The Offspring entrega punk rock, setlist repleto de clássicos, declarações de carinho aos fãs brasileiros e uma performance impecável.

Foto: @bmaisca

O Festival também contou com a participação de Rise Against, Sublime, Amyl and The Sniffers, The Damned e The Warning.

No último sábado (08), o Allianz Parque foi palco do Punk is Coming!, evento promovido pela 30e e muito aguardado pelos fãs brasileiros. A turnê The Offspring: Supercharged Worldwide in ’25 também passou por outras capitais, incluindo Belo Horizonte (05), Rio de Janeiro (06) e Curitiba (09). Encerrando a passagem pelo Brasil, Porto Alegre recebeu ontem, terça -feira (11), a última apresentação.

Amyl and The Sniffers:

Em um dia de calor intenso, com os termômetros marcando 31°C às 14h, Amyl and the Sniffers subiu ao palco para abrir os shows do dia. A banda australiana, liderada pela carismática Amy Taylor (vocal), fez sua estreia no Brasil em Belo Horizonte no primeiro show da turnê e mostrou por que é tão aclamada por suas apresentações enérgicas e caóticas, capazes de causar um verdadeiro impacto no público. 

Acompanhada por Declan Martens (guitarra), Gus Romer (baixo) e Bryce Wilson (bateria), a banda entregou um setlist poderoso com 14 faixas, incluindo o hino cheio de personalidade e ironia “Security”, além de “Got You” e “Some Mutts (Can’t Be Muzzled)”. Em um verdadeiro espírito punk rock, Taylor não deixou de lado a contestação política. Durante o show, fez críticas afiadas a figuras poderosas, direcionando xingamentos a Donald Trump, Vladimir Putin e Elon Musk, reforçando a atitude rebelde e contestadora que define o gênero. O show chegou ao ápice com o encerramento eletrizante de “Hertz”, um dos maiores sucessos do grupo.

Amyl and The Sniffers – Allianz Parque – 08/03/2025

  • Security
  • Doing in Me Head
  • Chewing Gum
  • Guided by Angels
  • It’s Mine
  • Some Mutts (Can’t Be Muzzled)
  • Jerkin’
  • Tiny Bikini
  • Got You
  • GFY
  • Facts
  • Big Dreams
  • U Should Not Be Doing That
  • Hertz

The Warning:

Logo em seguida, às 15h15, foi a vez do The Warning subir ao palco. O trio mexicano, que ganhou notoriedade com um vídeo viral no YouTube de sua versão de “Enter Sandman” (Metallica), apresentou sua sonoridade hard rock marcada pela fusão do rock clássico e moderno.

Formada pelas irmãs Daniela Villarreal (vocal e guitarra), Paulina Villarreal (bateria e vocal) e Alejandra Villarreal (baixo e vocal), a banda fez sua aguardada estreia no Brasil com um setlist poderoso. Entre as músicas apresentadas estavam “Sick!”, “Qué Más Quieres” – faixa cantada inteiramente em espanhol – e “Disciple”, um dos maiores sucessos do grupo.

The Warning – Allianz Parque – 08/03/2025

  • S!CK
  • Z
  • Qué Más Quieres
  • Satisfied
  • More
  • Sharks
  • Disciple
  • Hell You Call a Dream
  • Automatic Sun
  • Envolve
  • Dull Knives (Cut Better)

The Damned:

Os veteranos do The Damned subiram ao palco às 16h30, entregando não apenas um som pesado e cheio de energia, mas também muito estilo. Dave Vanian (vocal), sempre impecável, desafiou o calor com jaqueta, calça e luvas, enquanto Captain Sensible (guitarra) adotou um visual mais descontraído, porém igualmente chamativo, arrancando olhares do público. Figuras centrais da banda, Vanian e Sensible seguem firmes desde a formação original, mesmo após diversas mudanças ao longo dos anos, mantendo viva a essência do The Damned.

Acompanhados por Rat Scabies (bateria) e Paul Gray (baixo), os britânicos apresentaram um setlist repleto de clássicos, incluindo “Love Song”, “Eloise” e “New Rose”. Durante a execução de “New Rose”, imagens de Brian James, ex-guitarrista e um dos fundadores da banda, foram exibidas no telão, em uma emocionante homenagem ao músico, que faleceu na última quinta-feira (06).

