Entrevista com Tom Naumann do Primal Fear: “Queremos surpreender os fãs desta vez.”

A icônica banda de heavy metal alemã Primal Fear volta a São Paulo neste domingo (29/10), com show agendado no Fabrique Club.

Sonoridade Underground: Opa, tudo bem gente? Daniel Agapito aqui para o Sonoridade Underground e hoje eu tenho a honra de estar aqui com o Tom (Naumann, guitarrista) do Primal Fear. Como vai, Tom?

Tom Naumann: Opa, muito obrigado! Estou bem e estou muito ansioso para ir para a América do Sul já, já!

Sonoridade Underground: Para os que não sabem, o Primal Fear vai fazer uma turnê latino-americana gigante tocando o disco novo deles, o “Code Red”. Vão passar por São Paulo, Brasília, Limeira, Santo André; várias cidades. Aqui nós vamos conversar um pouco sobre o álbum novo, mas também vamos fazer algumas perguntas mais gerais.

Sonoridade Underground: Vamos começar então! Como foi o processo de gravação e produção do “Code Red”?

Tom Naumann: Na verdade, foi bem fácil porque eu, o Ralph (Scheepers, vocalista) e o Mat (Sinner, baixista) começamos a compor músicas e mandar um para o outro. Quando acabamos as músicas, entramos no estúdio e gravamos a bateria, as guitarras base e o baixo. Ralph tem seu próprio estúdio em casa, então pode gritar quanto e quando quiser. Quando você é vocalista você está sempre querendo cantar, mas as vezes está doente e não consegue, então realmente o Ralph consegue quando quiser. Quando ele acorda tipo “ah quero cantar” ele vai pro estudiozinho na casa dele e grava.

O resto nós todos gravamos em estúdio mesmo (não em casa), que foi bem legal, porque foi bem colaborativo. O álbum soa bom e nos divertimos bastante o gravando.

Sonoridade Underground: O que você diria que o “Code Red” significa pra vocês e como que cabe em sua evolução como banda?

Tom Naumann: Sempre tentamos melhorar nossas composições quando começamos à escreve-las. Sempre tentamos criar algo novo e não queremos copiar a nós mesmos. Para nós e algo natural escrever um disco novo e pensar que tem que estar muito melhor que o próximo, tentar sempre adicionar algo ao último trabalho. Já estamos escrevendo músicas para o próximo álbum; ainda virão algumas músicas e um disco novo do Primal Fear. Espero que não despontemos nossa base de fãs (com o “Code Red”). Estamos sempre tentando fazer nossa base de fãs crescer.

Sempre tentamos melhorar me relação à composição e coleção de ideias. Não queremos ficar aqui e falar “ah o último LP foi bom, vamos fazer a mesma coisa porque funcionou”. Não queremos fazer isso. Queremos fazer músicas melhores e ser melhores no geral.

Sonoridade Underground: “Code Red” com Certeza é um álbum muito bom que vale ouvir! Liricamente vocês falam de temas bastante atuais como o “cancelamento”, o estado atual do mundo, poderia falar um pouco mais sobre isso?

Tom Naumann:  A maioria das letras são compostas pelo Mat e pelo Ralph. Não são sobre dragões e fantasia, estamos mais no mundo real. Temos também músicas mais descontraídas como “Play a Song”, que a sobre como quando você está cabisbaixo, quando está mal, ouvir uma música boa pode melhorar seu humor. Há também músicas como a “Cancel Culture” que trata sobre os temas das coisas de internet e de pessoas que ficam falando coisas ruins de você, falando merda mas se escondendo por trás da internet, sem te conhecer.

“Another Hero” é sobre a situação atual do mundo, como a guerra da ucrânia que está acontecendo a mil e poucos quilômetros da Alemanha, tem Israel que aconteceu esta semana. Temos que cuidar do nosso mundo, se destruirmos esse, não temos outro mundo em que podemos ir e morar. Temos que morar aqui, temos que cuidar dele, é um mundo, uma raça humana, temos que nos juntar e tomar conta e achar uns aos outros.

