Em entrevista, Roberto De Micheli, fala sobre retorno às raízes musicais, novo álbum e futuro

Em entrevista exclusiva ao Sonoridade Underground, o simpático e atencioso guitarrista do Rhapsody Of Fire responde sobre passado, futuro e presente da banda, sobre a escolha do atual vocalista, e sobre o show, o primeiro em doze anos, que farão em 09 de Maio no Brasil.

Fernando Queiroz: Em primeiro lugar, muito obrigado pela entrevista, é uma honra para mim estar fazendo essa entrevista!

Roberto De Micheli: Eu quem agradeço, é um prazer estar com vocês e logo mais estaremos no Brasil!

Fernando: Bem, faz já 12 anos da última vez que o Rhapsody Of Fire esteve no Brasil pela última vez. Neste tempo, vocês lançaram cinco álbuns, incluindo dois com a formação atual, certo? Podemos esperar mais músicas no setlist destes cinco álbuns ou algo mais focado nos álbuns da formação atual, além dos clássicos?

Roberto: Para nós, essa turnê é muito importante e estamos trabalhando duro para tentar trazer o melhor setlist para esse tipo de turnê, então escolhemos fazer uma jornada através da carreira toda do Rhapsody e Rhapsody Of Fire. Faremos realmente uma jornada desde o Legendary Tales, passando por Dawn Of Victory, Power Of The Dragonflame, Symphony Of The Enchanted Lands partes um e dois. Também passaremos por Frozen Tears Of Angels, e claro, os dois últimos álbuns. Podem acreditar, será um excelente setlist!

Fernando: Isso é muito bom! Uma coisa que eu e outros fãs percebemos foi que quando o álbum The Eight Mountain foi lançado, teve uma certa “volta às raízes” em questão de sonoridade. Você acha que isso é algo que veio naturalmente ou foi algo proposital esse retorno às raízes, ao velho e bom Power Metal?

Roberto: Nós realmente decidimos voltar às raízes. Porque no fim, nós tentamos explorar muitas coisas dentro do Power Metal. O Power Metal é um pouco escasso de soluções, e nossa intenção é explorar cada uma das possibilidades, e às vezes para explorar mais coisas, você precisa mesmo voltar às raízes, e tentar entender coisas diferentes quando você começa do mesmo ponto e vai por um caminho diferente. E estamos muito felizes mesmo que você e as outras pessoas tenham percebido isso, porque para nós é realmente muito importante!

Fernando: E eu acho que o pessoal que Power Metal é exigente até demais quando se trata de Power Metal!

Roberto: Com certeza, e quando você ouve Power Metal, às vezes você tem a sensação de que não existem mais soluções, e muitas vezes você ouve e fica comaquela impressão de “ei, isso parece alguma outra coisa…”, e nós sempre tentamos achar possibilidades de harmonias, usar instrumentos diferentes. É bem difícil, na verdade.

Fernando: Há alguns anos atrás vocês lançaram o álbum The Legendary Years, uma compilação de músicas antigas da Emerald Sword Saga regravadas, e em minha opinião foram regravações excelentes!

Roberto: Muito Obrigado!

Fernando: Vocês também pretendem fazer o mesmo tipo de trabalho de regravação da The Dark Secret Saga com canções do Symphony Of The Enchanted Lands 2 e Triumph Or Agony?

Roberto: No momento não. Na verdade, a ideia por trás do Legendary Years foi de apresentar o Giacomo Voli, porque amamos de verdade cada uma das músicas do Rhapsody Of Fire, em versões originais e regravações. Não foi algo para criar comparações de ‘um é melhor que o outro’ ou algo assim, porque amamos todas. Mas nós precisávamos apresentar o Giacomo,era muito importante apresentar ele, e tentar mostrar através de músicas que o Giacomo era o cara certo para cantar as músicas do Rhapsody Of Fire.

Fernando: Eu concordo. A primeira vez que ouvi o Giacomo, eu estava assistindo o The Voice Of Italy, e achei ele incrível. Achei que ele foi realmente uma ótima adição à banda.

