Owen se diverte com fãs em São Paulo com show emocional e descontraído

Mike Kinsella mostrou a sensibilidade de seu projeto solo, emocionou ao tocar American Football e fez “karaokê” com os fãs

Fotos por Luis Antônio

Mike Kinsella é uma figura importante da cena emo e da música alternativa. Fundador da influente banda indie Cap’n Jazz e vocalista e guitarrista do American Football, um dos principais nomes do Midwest emo, o músico também se apresenta em carreira solo sob o nome artístico Owen.

Aproveitando a aguardada estreia do Cap’n Jazz no Brasil, Mike Kinsella fez um show com seu projeto solo, Owen, no Jai Club, em São Paulo, na última quinta-feira (06), pela Áldeia Produções.

A abertura da noite ficou por conta do músico Cyro Sampaio, vocalista e guitarrista da banda Menores Atos, nome consolidado no cenário underground nacional. A escolha se encaixou perfeitamente, já que Cyro vem se apresentando em formato solo, apenas voz e violão, trazendo versões acústicas de músicas da Menores Atos e de sua carreira solo.

Com um público modesto na casa, Cyro fez uma bela apresentação, destacando o peso emocional de suas canções. O músico expressou sua alegria em abrir o show de Mike Kinsella e agradeceu a todos que chegaram cedo para prestigiar sua performance. Músicas como “Não Tem Mais Verão”, “Devagar” e “Sobre Cafés e Você” marcaram presença no setlist. A apresentação de Cyro se encaixou perfeitamente na proposta intimista da noite e conquistou o público presente na Jai Club.

Na sequência, Mike Kinsella subiu ao palco para apresentar suas canções lançadas sob o nome artístico Owen. Desde o início do show, mostrou-se carismático e à vontade, como se estivesse tocando de forma descontraída para um grupo de amigos.

Kinsella cometeu pequenos erros com frequência ao longo da noite, esquecendo algumas partes das músicas ou se confundindo em alguns trechos. Mas esses deslizes não prejudicaram o show, pelo contrário, ajudaram a tornar o clima mais leve e descontraído, quebrando a barreira entre artista e público. Owen fez piadas o tempo todo e interagiu com os fãs próximos ao palco, criando uma atmosfera acolhedora. Ver o artista tocando com tanta sinceridade e vulnerabilidade acabou se tornando um dos grandes diferenciais da apresentação.

De sua discografia como Owen, Kinsella apresentou canções como “Bad News” e “The Sad Waltzes of Pietro Crespi”, do álbum At Home With Owen (2006); “A New Muse” e “Dead for Days”, de The Avalanche (2020); “The Armoire”, presente em Ghost Town (2011); além de faixas de seu trabalho mais recente, The Fall of Sioux (2024), como “A Reckoning” e “Hit and Run”.

Mas, certamente, a resposta mais calorosa do público veio quando Mike incluiu músicas do American Football no repertório. “Uncomfortably Numb”, do LP3, que na gravação original conta com a participação de Hayley Williams (Paramore), pegou os fãs de surpresa, que assumiram as partes da vocalista em um dos momentos mais bonitos do show.

“Home Is Where the Haunt Is”, um dos clássicos do American Football presente no LP2, emocionou o público e fez todos cantarem alto, mostrando a forte conexão que os fãs têm com as canções da banda. Mas foi em “Never Meant”, o hino do American Football (e do emo também, por que não?), do autointitulado disco de estreia, que veio o ápice da noite, com o maior número de celulares gravando e a participação mais intensa dos fãs.

O fato de Mike ter tocado três músicas do American Football foi uma grata surpresa para os fãs, já que, em seus últimos shows, o músico vinha incluindo apenas uma canção da banda no setlist. Já na reta final da apresentação, as brincadeiras e o clima descontraído do show acabaram extrapolando um pouco.

Ao final de “Never Meant”, Mike começou a conversar com um fã e o chamou para tocar no palco. O fã aceitou o convite, mas, como demorou para afinar o violão, Owen acabou deixando o palco por alguns momentos, fazendo o fã soltar um “Where’s Mike?”. Na sequência, outro fã chegou a subir ao palco para tocar “Love Is Not Enough”, mas Kinsella não conseguia cantar direito, já que acabava caindo na risada (ele estava realmente se divertindo), dizendo que se sentia em um “karaokê”. O que começou como uma brincadeira engraçada e divertida acabou se tornando cansativo e demorado, perdendo a graça depois de algum tempo. 

Quando o músico voltou ao violão, agora acompanhado de uma caipirinha, pegou seu celular e colocou para tocar uma demo, uma espécie de mashup de uma música do The Smiths. Certamente não era o que o público esperava, tornando-se um momento decepcionante para quem aguardava ouvir mais uma canção da carreira do artista.

Mesmo com esse deslize no final, a noite terminou de forma calorosa, já que Kinsella voltou após uma breve pausa para atender os fãs na banca de merch. O músico demonstrou muito carisma e atenção, tirando fotos, conversando e autografando os discos de todos que estavam presentes.

No final, o show do Owen teve um saldo positivo. Marcado pelo tom intimista e descontraído, a apresentação mostrou uma forte conexão com o público e trouxe surpresas do American Football no setlist, emocionando os fãs que acompanham todos os trabalhos do músico. Mike Kinsella esbanjou carisma e se divertiu (até demais) com todos que marcaram presença na Jai Club.

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About Luis Antonio

Publicitário, colecionador de discos, resenheiro, podcaster, editor, viciado em shows e devoto do Chino Moreno.Misturo Napalm Death e Justin Bieber na mesma playlist e sou entusiasta do nu metal até hoje.Você também me encontra no Podcore Podcast, Downstage, 4 Discos e Entre e Ouça!

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