Sonoridade Underground: Como você diria que o “Code Red” se diferencia sonoramente falando do resto de sua discografia e mais no geral, como que o Primal Fear se diferencia de outras bandas de power metal?

Tom Naumann:  Temos nosso próprio estilo, temos um vocalista incrível, estamos na ativa há 26 anos, somos muito bons ao vivo, temos vários aspectos únicos. Eu acho só de estarmos na ativa há 26 anos e lançar álbum seguido de álbum seguido de álbum, com todos esses álbuns indo para as paradas alemãs. Não só as paradas alemãs, foram parar no Japão, outros países da Europa.

Eu não sei qual que é nossa maior diferença em relação às outras bandas, fazemos nossas músicas, tocamos o que gostamos. Provavelmente o Helloween e o Accept e o Grave Digger, Powerwolf estão tocando as músicas deles, e muito bem. Não há muita competição entre bandas. Helloween e Powerwolf são bandas ótimas, mas diferentes. Estamos ótimos, temos nosso próprio nicho, temos nosso próprio estilo por conta do Ralph, eu acho tudo isso incrível.

Sonoridade Underground: Vocês estão na ativa como banda há 26 anos, como você diria que a cena do metal tem evoluído desde lá?

Tom Naumann:  Com certeza essa é uma pergunta difícil. A música mudou. Quando era jovem, quando tinha uns 15, escutava as bandas tradicionais da NWOBHM, Judas Priest, Saxon, Iron Maiden. Eram todos jovens e influenciaram minha carreira musical e minha vida. Porem, eles envelheceram e novas bandas começaram a aparecer hoje em dia. Teve o Slayer, Metallica, Children of Bodom, agora tem o Slipknot. O metal mudou bastante. Mas é bem legal que todas essas bandas que tem 40 anos ainda estão na ativa. Tipo Motorhead, membros morreram, mas ainda temos o Judas Priest, o Iron Maiden, Def Leppard, Motley Crue, Saxon. Muitas bandas antigas ainda estão muito bem hoje em dia. É incrível.

Temos também várias bandas aparecendo como Falling in Reverse, Architects. O metal mudou. Mas isso é normal, a música mudar. Não faz sentido fazer as mesmas músicas por 25 anos. Existem bandas como AC/DC que nunca mudaram seu estilo, Motorhead nunca mudou seu estilo, mas é ótimo, aquele é o AC/DC, aquele é o Motorhead e é bom para caralho. Se eu comprar um disco do AC/DC tem que ter AC/DC e mais nada. Sabe, agora, os jovens escutam bandas completamente diferente das que eu escutava quando era jovem. Eles são influenciados por bandas diferentes, e é por isso que agora temos bandas como o Slipknot, Architects e Parkway Dirve por exemplo; a música mudou, mas continua sendo música pesada.

Sonoridade Underground: Com certeza, recentemente o metal vem mudando, evoluindo bastante recentemente. Voltando ao Primal Fear, o que você achou da repercussão do “Code Red” ao redor do mundo?

Tom Naumann:  Eu acho que as críticas foram boas até agora e nós da banda estamos bem felizes com o resultado. Estamos muito ansiosos para entrar em turnê. Tocamos alguns shows agora em setembro, na Alemanha, shows de lançamento, agora iremos para a América do sul, ao final de janeiro iremos para o Japão, estamos conversando de fazer alguns shows na Austrália, vamos fazer uma turnê europeia com o U.D.O em fevereiro/março e no verão tocaremos em vários festivais. Pode se dizer que estaremos bem ocupados. Se o disco não fosse tão bom assim não estávamos tocando tanto assim.