The Damned- Allianz Parque – 08/03/2025

  • Love Song
  • Machine Gun Etiquette
  • Wait for the Blackout
  • Lively Arts
  • The History of the World (Part 1)
  • Stranger on the Town
  • Fan Club (Dedicado a Brian James)
  • Eloise (Barry Ryan cover)
  • Born to Kill
  • Noise Noise Noise
  • Ignite
  • Neat Neat Neat
  • New Rose 
  • Smash It Up (Part 1)
  • Smash It Up (Part 2)

Rise Against:

Um dos shows mais aguardados do dia, o Rise Against subiu ao palco às 17h50, trazendo não apenas suas letras politizadas, mas também um som potente e uma conexão especial com o público. O carinho de Tim McIlrath (vocal e guitarra) ficou evidente em vários momentos de interação. 

Acompanhado de Joe Principe (baixo e backing vocal), Brandon Barnes (bateria e percussão) e Zach Blair (guitarra e backing vocal), o grupo apresentou “The Violence”, “Give It All” e “Nod”, sua primeira música inédita em três anos. No entanto, a performance foi brevemente interrompida por Tim McIlrath, que fez uma pausa para alertar os bombeiros sobre um fã que precisava de atendimento. Enquanto a equipe de resgate agia, Tim aproveitou o momento para interagir com o público, perguntou se todos estavam curtindo as apresentações anteriores e quis saber quantos ali estavam assistindo o Rise Against pela primeira vez. Para sua surpresa, um grande número de pessoas levantou a mão, o que arrancou um sorriso genuíno do vocalista, visivelmente feliz com a recepção. 

Já na reta final do show, com o sol se pondo, aconteceu um dos momentos mais intimistas do dia. Durante “Swing Life Away”, o público assumiu o protagonismo enquanto o Allianz Parque se iluminava com milhares de celulares acesos. A atmosfera de conexão foi intensa, e Tim McIlrath, sozinho no palco com seu violão, absorveu cada instante, tornando a performance ainda mais especial e emocionante.

Rise Against – Allianz Parque – 08/03/2025

  • Re-Education (Through Labor)
  • The Violence
  • Give It All
  • Help Is on the Way
  • The Good Left Undone
  • Satellite
  • Nod
  • Ready to Fall
  • Prayer of the Refugee
  • Swing Life Away (Acústico)
  • Make It Stop (September’s Children)
  • Savior

Sublime:

Outra atração muito aguardada do dia foi o Sublime, que subiu ao palco às 19h40 para uma apresentação, no mínimo, estranha. Pela primeira vez no Brasil com sua formação atual, Jakob Nowell, filho do saudoso Bradley Nowell, assumiu os vocais no lugar do pai, que faleceu em 1996. O grupo ainda conta com dois integrantes da formação original: Eric Wilson (baixo) e Bud Gaugh (bateria). A expectativa era alta, e a presença de Jakob trouxe um significado especial à performance.

A apresentação, no entanto, foi marcada por falhas técnicas e momentos de grande frustração para os fãs, que, na maior parte do show, não conseguiam ouvir claramente o que Nowell cantava e dizia. Não ficou claro se o problema era no microfone ou se o vocalista estava tendo dificuldades com o equipamento.

Após mais de uma hora de performance, o público finalmente reagiu durante a execução dos clássicos “Doin’ Time” e “What I Got”, este último contando com a participação surpresa de Noodles (guitarrista do The Offspring). A apresentação chegou ao seu ápice com a execução de “Santeria”, um dos maiores sucessos da banda, encerrando o show e trazendo alívio para quem já estava desanimado com os contratempos.

Sublime – Allianz Parque – 08/03/2025

  • Garden Grove
  • Wrong Way
  • The Ballad of Johnny Butt (Secret Hate cover)
  • April 29, 1992 (Miami)
  • “54-46” – That’s My Number (Toots & The Maytals cover)
  • Ball and Chain
  • Badfish
  • Greatest-Hits
  • Jailhouse (Bob Marley & The Wailers cover)
  • Right Back
  • Burritos
  • Pawn Shop
  • Doin’ Time
  • Romeo
  • What I Got (Participação de Noodles, Guitarrista The Offspring)
  • Boss DJ
  • Pool Shark
  • Waiting for My Ruca
  • Date Rape
  • Feel Like That
  • Same in the End
  • Santeria

The Offspring: Após mais de oito horas de festival, finalmente chegou o grande momento!

