A cena hardcore californiana ganhou um peso extra em 2004, quando o Lionheart surgiu em Oakland. A banda rapidamente se destacou pela agressividade de suas letras, pela brutalidade de seus riffs e pela energia caótica que traduzem em seus álbuns e shows. Vamos explorar a história da banda através de seus discos, descobrindo curiosidades e compartilhando algumas reflexões pessoais sobre a influência e a qualidade de cada lançamento.
Em uma noite que promete entrar para a história da cena hardcore brasileira, o Lionheart fará sua estreia nos palcos do Brasil. Apresentado pela NEW DIRECTION PRODUCTIONS, o evento será realizado na sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025, no icônico CityLights, localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Ao lado dos gigantes norte-americanos, as bandas Sujera e Worst completarão a noite com toda a fúria do hardcore nacional.
Com início marcado para as 19h, este show é muito mais do que uma apresentação: é a conexão de duas cenas — a norte-americana e a brasileira — em uma celebração da resiliência, da energia e da união que o hardcore representa. Este é o momento de sentir ao vivo toda a intensidade que Lionheart entrega em seus álbuns e transformar o CityLights em um verdadeiro reduto da cultura hardcore.
O Lionheart está na ativa desde 2004 e é considerada um dos pilares da nova escola do hardcore. Tem oito álbuns de estúdio e uma legião de fãs, principalmente na Europa e na América do Sul, especialmente no Brasil.
A banda faz um hardcore robusto, com muito groove, riffs que beiram o thrash metal e vocais rasgados, a receita ideal para fãs de Merauder, Agnostic Front, Madball, Terror e Cro-Mags.
Esta é a turnê do mais recente álbum, Welcome to the West Coast III, de 2022, que encerra a trilogia sobre o estilo de vida da banda, convicções de seus integrantes e ideais que gostam de compartilhar com seu público.
É um disco emblemático na carreira do Lionheart, que teve participações de peso como Ice-T (Body Count) e Anthony (Martini, E.Town Concrete), além de Jamey Jasta (Hatebreed) como produtor.
A música do primeiro álbum do Lionheart foi descrita como um metalcore com raízes no hardcore punk, sendo comparada com Hatebreed. O estilo musical é semelhante ao de nomes como Terror e Settle the Score. O Lionheart utiliza elementos musicais do beatdown hardcore e do two-step em seu som. Outra influência musical significativa é Cro-Mags. No geral, o Lionheart é categorizado como uma mistura de hardcore punk e heavy metal.
A banda é conhecida por seu som agressivo, que pode ser comparado ao de First Blood e Blood Stands Still.
História da banda:
Formada em 2004, em Oakland, Califórnia, a Lionheart é composta pelo vocalista Rob Watson, os guitarristas Evan Krejci e Rob McCarthy, além do baixista Chad Hall (atualmente na banda de heavy metal/hardcore “Wear the Crown”, formada em 2017) e o baterista Jay Scott, após várias mudanças na formação.
A banda lançou seu álbum de estreia, The Will to Survive, em 2 de setembro de 2007, pelos selos Stillborn Records e I Scream Records, com uma reedição contendo materiais bônus dois anos depois. Após assinar contrato com a Mediaskare Records, a Lionheart lançou seu segundo álbum de estúdio, Built on Struggle, em 8 de janeiro de 2011. Um ano e meio depois, em 8 de maio de 2012, o álbum seguinte, Undisputed, foi lançado novamente pela Mediaskare. Um EP intitulado Welcome to the West Coast foi lançado em 14 de janeiro de 2014, pela Fast Break Entertainment.
Entre julho e setembro de 2011, a Lionheart fez uma turnê com a banda I Declare War. Entre 20 e 31 de janeiro de 2012, a banda excursionou pela Europa durante a Persistence Tour ao lado de Biohazard e Suicidal Tendencies. Em julho do mesmo ano, seguiram para uma turnê na América do Norte com Thick as Blood. A banda deveria ter tocado na Europa nesse período, mas a turnê foi cancelada. A Lionheart recebeu críticas de alguns fãs após confirmarem um show com Motionless in White no Havaí, mas afirmaram que seria apenas um único show. No início de 2015, voltaram a fazer uma turnê pela Europa como parte da Taste of Anarchy Tour, com as bandas Nasty e a alemã Coldburn. Durante o verão de 2015, se apresentaram em festivais de médio porte, como o Ieperfest na Bélgica, o Traffic Jam Open Air e o Summerblast Festival, ambos na Alemanha. Esses festivais fizeram parte de uma segunda turnê europeia, na qual dividiram o palco com grupos como Death by Stereo, H2O, Born from Pain, 7 Seconds e First Blood.
