Insomnium declara amor pelo Brasil e conquista o coração dos fãs em sua estreia nas terras brasileiras. 

Em uma sexta-feira recheada de grandes shows e uma CCXP, o Insomnium tinha a missão de entregar uma apresentação à altura. E aqui vai um pequeno spoiler: eles entregaram mais do que o esperado.  

Texto por Guilmer (@guilmer_metal) e Fotos por Amanda Sampaio (@amandasampaop.ph) 

 
A tão aguardada turnê da banda vai passar por oito países da América Latina. Esta foi a primeira vez que o grupo se apresentou em solo brasileiro. O show foi sob organização da produtora Overload. 
 
Insomnium é uma banda finlandesa de death metal melódico, formada em 1997 na cidade de Joensuu. Conhecida por suas letras poéticas e atmosferas densas, a banda combina elementos de doom metal e black metal com melodias introspectivas. Seus primeiros álbuns, como “In the Halls of Awaiting” (2002) e ” Above the Weeping World “ (2006), estabeleceram sua reputação no cenário do metal. Com o passar do tempo, o Insomnium ganhou reconhecimento global por seu som único e emotivo, lançando álbuns aclamados pela crítica, comoShadows of the Dying Sun” (2014), “Heart Like a Grave” (2019) e o mais recente e excelente ” Anno 1696″, lançado em 2023. Atualmente, a banda é formada por Niilo Sevänen (baixo/vocal), Markus Vanhala (guitarra), Markus Hirvonen (bateria) e Tomy Laisto (guitarra).  


 
Com a casa ocupada por metade de sua capacidade, às 20h50, os alto-falantes começaram a tocar o hino da Finlândia, em homenagem ao Dia da Independência do país, celebrado em 6 de dezembro. Pontualmente às 21h, os finlandeses subiram ao palco para o delírio do público.  
 
Em meio a gritos e euforia, a banda iniciou o show com a poderosa “1696”, faixa do mais recente álbum Anno 1696. Sem perder tempo, emendaram “Valediction” e a excelente “White Christ”, cuja força no refrão faz qualquer headbanger querer bater cabeça.  


 
Após uma breve pausa para respirar, o líder Niilo Sevänen agradeceu aos fãs e expressou a honra de finalmente tocar para o público brasileiro. Ele pediu desculpas pela demora em aparecer por aqui e prometeu não demorar tanto para voltar. Que assim seja!  
 
Dois dos grandes destaques seguintes foram as faixas “Lilian” e a belíssima “And Bells They Toll”. Esta última, com seu refrão grudento e melódico, foi um dos pontos altos do show. O público cantou o riff principal junto com a banda, criando uma cena de arrepiar qualquer músico.  
 
Na sequência, Niilo apresentou os integrantes da banda. O momento rendeu uma situação hilária, quando o baterista Markus soltou um sonoro e nítido “CARALHO”, arrancando risadas de todos.  


 
Outro grande destaque foi a performance do guitarrista Markus Vanhala. Ele não só toca com maestria, mas também canta absurdamente bem e possui um “feeling” fora do comum. É raro encontrar guitarristas tão técnicos e, ao mesmo tempo, tão expressivos. Seu desempenho nos solos foi impecável, deixando a sensação de que estávamos ouvindo o álbum em casa com fones de ouvido. Para quem não o conhece, Markus também integra a banda Cemetery Skyline. E aqui o “mito do rei Midas” faz jus: tudo o que ele toca vira ouro.  


 
Após esse massacre sonoro, Niilo comentou que haviam tocado no Peru na noite anterior, mas garantiu que o show de São Paulo estava insano e muito melhor. Claro, como uma torcida de futebol, o público brasileiro retribuiu com gritos e aplausos. E, sejamos justos, o público brasileiro realmente sabe como impressionar as bandas gringas, demonstrando paixão não só pelo rock/metal, mas por qualquer gênero musical.  
 
É bonito ver uma banda como o Insomnium no palco. A química entre os integrantes é absurda. Um exemplo disso foi Tomy Laisto, que interagiu com o público o tempo todo, fazendo caras e bocas, além de sorrir para fãs específicos. A troca de energia era evidente.  
 
Voltando ao show, as faixas “Unsung” e “The Witch Hunter” incendiaram a plateia. A primeira é a única música do álbum “One for Sorrow” (2011) a ser executada ao vivo, o que a torna ainda mais especial para os fãs antigos.  


 
Falando em sons antigos, a brutal “Mortal Share”, do clássico “Above the Weeping World” (2006), levou os fãs mais fiéis ao êxtase. Sob o comando de Niilo, uma roda de mosh foi aberta no meio do Carioca Club, reafirmando o poder do death metal melódico em mover multidões.  
 
Com cerca de uma hora de show — que passou voando —, a faixa “Song of the Dusk” encerrou a primeira parte do espetáculo.  
 
De repente, o palco ficou vazio. Apenas uma luz focada no baterista Markus Hirvonen, que iniciou as primeiras batidas de “The Primeval Dark”. Sem dar tempo para respirar, a clássica e icônica “While We Sleep” explodiu nos alto-falantes, fazendo o Carioca Club vir abaixo. Essa faixa tem um significado especial para mim, pois foi através dela que conheci o Insomnium. Ouvi-la ao vivo pela primeira vez foi emocionante.  


 Para encerrar esse show magnífico, a excepcional “Heart Like a Grave” foi tocada com o volume no máximo. O público, em uníssono, cantou a melodia com a boca, emocionando os membros da banda, que não conseguiram esconder os sorrisos de surpresa e felicidade.  
 
Quando um show é bom, o tempo voa. E, nesse caso, o tempo passou tão rápido quanto um trem-bala. O Insomnium não apenas entregou uma performance extraordinária tecnicamente, mas também proporcionou uma experiência visual e emocional única. Ver uma banda tocando com tanta alegria e reciprocidade com o público brasileiro é algo raro.  


 A taça de melhor show de dezembro — e um dos melhores do ano — vai para o time da Finlândia. 🏆🎶  
 
Agradecimentos especial para a produtora Overload, pela parceria, show e credenciamento.  

Setlist:


 

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About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

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