Avantasia: Todos os Álbuns do “Bom” ao “Épico”

De The Metal Opera” a “Moonglow”, classificamos a discografia do projeto que redefiniu o metal sinfônico.

Foto por @diegopadilha

Poucos nomes no metal evocam a grandiosidade de Avantasia. O que começou em 2001 como um projeto paralelo de Tobias Sammet, vocalista do Edguy, rapidamente se transformou em uma entidade própria: uma “Metal Opera” em constante evolução, com um elenco rotativo que mais parece o “Hall da Fama” do rock e do metal.

Classificar a discografia do Avantasia não é tarefa fácil. Cada álbum é um capítulo de uma saga, seja ela musical ou lírica. Alguns fãs preferem a era inicial do Power Metal puro; outros, a fase mais madura e orquestral.

Para este ranking, analisamos a discografia de estúdio completa com base em critérios jornalísticos e de crítica musical: impacto (na época e no legado), coesão (como a história e as músicas se encaixam), qualidade dos convidados (e como foram utilizados) e, claro, a força das composições.

Nota Editorial: A lista fornecida para análise incluía o álbum Here Be Dragons (2025). Dado que este álbum acaba de ser lançado (ou ainda está em seu ciclo inicial de promoção em 2025), ele foi omitido deste ranking. Seria injusto compará-lo com álbuns que tiveram mais de duas décadas para solidificar seu legado. Esta lista foca nos nove álbuns de estúdio que definiram a carreira do projeto até o momento.

O Ranking do Sonoridade Underground do Avantasia

9. Angel of Babylon (2010)

Lançado simultaneamente com The Wicked Symphony, Angel of Babylon inevitavelmente sofre com a comparação. Enquanto seu álbum-irmão continha muitos dos épicos mais ambiciosos, este parece uma coleção de “lados B” de luxo. Não nos entenda mal: um “lado B” do Avantasia ainda é melhor que o “lado A” de muitas bandas. No entanto, falta-lhe a coesão e o impacto de um lançamento singular.

  • Destaques dos Convidados: Jørn Lande, Russell Allen, Michael Kiske.
  • Melhores músicas: “Stargazers”, “Angel of Babylon”.

8. A Paranormal Evening with the Moonflower Society (2022)

O álbum mais recente (antes da era Dragons) é, talvez, o mais “direto” e divertido de Tobias Sammet em anos. É um disco vibrante, focado em canções de hard rock e metal melódico que funcionam individualmente. Contudo, ele carece da ambição narrativa e da escala épica que definiram os maiores triunfos do projeto. É um ótimo álbum de rock, mas um álbum “apenas” bom do Avantasia.

  • Destaques dos Convidados: Ralf Scheepers, Floor Jansen, Michael Kiske.
  • Melhores músicas: “The Wicked Rule the Night”, “Misplaced Among The Angels”.

7. The Mystery of Time (2013)

Este álbum marcou um recomeço. Foi o primeiro a se afastar da “Saga Scarecrow” e a introduzir uma nova história, além de ser o primeiro a contar com uma orquestra sinfônica real (a Orquestra Sinfônica Alemã de Babelsberg). A ambição é palpável, mas o álbum sofre com uma produção controversa (especialmente na bateria) que, para muitos, soa “achatada”. É um álbum de transição crucial que pavimentou o caminho para o que viria a seguir.

  • Destaques dos Convidados: Biff Byford (Saxon), Joe Lynn Turner, Ronnie Atkins.
  • Melhores músicas: “Sleepwalking”, “The Great Mystery”.

6. Moonglow (2019)

Moonglow é o Avantasia em seu estado mais polido e comercialmente poderoso (alcançou o primeiro lugar nas paradas alemãs). A produção é impecável e faixas como “The Raven Child” são obras-primas de narrativa gótica. No entanto, após o auge criativo de Ghostlights, este álbum parece seguir uma fórmula. Uma fórmula brilhante, sem dúvida, mas que não oferece as mesmas surpresas de seus antecessores.

