Um aquecimento digno de festival marcou a véspera da I Wanna Be Tour em São Paulo
Fotos: @pridiabr
Neck Deep: juventude, intensidade e proximidade com os fãs
Abrindo a maratona, o Neck Deep trouxe uma performance explosiva que transformou a casa em um verdadeiro campo de batalha sonora. O público, ainda pequeno pelo horário, compensou em animação: logo nos primeiros acordes de “Dumbstruck Dumbf**k” e “Sort Yourself Out”, surgiram os primeiros mosh pits e crowdsurfings, mostrando que a plateia estava disposta a dar tudo desde o início.
O vocalista Ben Barlow conduziu o show de forma intimista, explicando escolhas do setlist, interagindo com os fãs e reforçando a sensação de proximidade. O momento mais simbólico veio em “She’s a God”, quando o público presenciou um mosh feminino, um ato raro e poderoso em meio a um espaço majoritariamente masculino.
Faixas como “Gold Steps” e “Can’t Kick Up the Roots” incendiaram a pista, enquanto “December (Again)” trouxe a dose melódica e emotiva que arrancou coros apaixonados. O encerramento com “In Bloom” resumiu o espírito da apresentação: juventude, energia e conexão genuína com os fãs, além de criar uma atmosfera de expectativa para o show da banda no Allianz Parque no dia seguinte.
Story of the Year: peso, intensidade e entrega visceral
O Story of the Year subiu ao palco em seguida, e a noite ganhou outra dimensão. A banda, que não tocava no Brasil há 12 anos, trouxe um som mais denso, pesado e catártico. Se o Neck Deep representou a face mais enérgica e juvenil do pop punk, o Story of the Year veio como o contraponto mais pesado da noite.
Logo na abertura, “Tear Me to Pieces” e “War” deram o tom, com riffs potentes e uma presença de palco que não deixou dúvidas sobre o fôlego da banda. O vocalista Dan Marsala, extremamente comunicativo e com uma camiseta muito hilária da Britney Spears, destacou-se pelo carisma e energia, emendando falas com saltos e pedidos para que o público participasse intensamente.
Os momentos mais emocionantes surgiram em músicas clássicas. Em “Sidewalks”, o salão se transformou em um mar de luzes quando milhares de lanternas de celular foram erguidas, criando um clima de comunhão. Já em “Is This My Fate? He Asked Them”, o vocalista pediu a abertura de um circle pit que foi atendido prontamente, um dos pontos mais intensos do show.
O final com “Until the Day I Die” foi apoteótico: o público cantando mais alto que a própria banda, enquanto o vocalista incentivava cada vez mais gritos, sintetizou a entrega do grupo. Foi um show que resgatou a memória dos fãs de longa data e, ao mesmo tempo, mostrou que a banda segue relevante e poderosa no palco, me senti jogando Need for Speed: Underground, onde conhecui a banda, onde a vida era muito mais fácil.
Yellowcard: nostalgia, coro coletivo e espetáculo inesquecível
O grande clímax da noite ficou para o Yellowcard, nome mais aguardado do side show. Para muitos presentes, a banda não era apenas um show, mas um reencontro com memórias pessoais, caso de quem os viu pela primeira vez em 2006, no antigo show da Mix, ao lado do Fall Out Boy, onde foi o primeiro show da minha vida, então o sentimento para mim, era diferente.
A entrada dos integrantes, um a um, criou uma expectativa quase ritualística. O show começou com a banda tocando a música-tema do filme “Top Gun – Ases Indomáveis” (1986), reforçando o clima de nostalgia que a noite prometia. Logo na abertura com “Only One”, o público respondeu em coro tão alto que abafava os instrumentos, “Lights & Sounds” fez a Tokio Marine explodir. Ao longo da apresentação, ficou claro o diferencial da banda: o violino inconfundível do Sean Mackin aliado a três guitarras, criando uma parede sonora difícil de competir.
Houve espaço para nostalgia e emoção. Em “Bedroom Posters”, o vocalista lembrou que a música fala sobre esperar, e destacou que eles também esperaram muito para retornar ao Brasil, gerando um dos momentos mais emotivos da noite. “Honestly I”, e “Better Days”, faixa título do próximo lançamento da banda, foram bem recebidas pelo público. Em seguida, a icônica introdução do tema de Rocky anunciou “Fighting”, levando o público ao delírio. Clássicos como “Rough Landing, Holly” e a balada “Empty Apartment” mostraram a versatilidade do setlist, enquanto a pesada “Awakening” fez todos gastarem as últimas energias.
O encore foi uma verdadeira consagração. Com “With You Around”, e o hino absoluto “Ocean Avenue”, o Yellowcard transformou o Tokio Marine Hall em um coral coletivo, onde cada voz ecoava memórias e emoções. Um detalhe marcante: no sideshow, a banda incluiu duas músicas a mais do que no setlist da I Wanna Be Tour, presenteando os fãs com uma experiência exclusiva e inesquecível.
Neck Deep Setlist – 29/08/2025 – Tokio Marine Hall:
Dumbstruck Dumbf**k
Sort Yourself Out
Motion Sickness
Gold Steps
Kali Ma
Can’t Kick Up the Roots
She’s a God
Take Me With You
Heartbreak of the Century
STFU
We Need More Bricks
December (Again)
A Part of Me
In Bloom
Story of the Year – Setlist – 29/08/2025 – Tokio Marine Hall:
Tear Me to Pieces
War
And the Hero Will Drown
Dive Right In
Anthem of Our Dying Day
Take Me Back
The Antidote
Real Life
Sidewalks
In the Shadows
“Is This My Fate?” He Asked Them
Until the Day I Die
Yellowcard- Setlist – 29/08/2025 – Tokio Marine Hall:
Only One
Lights and Sounds
Breathing
honestly i
Believe
Way Away
Light Up the Sky
Bedroom Posters
Fighting
Rough Landing, Holly
Empty Apartment
Keeper
For You, and Your Denial
Awakening
Encore:
With You Around
Better Days
Ocean Avenue