Para encerrar a programação, às 21h31 (nove minutos antes do previsto), subiu ao palco o grande motivo da realização do festival: The Offspring. E sem deixar como conclusão de final de resenha, adianto: foi uma das melhores apresentações da banda em solo braisleiro. Com um setlist cuidadosamente escolhido, o grupo realizou o maior show solo de sua carreira no Brasil, deixando o público em êxtase até o último segundo.

A banda, formada por Dexter Holland (vocal), Noodles (guitarra), Todd Morse (baixo) e Brandon Petzborn (bateria), iniciou com “All I Want” e fica até difícil selecionar alguns destaques de clássicos. Afinal, o The Offspring está na estrada há mais de 40 anos, e o setlist estava repleto de grandes sucessos. No entanto, houve um momento especial que chamou a atenção dos fãs mais nostálgicos: a execução de “Mota”, que não era tocada ao vivo desde 2019.

Na sequência, um dos momentos mais esperados da apresentação foi a execução de “Come To Brazil”, faixa do novo álbum Supercharged (2024), que é uma homenagem aos fãs brasileiros. Na letra, fica claro o imenso carinho da banda pelos fãs, com o trecho: “All our fans, well, they’re really great, But the ones from Brazil, they really take the cake”. (“Todos os nossos fãs, bem, eles são ótimos. Mas os do Brasil, eles realmente se destacam”). 

Como é comum em suas apresentações ao vivo, Noodles comandou uma sequência de covers incríveis na guitarra, tocando clássicos como “Smoke on the Water” do Deep Purple, “Iron Man” do Black Sabbath e a famosa peça orquestral “In the Hall of the Mountain King”, composta por Edvard Grieg (1875), que é amplamente usada para estudar técnicas de ritmo crescente e intensidade. E foi exatamente essa intensidade que Noodles conseguiu transmitir ao público. Para encerrar a sequência de covers, a banda tocou “Blitzkrieg Bop” dos Ramones, completando o momento com toda a energia do punk.

Em “Bad Habit”, Dexter interage com o público, saudando com um animado “Oi, São Paulo!” e convida todos a cantarem o refrão juntos.

A sequência de hits foi simplesmente incrível, um verdadeiro presente para os fãs que mal tinham tempo de “respirar” entre uma música e outra. “Gone Away”, que não era tocada na versão original desde 2020, trouxe um emocionante solo de bateria no final. “Why Don’t You Get a Job?” foi marcada por uma energia contagiante, com balões coloridos infláveis no setor de pista, tudo isso intercalado com um show de pirotecnia impressionante e uma chuva de confetes, tornando a experiência ainda mais mágica.

Para o encore, os californianos escolheram “You’re Gonna Go Far, Kid”, momento em que Noodles mais uma vez elogiou o público brasileiro, agradecendo por manter tanta energia mesmo após um dia inteiro de festival. O show foi encerrado de forma épica com “Self Esteem”, enquanto uma impressionante queima de fogos iluminava todo o Allianz Parque, marcando o fim de uma noite inesquecível.

Eles cumpriram a promessa de que “Punk Is Coming!” e realmente foi possível sentir a presença e a resistência do espírito punk. Com hits que marcaram gerações, uma canção que homenageia os fãs brasileiros e a magia criada pela pirotecnia, balões e confetes, The Offspring se despediu com um dos maiores e melhores shows já realizados no Brasil. E como resposta, o público não parou de cantar nem por um segundo, reafirmando o motivo pelo qual o Brasil é considerado um dos melhores públicos do mundo.

Foi uma daquelas noites inesquecíveis, que não só deixaram o público em êxtase por ter vivido um dia incrível de festival, mas também renovaram a esperança de ver a banda novamente em breve, sem precisar passar tanto tempo nas redes sociais pedindo por “Come To Brazil”.

The Offspring- Allianz Parque – 08/03/2025

  • All I Want
  • Come Out and Play
  • Want You Bad
  • Staring at the Sun
  • Mota
  • Come to Brazil
  • Hit That
  • Original Prankster
  • Make It All Right
  • Smoke on the Water / Man on the Silver Mountain / Iron Man / Back in Black / In the Hall of the Mountain King
  • Blitzkrieg Bop (Ramones cover)
  • Bad Habit
  • Gone Away
  • Why Don’t You Get a Job?
  • (Can’t Get My) Head Around You
  • Pretty Fly (for a White Guy)
  • The Kids Aren’t Alright

Encore:

  • You’re Gonna Go Far, Kid
  • Self Esteem
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