Roberto: Com certeza, ele é um cara muito legal também, tem uma voz incrível. Ele é realmente um grande talento!

Fernando: Uma coisa que eu reparei do Giacomo é que ele não tem aquele sotaque italiano muito forte, o que torna as letras muito mais fáceis de serem compreendidas quando ouvimos. Você acha que isso foi um fator importante na hora de chamá-lo para a banda?

Roberto: Sem dúvidas foi! Achamos isso muito importante, e o Giacomo realmente se empenhou muito nisso. Para nós, uma boa pronúncia é imprescindível, especialmente porque as letras são algo muito importante em nossa música, e é muito legal quando você consegue entender exatamente elas sem precisar ler, e o Giacomo está se saindo muito bem com isso!

Fernando: É verdade! Bom, esse novo álbum que vocês vão lançar nos próximos meses, será o ato final da saga atual, certo?

Roberto: Não, mas não se preocupe, não é engano seu! Nós realmente queríamos que a The Nephilim Empire Saga fosse uma trilogia até pouco tempo. Mas apósfazermos o Glory For Salvation, nós decidimos adicionar mais uma parte, depois dessa terceira, porque vimos que a saga estava indo, e começamos a escrever muitas coisas.

Fernando: E aí vêm mais e mais ideias, não é?

Roberto: Exatamente!

Fernando: E depois disso, vocês pretendem trabalhar em novas sagas ou irão focar em talvez histórias individuais para cada álbum, após essa ser concluída?

Roberto: No momento temos muitas, muitas mesmo, ideias diferentes! Temos a ideia de uma nova saga, ideias para alguma história diferente, e também ideia para um Spin-Off dessa saga atual. Estamos realmente trabalhando muito! Estamos com o modo “a todo vapor” realmente ligado (risos), porque o modo desligado realmente não funciona (risos). Trabalhamos de fato todos os dias nisso! Será um futuro ótimo para nós, tenho certeza.

Fernando: Especialmente sobre você, como músico. Você tocou com o Rhapsody muitos e muitos anos atrás, certo? (nota: em 1993, antes da banda ter lançado algum álbum)

Roberto: Sim, é verdade.

Fernando: Como foi a sensação de voltar à banda depois de tantos anos fora?

Roberto: Nossa, a sensação de reconexão foi realmente de voltar para casa! Eu e o Luca (Turilli, ex-guitarrista) éramos colegas de escola, aí começamos a tocar juntos. A primeira vez que nos juntamos todos como banda, junto com o Alex Staropoli, éramos nós, três caras, com muitos sonhos e muita energia. Voltar à banda muitos anos, quase vinte, depois foi… como posso dizer? Como andar de bicicleta! Quando você sobe nela, você já sabe na hora exatamente o que fazer. Você percebe na hora o porque está naquele lugar e naquele momento (risos)!

Fernando: Entendo perfeitamente! (risos). Bom, ter o Alex agora morando na Inglaterra e os outros membros vivendo na Itália, tornou as coisas mais difíceis, ou com a tecnologia atual as coisas conseguem correr bem mesmo com a distância?

Roberto: De fato, no momento a tecnologia é realmente uma grande, imensa ajuda! Mas a química que rola quando estamos juntos na sala é realmente diferente. É diferente, você sente a energia, você sente a sinergia. Mas, sim, a tecnologia no momento faz a coisa rolar. Fazemos alguns dias de ensaio juntos para tirar o melhor proveito de uma apresentação ao vivo, mas devo dizer que está indo muito bem.

Fernando: Legal! Certo, você gostaria de mandar uma mensagem aos fãs brasileiros que vão ver vocês no mês que vem?

Roberto: Sim, claro! Meus amigos, se preparem para um setlist matador, e uma experiência ao vivo realmente fantástica, posso prometer isso!

Fernando: Maravilhoso! Eu estarei lá com certeza. Muito obrigado pelas palavras, Roby. Grazie Mille!

Roberto: Obrigado! (nota: em português). Obrigado Fernando pela entrevista e pelas palavras! Vejo você por lá!

Foto por Ton Dekkers 

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About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

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