia que faz o público rapidamente esquecer da demora, do acesso, do horário e
embala versões “encorpadas” de hits já clássicos da banda como Saudade até as mais
recentes como Maremotos. Um set para todo tipo de fã da banda se deliciar. Essa
atmosfera e energia toda faz até o mais atento esquecer do som por vezes doce que a
banda traz nas gravações de estúdio.


O que vimos ao vivo foi uma banda que toca com a mão pesada e essa atitude transcende
a música: o vocalista Leo Ramos fez questão de, em uma das pausas, convidar os eleitores
para regularizar o título de eleitor para votar e foi apoiado pelo público que gritava em coro
palavras contra o governo atual.

Confira algumas fotos da apresentação:


Já se passou das 2h da manhã e a grande atração da madrugada é anunciada pela voz de
quem mais se queria ouvir naquele momento: Rodrigo.
O vocalista contagiou o público em poucos segundos e se divertindo com o público, fazia
caretas e brincava com os fãs que quase caiam em cima dele ao subir no palco, abraçava
outros, puxava pra cantar junto… Um típico show de hardcore, uma vibração digna do
tamanho do Dead Fish.


O show foi outro deleite para fãs de vários momentos da banda, com clássicos do disco de
2000 como Afasia até “novidades” como Sangue nas Mãos.
Independentemente do período da história que cada música resgatava, o público cantava
cada letra e dava um show a parte com mosh, stage dives e muito suor para marcar uma
noite histórica para as duas bandas, para a Audio e para todo mundo que esteve lá.
Histórico porque são 31 anos de Deadfish e o que vimos foi uma banda mais hardcore e
mais necessária do que nunca, no som, na energia e nas falas politizadas do Rodrigo entre
as músicas.


Que venham mais 31. Estaremos lá com certeza!

Texto e Fotos: Augusto de Castro

Agradecimentos; Carol Dias e Audio Club.

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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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