  • Destaques dos Convidados: Candice Night (Blackmore’s Night), Hansi Kürsch (Blind Guardian), Mille Petrozza (Kreator).
  • Melhores músicas: “The Raven Child”, “Moonglow”, “Book of Shallows”.

5. The Metal Opera Part II (2002)

A conclusão da saga original de Gabriel Laymann. Part II é mais melódico, coeso e maduro que seu antecessor. Ele troca parte da energia crua do Power Metal por arranjos mais complexos e momentos de pura emoção. “The Seven Angels” permanece como um dos maiores épicos do gênero. Perde para o primeiro apenas por não ter o fator “novidade”.

  • Destaques dos Convidados: Michael Kiske, Andre Matos, Bob Catley, Sharon den Adel.
  • Melhores músicas: “The Seven Angels”, “No Return”, “Chalice of Agony”.

4. The Wicked Symphony (2010)

Se Angel of Babylon foi o “lado B”, The Wicked Symphony foi o “lado A” de proporções bíblicas. Este é Tobias Sammet em seu estado mais prolífico e ambicioso. É um álbum duplo não-oficial (junto com AoB) que transborda de ideias. A faixa-título de quase 10 minutos e a participação de Klaus Meine (Scorpions) em “Dying for an Angel” mostram um compositor no auge da confiança, misturando metal com rock de arena e AOR.

  • Destaques dos Convidados: Klaus Meine, Russell Allen, Tim “Ripper” Owens.
  • Melhores músicas: “The Wicked Symphony”, “Runaway Train”, “Dying for an Angel”.

3. The Metal Opera (2001)

Onde tudo começou. É impossível exagerar o impacto deste álbum em 2001. Em uma época dominada pelo Nu Metal, Sammet teve a audácia de lançar uma “Ópera Metal” conceitual com ídolos reclusos (como Michael Kiske) e lendas do gênero. É cru, rápido e transborda a paixão de um jovem músico prestando homenagem aos seus heróis. Ele não apenas reviveu o gênero Metal Opera; ele o redefiniu para o século XXI.

  • Destaques dos Convidados: Michael Kiske (na época, um retorno triunfal), Andre Matos, Kai Hansen.
  • Melhores músicas: “Reach Out for the Light”, “Farewell”, “Avantasia”.

2. Ghostlights (2016)

Ghostlights é a obra-prima da era moderna do Avantasia. É o álbum onde Sammet pegou a fundação orquestral de The Mystery of Time e a aperfeiçoou. A coesão é absoluta; cada música flui para a próxima, equilibrando velocidade, baladas sombrias e épicos teatrais. O uso dos convidados é o mais inteligente da discografia, usando Dee Snider (Twisted Sister) em um dueto gótico ou Sharon den Adel em sua performance mais poderosa. É um álbum denso, sombrio e impecável.

  • Destaques dos Convidados: Dee Snider, Jørn Lande, Sharon den Adel, Marco Hietala.
  • Melhores músicas: “Mystery of a Blood Red Rose”, “Ghostlights”, “Draconian Love”, “Let the Storm Descend Upon You”.

1. The Scarecrow (2008)

Após seis anos de silêncio, muitos pensaram que o Avantasia era uma relíquia do passado. The Scarecrow não foi apenas um retorno; foi uma reinvenção. Sammet abandonou o Power Metal puro e abraçou o Hard Rock de arena, o AOR e uma sensibilidade de composição atemporal.

Este álbum tem tudo: o elenco de convidados mais surpreendente e icônico (Alice Cooper!), os maiores “hits” (“Lost in Space”) e o épico definitivo da banda (a faixa-título de 11 minutos, com Jørn Lande e Michael Kiske). The Scarecrow provou que o Avantasia não era um projeto paralelo, mas a principal força criativa de Tobias Sammet. É o equilíbrio perfeito entre ambição artística e apelo comercial, e o disco que define o legado do Avantasia.

  • Destaques dos Convidados: Jørn Lande, Alice Cooper, Michael Kiske, Rudolf Schenker (Scorpions).
  • Melhores músicas: “The Scarecrow”, “Lost in Space”, “Shelter from the Rain”, “Twisted Mind”.
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