No início de 2016, a banda lançou seu quarto álbum de estúdio, Love Don’t Live Here, pelo selo alemão Beatdown Hardwear Records. Em 26 de maio de 2016, o grupo anunciou sua separação. Cinco dias depois, divulgaram as datas de sua Farewell Tour na Europa, que incluiu participações em festivais como o With Full Force, o Vainstream Rockfest e o Free & Easy Festival, todos na Alemanha. Mesmo assim, a Lionheart fez shows pela primeira vez na Sérvia e na Grécia. Em 12 de agosto de 2016, foi anunciado que a Farewell Tour seria expandida, com o último show da banda marcado para 5 de novembro de 2016, em Chemnitz, Alemanha.
Discografia:
The Will to Survive (2007)
Este foi o disco de estreia do Lionheart e, para muitos, a definição de um manifesto. As faixas são carregadas de agressão e superam a linha entre o hardcore e o metal. Músicas como “This Is Who I Am” e “No Way Out” são ícones do estilo, mostrando a mensagem clara da banda: resistir é a chave. Apesar de uma produção um tanto crua, isso só adiciona autenticidade ao disco.
O álbum foi gravado de forma quase totalmente independente, com amigos da banda participando de backing vocals para economizar custos.
Um início promissor e autêntico, ainda que menos polido do que os trabalhos futuros.
Built on Struggle (2011)
Com “Built on Struggle”, o Lionheart refinou sua abordagem, trazendo uma produção mais robusta e músicas ainda mais impactantes. Este disco é um marco para a banda, consolidando seu lugar na cena hardcore global. Faixas como “Lifer” e “Brothers Keeper” mostram a lealdade do grupo a seus ideais e à sua família musical.
A capa do álbum apresenta um leão estilizado, que se tornaria um símbolo recorrente na estética da banda.
Aqui temos um salto claro em direção à maturidade, equilibrando melhor peso e melodia.
Welcome to the West Coast (2014)
Este álbum traz a áurea da Califórnia em cada faixa. O Lionheart reforça suas raízes regionais, abraçando elementos culturais e sonoros que remetem à costa oeste americana. “Rest in Power” e “Hail Mary” são faixas que se destacam pela sinceridade e pela mistura entre agressividade e melodias memoráveis.
O disco marca a participação de membros de outras bandas influentes, como Terror e First Blood.
Este álbum é um dos meus favoritos. Ele define a identidade do grupo e oferece algo mais coeso do que os lançamentos anteriores
Love Don’t Live Here (2016)
Com “Love Don’t Live Here”, o Lionheart mergulha mais fundo em temas pessoais e emocionais. Embora mantenham a brutalidade sonora, as letras tornam-se mais introspectivas, tratando de temas como traição e resiliência. Destaques incluem “Keep Talkin” e “Pain”. A banda revelou que este disco foi escrito durante um dos momentos mais tensos de sua carreira, o que pode explicar a carga emocional.
Um álbum mais complexo, mostrando que o Lionheart não tem medo de evoluir tanto musical quanto liricamente.
Welcome to the West Coast II (2017)
Uma sequência direta ao álbum de 2014, este trabalho leva a agressividade e a mensagem às alturas. Faixas como “Cursed” e “Trial by Fire” se destacam, mostrando que a banda ainda tem muito fôlego. A faixa “LHHC ’17” conta com uma participação especial de JJ Peters, do Deez Nuts.
Este disco foi considerado por muitos críticos como o auge da produção do Lionheart.
A energia e a paixão do grupo é inegável aqui. Uma verdadeira carta de amor à cena hardcore.
Valley of Death (2019)
“Valley of Death” traz um Lionheart mais confiante e feroz do que nunca. As letras abordam temas como mortalidade e conflitos internos, enquanto os riffs continuam a ser uma força dominante.
O clipe da faixa-título apresenta imagens de locais icônicos da Califórnia, reforçando sua conexão com a terra natal.
Um dos álbuns mais consistentes e que mostra a evolução constante da banda.
Welcome to the West Coast III (2022)
Dando continuidade à série que se tornou um marco na carreira do Lionheart, “Welcome to the West Coast III” é um álbum que exalta ainda mais a essência do hardcore da costa oeste. Com riffs cortantes, letras que falam sobre lealdade, lutas pessoais e resiliência, este trabalho solidifica a reputação da banda como um dos pilares do gênero. Faixas como “Death Comes in 3’s” e “At War With the Gods” mostram a habilidade do Lionheart de combinar peso e melodia de forma única.
A capa do álbum é uma homenagem à cultura de rua da Califórnia, com elementos gráficos que remetem ao graffiti e à cena urbana.
Um dos meus favoritos, este álbum não apenas mantém o alto padrão dos anteriores, mas também mostra que o Lionheart continua relevante e inovador, sem perder sua essência.

SERVIÇO:
Lionheart em São Paulo (+ bandas à confirmar)
Data: 28 de fevereiro de 2025
Horário: 19h (portas)
Local: CityLights SP
Endereço: Rua Padre Garcia Velho, 61, São Paulo
Ingresso: Meia/Solidária, 1º lote: R$ 120,00 | Inteira, 1° lote: R$ 240,00
Venda online: https://fastix.com.br/events/lionheart-eua-em-sao-paulo