The Giant Void, banda composta por Hugo Rafael (Sambô), Michael Ehré (Gamma Ray, Primal Fear) e Felipe Colenci, lançou neste ano o álbum, “Abyssal”, demonstrando uma fusão de Power/Progressivo com metal moderno incrivelmente bem executado.
Nota: 8
Sim, o título está certo, existe mesmo uma banda de metal nacional com membros de Sambô e do Gamma Ray.The Giant Void, formada por Hugo Rafael (Sambô, finalista The Voice) nos vocais, Michael Ehré (Gamma Ray, Primal Fear) na bateria e Felipe Colenci, idealizador da banda, se responsabilizando pelas guitarras, baixo e teclados. O grupo mistura power metal com classic rock com metal progressive com metal moderno de uma maneira feita por poucos. Contam com letras fortes, um vocalista extremamente versátil, riffs que tem tudo para ser futuros clássicos e uma dinâmica interessante que mescla peso com groove e diversos solos.
“Abyssal” já começa com os dois pés na porta com a fortíssima “Dirty Sinner”. Logo de cara com muito groove e vocais que realmente mostram porque Hugo Rafael chegou às finais do The Voice, esta primeira demonstra de maneira eficaz o que podemos esperar do resto do álbum. Nela há uma mistura de riffs que lembram southern rock com metalcore, uma letra que gruda na cabeça e instrumental muito bem trabalhado.
“Dirty Sinner” é seguida por “Ashen Empires, Pt. 2 (NWO)”. Mesmo sendo uma escolha pouco convencional colocar uma segunda parte de uma música antes da primeira, este fato acaba não afetando a qualidade da música. Esta segunda faixa começa mais devagar mas se “anima” à medida que passa o tempo. Os sintetizadores presentes dão à ela certa grandiosidade. A já citada segunda obra é seguida por “The Key”, que mostra mais do que já vimos, vocais ótimos, uma variedade de riffs e bastante peso. “Monster Within” segue praticamente nesta mesma linha, mas demonstra que o trio está bastante disposto a experimentar novas sonoridades, fundindo power e prog metal em sua base mais tradicional do heavy metal e classic rock. As próximas duas seguem assim também, valendo destacar a atmosfera realmente cósmica e etérea criada pela “Mars”.
O que realmente segura muitas destas músicas é sua duração. Mesmo sendo muito boas individualmente, o ouvinte moderno médio infelizmente não tem paciência para sentar e ouvir uma faixa de quase 7 minutos como “The Black Pit” ou uma de 8 como “War Heroes”. Os riffs também são muito fortes individualmente, mas ouvidos em sequência tendem a se perder entre um e outro.
A “War Heroes” merece ser destacada, pois mesmo sendo a mais longa do LP, com 8 minutos e 16 segundos de duração, consegue se salientar entre as outras 12 faixas presentes. Seu início é mais introspectivo e melancólico, sendo mais devagar e tendo mais espaço entre as notas, fazendo o ouvinte realmente refletir sobre tudo que ouviu até agora. Sua letra trata do envolvimento de tropas brasileiras na segunda guerra mundial, até chegando a parar em certo momento para expor um diálogo entre um soldado brasileiro é um membro da resistência armada italiana, adicionando mais camadas a uma história já um tanto complicada por natureza.
De resto, se destacam (em minha opinião) “Dimensions Collide” e a faixa que conclui o LP, “Human Downfall”. “Dimensions Collide” pelo seu riff que mistura de forma magistral peso e emoção, querendo ou não remetendo ao metalcore dos anos 2000, especialmente considerando a dinâmica criada com os vocais clean. Se havia alguma dúvida de que Hugo Rafael é um grande vocalista, esta décima faixa serve para apagar qualquer dúvida. “Human Downfall” se destaca porque é uma ótima maneira de fechar este excelente álbum. Desde os teclados um tanto épicos de seu início quanto as partes pesadas, recheadas de bumbo duplo quanto as partes mais melancólicas. Quando é mencionado na letra um “strange feeling of grace” (sensação estranha de graça), “Abyssal” é perfeitamente descrito.
Um álbum estranhamente gracioso.
Faixas:
1 – Dirty Sinner
2 – Ashen Empires, Pt. 2 (NWO)
3 – The Key
4 - Monster Within
5 – The Black Pit
6 - Mars
7 - Inner Truth
8 – War Heroes
9 – Chosen One
10 – Dimensions Collide
11 – The Ashen Empire, Pt. 1 (Rising Empire)
12 – Human Downfall
Confira Abyssal pelo Spotify: