Chegada
Num domingo de sol quente e ventos frios, bora pegar o trem para ir ver o Agnostic Front de volta a São Paulo divulgando o seu último álbum “Get Loud!”, na passagem da “Get Louder! Tour 2023” aqui pela América do Sul. Tocando no Fabrique Club, show esse aqui de São Paulo organizado pela Liberation, na Barra Funda, lugar onde recebeu na noite anterior o franceses do Rise Of The North Star. Última vez que vi o Agnostic, foi lá atrás em 2016 divulgando o então recente álbum “The American Dream Died” na Clash Club, que também ficava na Barra Funda.
No sábado o Agnostic Front tocou em Piracicaba, num evento organizado pela galera do Hardcore Pride, ao lado das bandas: Malvina, Into The Void, Bayside Kings, Crypta e Ratos de Porão. E nesse evento um dos organizadores, Bruno Feijão Genaro, recebeu “Votos de Congratulações” da Câmara Municipal da cidade pelos 18 anos de trabalhos desenvolvidos como Promotor de Eventos de Piracicaba, diretamente das mãos do Roger Miret e do Vinnie Stigma, vocalista e guitarrista do Agnostic respectivamente.
Após estas duas datas aqui na terra brazilis, os padrinhos do hardcore seguem para as próximas datas da tour na Argentina (Buenos Aires), Chile (Santiago) e Colômbia (Bogotá).
Início com o One True Reason
Chegando no Fabrique Club por volta das 18h20m mais ou menos, já notei uma movimentação nos bares de frente a casa de shows, ao qual fiquei por poucos minutos na porta para ver se via um rosto conhecido em meio ao esquenta que rolava alí, ao som de Agnostic Front. Notei que alguns membros do One True Reason já estavam presentes no local.
Após entrar e ser bem recebido pela equipe que cuidava da entrada, me deparei com o interior da casa de show, sendo que a última vez que fui lá e primeira, foi no show do Armada (banda com membros do Blind Pigs) em 2018. Achei o espaço maior do que me lembrava, com iluminação ambiente bem agradável, ar-condicionado, bar etc.
O Agnostic estava com dois modelos bem legais de camisetas a venda e quando olho ao lado, dou de cara com o Vinnie Stigma supersimpático conversando e tirando fotos com a galera que entrou mais cedo. Uma figura com certeza! Mike Gallo, o baixista do Agnostic, também era visto andando entre a galera antes de subirem ao palco.
Por volta das 18h45 mais ou menos, já começaram as movimentações do One True Reason no palco e com os ajustes feitos, começaram a tocar pontualmente às 19h. Eu ainda não tinha visto um show deles com o Thiago Queiroz, que substituiu o antigo vocalista Diego Silvera em 2021. Foi muito legal vê-los com essa formação. Executando músicas antigas em seu setlist de seus trabalhos anteriores e me surpreendendo com umas músicas diferentes alí, que com certeza, era material novo deles, já que não acompanhei eles tão de perto recentemente mas sei que lançaram um EP ano passado. Chamado “Reality Is a Wound”, chequei o nome certinho enquanto escrevia esse texto. Vale muito a pena dar uma escutada, ao vivo pude perceber o quanto a voz do Thiago somou pra eles, dando uma revigorada ao hardcore com influências de metal da banda, que tocava para uma casa ainda não muito cheia, porém quem estava presente parecia gostar, eu inclusive.
Agnostic Front – Os Padrinhos
Após o One True Reason encerrar sua apresentação por volta das 19h30 mais ou menos, começaram os ajustes no palco para o Agnostic Front, ao som de Sick Of It All, Terror, Hatebreed e afins, rolando de fundo. Ajustes feitos, todos deixam o palco, a luz baixa e começa a rolar uma música de faroeste, que muito provavelmente eu chutaria ser o tema do filme “The Good, the Bad and the Ugly”. Quando olho pra trás, me dou conta de que se tinha gente para fora na hora do One True Reason, agora todos estavam alí ansiosos pelo show principal! E isso já eram 20h em ponto.
Assim que terminou a trilha sonora de entrada, eis que o Agnostic Front, entra no palco. Já de cara tocando “AF Stomp” do seu último lançamento “Get Loud!” e já emendando na “Eliminator” para a alegria de todos alí presentes com o Roger Miret entrando no palco. O público respondeu a altura, fazendo muito barulho, cantando junto e o mosh pit comendo solto pertinho de mim, que fiquei bem na frente no lado esquerdo do palco, pra não perder nenhum riff do Craig Silverman e claro, do ilustríssimo Vinnie Stigma! Já que no lado oposto, se encontrava o baixista Mike Gallo.
O show seguiu como de costume, com o Roger Miret fazendo frente a banda com seu estilo único de cantar e claro, Danny Lamagna na bateria (na banda desde 2020 substituindo Pokey Mo que tocou na banda desde 2009) deixando a cozinha muito coesa ao lado do Mike Gallo no baixo. Na sequência veio “Dead To Me”, “A Me Manera” onde todo mundo cantou junto, aliás o público estava afiado nas músicas, como todo bom show de hardcore a interação do público se fez presente a todo momento durante a apresentação da banda, com o público invadindo o palco e dando vários stage dives, o mosh pit frenético e em vários momentos o Roger Miret pedia por um circle pit e, obviamente, era respondido a altura. Não poderia deixar de destacar também o Sr. Stigma, que teve uma performance digna, a todo momento animava e interagia com o público fazendo suas clássicas poses, inclusive descendo do palco e entrando no meio do circle pit com guitarra e tudo na música “Friend or Foe” se não me falha a memória. Uma verdadeira celebração hardcore na noite de domingo no Fabrique Club, assim como todo show dos novaiorquinos do Agnostic Front proporciona, fazendo jus a alcunha de padrinhos do hardcore.
O set list foi bem diversificado, abrangendo os clássicos da banda que são indispensáveis como “For My Family”, “Crucified”, “Gotta Go”, “Blitzkrieg Bop” do Ramones, dentre outros que podem verificar no setlist abaixo.
Após encerrarem o show por volta das 21h, depois de alguns minutos o Stigma ainda volta e interage mais uma vez com o público, realmente um exemplo a ser seguido.
Partida para casa
No fim o show teve um saldo positivo, pontualidade, começou e acabou cedo dentro do horário, o que é ótimo para as pessoas que não moram na capital paulista poderem voltar tranquilas para casa. O som da casa estava bom, apesar de um percalço e outro que é normal de acontecer, não foi nada que prejudicasse o som para quem estava presenciando a performance dos shows. Voltar para casa com gostinho de quero mais, para mim, é um bom indicativo de que um show foi bom.
Gostaríamos de agradecer a Liberation pela oportunidade de presenciarmos o evento, assim também como pela produção e a casa pelo trabalho que com certeza, contribuiu para um belo show da Tour em São Paulo. Que venham os próximos!