Titãs finaliza sequência de shows no Allianz Parque com apresentação recheada de emoção e alegria

Banda celebra sua carreira com um setlist de 36 músicas em uma noite histórica para o rock nacional

Texto: Luís Antonio
Fotos Colomy e Sioux 66: Gabriel Gonçalves em cobertura para Igormiranda.com.br
Fotos Titãs: André Simões

A turnê Titãs Encontro – Pra Dizer Adeus foi um dos principais acontecimentos da música nacional no ano de 2023. A banda, que é um dos pilares do rock nacional, reuniu milhares de fãs para celebrar esse encontro. Após esgotar três apresentações no Allianz Parque nos dias 16, 17 e 18 de junho na primeira parte de sua turnê, o grupo anunciou novas datas devido a grande demanda e retornou ao Allianz para mais uma sequência de três shows, fazendo sua performance final no estádio no último sábado, 23 de dezembro. 

A abertura do show dos Titãs ficou por conta das bandas Colomy e Sioux 66, mostrando que era uma noite em família, já que as duas bandas contam com filhos de membros dos Titãs em sua formação. 

Colomy e Sioux 66

O Colomy subiu ao palco às 18h40 e mostrou sua mistura de rock com influência dos anos 70 e MPB. Formado por Sebastião Reis (voz e violão), Pedro Lipa (voz e guitarra) e Eduardo Schuler (bateria), o trio contou com o suporte dos músicos Rafael Stanguini nos teclados e Wysrah Moraes no baixo. 

O trio apresentou faixas do disco Jaú, lançado em maio deste ano, mostrando ao ainda reduzido público as canções Sendo Como Sou, Pássaro Livre, Nem Tudo Está Perdido, Antes da Lua Nascer e Dona, essa última sendo uma composição de Sá & Guarabyra

Ainda sobrou espaço no curto set para as canções Track Track, de Os Paralamas do Sucesso, e O Mundo é Bão, Sebastião, que ganhou vida na voz dos Titãs e de Nando Reis.

A apresentação foi um pouco morna, devido ao pequeno público ali presente e a pouca familiaridade com a banda. Musicalmente o Colomy foi muito competente e soube aproveitar seu tempo no palco.

Colomy
1 – Sendo Como Sou
2 – Track Track
3 – Pássaro Livre
4 – Nem Tudo Está Perdido
5 – Dona
6 – Antes da Lua Nascer
7 – O Mundo É Bão, Sebastião!

Na sequência, foi a vez do Sioux 66, que se apresentou às 19h30. A banda formada por Igor Godoy (vocal), Yohan Kisser (guitarra e teclados), Bento Mello (baixo) e Gabriel Haddad (bateria), trouxe mais energia e atitude para a noite.

Com uma sonoridade calcada no hard rock, com uma influência clara de bandas como Guns N’ Roses, e flertes com o metal em momentos específicos, a banda agitou bastante durante seu show. Com uma presença de palco forte, o Sioux 66 fez um bom show e não desperdiçou a oportunidade de mostrar seu trabalho para o público do Titãs.

O setlist contou com faixas como Paralisia, Caos, Jaz, um cover de O Calibre, de Os Paralamas do Sucesso, além de três canções em inglês: Down the Line, Nobody Knows You e In Your Sight, mostrando que a banda também visa o mercado internacional.

Sioux 66
1 – Laico (intro) + Paralisia
2 – Caos
3 – Down the Line
4 – Nobody Knows You
5 – Jaz
6 – O Calibre
7 – In Your Sight

Um encontro emocionante com os Titãs

Quando as luzes do Allianz se apagaram e Diversão tomou as caixas de som, o estádio todo foi a loucura quando Tony Bellotto, Sérgio Britto, Paulo Miklos, Nando Reis, Charles Gavin, Branco Mello e Arnaldo Antunes subiram ao palco. 

Era impossível não se emocionar e se deixar contagiar com a energia do show dos Titãs. Como uma banda pode colecionar tantos sucessos? Como ainda pode ter tanta energia e entrega ao vivo? Perguntas que logo perderam o sentido quando o grupo mandou logo na sequência Lugar Nenhum, Desordem, Tô Cansado e Igreja, deixando os fãs completamente atordoados.

É realmente impressionante a disposição e a performance de cada um dos Titãs. Charles Gavin com sua elegância e segurança na bateria, Tony Bellotto e sua guitarra se tornando protagonistas em diversos momentos e Nando Reis tocando baixo absurdamente bem, trazendo mais corpo para faixas como Estado Violência e O Pulso.

Paulo Miklos se mostrava alegre e emocionado, enquanto Arnaldo Antunes se divertia com suas danças e performances estranhamente cativantes. Branco Mello, que passou por cirurgias para remover um tumor na língua, declarou sua felicidade em poder cantar e mostrar sua “nova voz” para o público. O músico não parou um minuto durante todo o show. Sérgio Britto conduzia a plateia como ninguém, mostrando como todos ali se completavam e tinham uma sinergia sem igual no palco. 

No setlist, sucessos como Homem Primata, Comida e Cabeça de Dinossauro fizeram o Allianz Parque pular e cantar. Nando Reis comentou como as músicas do Titãs ainda fazem sentido e que estava feliz em reiterar o que disse com seus amigos. Após cantar a faixa Nome aos Bois, onde o nome do ex-presidente foi incluído na letra, o público mandou o ex-presidente tomar naquele lugar.

Após executar Cabeça de Dinossauro, a banda se preparou para performar um set acústico, pontuando a importância de seu álbum acústico em sua carreira. Em um momento belo e intimista, o grupo tocou Epitáfio, que contou com total participação do público, tanto na hora de cantar a letra quanto ao iluminar o estádio com as luzes dos celulares, promovendo um dos momentos mais belos da noite.

Antes de cantar Cegos do Castelo, Nando relembrou quando escreveu a música e de sua incerteza se continuaria vivo naquele período. Agradeceu por estar vivo e poder celebrar a vida, além de agradecer sua esposa Vânia por todo o apoio e suporte.

Na sequência, Pra Dizer Adeus conversava com o momento atual do grupo e se encaixou perfeitamente no setlist. Para performar Toda Cor e Não Vou Me Adaptar, Alice Fromer, filha do finado guitarrista Marcelo Fromer, subiu ao palco para cantar as duas músicas e celebrar o legado de seu pai na carreira dos Titãs e encerrar o set acústico. Vale ressaltar que quando Charles Gavin retornou ao palco para a performance acústica, estava trajando uma camiseta do Sepultura com a capa do álbum Roots, a qual usou até o final do show.

Outra ilustre participação no show dos Titãs foi a do músico e produtor Liminha, que fez parte do grupo Os Mutantes. Liminha cuidou da segunda guitarra no show, sendo o parceiro de Tony Bellotto.

Na segunda parte do show (sim, ainda tem muita lenha pra queimar até o final), a banda enfileirou hits e músicas que até quem não é fã de Titãs deve saber cantarolar. Família, Querem Meu Sangue, Go Back, Flores, O Quê?, Televisão e É Preciso Saber Viver, essa última do rei Roberto Carlos, deram mais uma dose de energia e empolgação no público que pulava, cantava e se divertia sem medo de ser feliz.

Já caminhando para a reta final, a banda mandou uma trinca matadora e de tirar o fôlego com Polícia, A A U U e Bichos Escrotos. Chegou a hora então do encore, que abriu com Miséria, seguida por Marvin, emocionando o estádio todo e fazendo todos cantarem juntos novamente. Para fechar com chave de ouro, voltaram para onde tudo começou, como pontuou Paulo Miklos. Sonífera Ilha botou o Allianz todo para dançar e se divertir. Para deixar ainda mais especial, bolas brancas grandes foram arremessadas na pista VIP, garantindo uma dose extra de alegria. 

No palco, a família dos músicos “invadiu” o palco para curtir a diversão do final do show e aproveitar o último momento enquanto A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana rolava nas caixas de som e marcava o fim do show.

É um verdadeiro privilégio presenciar esse encontro dos Titãs. Um espetáculo irretocável e que celebra o legado de uma verdadeira instituição do rock nacional. Todos os músicos estavam felizes, emocionados e se divertindo, exatamente como os fãs que lotaram o Allianz Parque. O Titãs fez história mais uma vez. Com uma apresentação de 36 músicas e 2h45 minutos de duração, o grupo fechou com chave de ouro mais uma sequência de shows no estádio e entregou o melhor presente de Natal para seus fãs. 

Titãs Encontro: pra dizer adeus – Allianz Parque – 23/12/2023

1 – Diversão
2 – Lugar Nenhum
3 – Desordem
4 – Tô Cansado
5 – Igreja
6 – Homem Primata
7 – Será Que é Isso Que Eu Necessito?
8 – Nem Sempre Se Pode Ser Deus
9 – Estado Violência
10 – O Pulso
11 – Comida
12 – Jesus Não Tem Dentes No País dos Banguelas
13 – Nome aos Bois
14 – Eu Não Sei Fazer Música
15 – Cabeça de Dinossauro

Acústico:
16 – Epitáfio
17 – Os Cegos do Castelo
18 – Pra Dizer Adeus
19 – Toda Cor
20 – Não Vou Me Adaptar

Set 2:
21 – Família
22 – Querem Meu Sangue
23 – Go Back
24 – É Preciso Saber Viver
25 – Domingo
26 – Flores
27 – 32 Dentes
28 – O Quê?
29 – Televisão
30 – Porrada
31 – Polícia
32 – A A U U
33 – Bichos Escrotos

Encore:
34 – Introdução por Mauro e Quitéria + Miséria + Vinheta Final por Mauro e Quitéria
35 – Marvin
36 – Sonífera Ilha + Outro: A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana

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About Luis Antonio

Publicitário, colecionador de discos, resenheiro, podcaster, editor, viciado em shows e devoto do Chino Moreno. Misturo Napalm Death e Justin Bieber na mesma playlist e sou entusiasta do nu metal até hoje. Você também me encontra no Podcore Podcast, Downstage, 4 Discos e Entre e Ouça!

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