Behemoth – The Shit ov God (2025) -

Foto por Sylwia Makris and Christian Martin Weiss

O Behemoth, um dos nomes mais importantes do blackened death metal mundial, lança seu 13º álbum de estúdio, The Shit ov God. Apesar do título controverso, o disco marca um retorno mais enxuto e direto, conquistando a crítica como o trabalho mais consistente da banda desde o aclamado The Satanist (2014).

Após a recepção morna de I Loved You at Your Darkest (2018) e do contestado Opvs Contra Natvram (2022), Nergal e companhia apresentam uma obra com apenas oito faixas e 38 minutos de duração, uma decisão que elimina excessos e traz mais coesão ao repertório. Essa concisão permite que cada música tenha impacto próprio, sem cair na repetição ou arrastar a experiência.

A abertura com “The Shadow Elite” estabelece o clima sombrio e opressor do álbum, mesclando riffs dissonantes, vocais ásperos e uma cadência típica do death/black metal. Já a faixa-título, “The Shit ov God”, ganha força dentro do contexto do disco: construída sobre um andamento cadenciado e marcada por uma introdução em spoken word, a canção transborda fúria em sua crítica quase irônica, com letras que soam absurdas em sua provocação.

“Lvciferaeon” surge como um dos momentos mais melódicos, trazendo vocais de apoio grandiosos e um refrão de impacto, enquanto “Nomen Barbarvm” se destaca pelo uso de coros épicos e por um riff death/thrash na segunda metade, adicionando agressividade e variedade à obra. Logo em seguida, “O Venvs, Come!” remete diretamente à grandiosidade de “O Father O Satan O Sun!” de The Satanist. Apesar de não alcançar o mesmo nível épico, a faixa carrega forte inspiração melódica e reforça a capacidade de Nergal em criar atmosferas intensas e imersivas.

Embora faixas como “Sowing Salt” não acrescentem tanto à narrativa sonora, nenhuma música se alonga mais do que deveria, tornando o disco mais acessível e dinâmico. Essa escolha reflete uma mudança em relação aos últimos trabalhos, que sofriam com estruturas extensas e pouco inspiradas.

The Shit ov God não é o auge criativo do Behemoth, mas representa um passo firme em direção à solidez artística perdida após The Satanist. A produção polida, os riffs impactantes e o equilíbrio entre peso e atmosfera tornam o álbum uma experiência satisfatória tanto para fãs de longa data quanto para novos ouvintes do metal extremo.

Com este lançamento, o Behemoth reafirma sua posição como uma das bandas mais influentes do cenário e mostra que, mesmo após décadas de carreira, ainda tem fôlego para surpreender e provocar.