Quando um álbum é bom diversos promotores te querem em festivais. Estamos bem felizes com o LP, que chegou à 6ª posição nas paradas alemãs, que por sinal foi nossa maior entrada nas paradas. O último entrou em 7º e o antes desse em 10º. Temos vários trabalhos entre os 10 melhores, 20 melhores na Alemanha. É bem legal, nossa maior entrada até então.

Estamos bem convencidos de que não é um álbum ruim (risos).

Sonoridade Underground: Não há dúvida de que é um álbum muito bom! Quais suas expectativas para esta turnê sul-americana de agora?

Tom Naumann:  Vamos dar 120% e sangue, suor, muito suor aliás. Blood, sweat and fear (sangue, suor e medo, trocadilho com blood sweat and tears). Vamos tocar várias músicas do novo álbum, vamos tocar também faixas como “Jailbreaker” e “Metal is Forever”, tocamos as músicas antigas porque os fãs querem ouvir. Vamos tocar desde músicas do primeiro disco até músicas do último. Vai ser bem divertido, terão baladas, bumbo duplo, músicas groovadas, músicas para cantar junto, estou bastante ansioso. É uma boa mistura de material novo com material antigo com clássicos com músicas que mal tocamos ao vivo; gostamos de trocar o setlist um pouco, as vezes tocamos músicas que não tocamos faz tempo, trazemos de volta ao setlist. Queremos surpreender os fãs desta vez.

Sonoridade Underground: Não tem como esta turnê de agora ser ruim! Todos que estarão lá se divertirão para caramba!

Tom Naumann:  Eu realmente espero que seja assim! Adoro o público da América do sul e central, eles sempre nos surpreendem quando estamos lá, é sempre muito divertido tocar em frente a esses loucos.

Sonoridade Underground: Falando nisso, a primeira parada na turnê de vocês era pra ser o Maranhão Open Air, mas foi cancelado. Poderia falar um pouco mais sobre o que aconteceu?

Tom Naumann:  Na verdade, eu não sei. Só recebi a notícia que foi cancelado, acho que por vendas baixas. Eu descobri há algumas horas atrás (entrevista gravada no dia 14/10) que tocaremos em Santo André. Não sei onde é… tocamos no Santo Rock Bar, nunca fui lá. Vai ter uma banda chamada AllenKey tocando conosco.

Sonoridade Underground: Santo André é na região metropolitana de São Paulo, e o AllenKey é uma das bandas mais promissoras do power metal nacional!

Tom Naumann:  Ah, ok, que ótimo! Acabei de receber a notícia, alguém postou aqui no Facebook e vi aqui há uma ou duas horas atrás. Vi por agora também que o festival foi cancelado por baixas vendas… alguns escreveram aqui que o Maranhão não é uma região tão forte para o metal, então talvez isso explique.

Sonoridade Underground: Infelizmente teremos que fazer a última pergunta por conta do horário… quais são os planos para o futuro do Primal Fear?

Tom Naumann:  Ficarmos saudáveis, fazer discos melhores do que já fizemos e continuar fazendo shows muito bons. Eu espero estar por aqui por mais de 5 ou 10 anos (como banda), é muito divertido entrar em turnê com a banda, compor e acima de tudo deixar os outros felizes. Estou bastante ansioso para poder tocar shows com esse público excelente, na frente de alguns amigos. Realmente espero que possamos ter um futuro positivo à nossa frente.

Sonoridade Underground: Com certeza! Infelizmente vamos ter que parar por aqui. Esse foi o Tom do Primal Fear! Vai ouvir o “Code Red”, tá muito bom, vale apena ouvir, vai no show do Primal Fear! Muito obrigado por ter lido, assistido! Muito obrigado Tom pelo seu tempo, foi uma honra ter você aqui!

Tom Naumann:  Muito obrigado! Fique são, salvo e celebre a vida!

Nos sigam e deem um like na gente \m/

SERVIÇO
Primal Fear em São Paulo
Data: 29 de outubro de 2023 (domingo)
Horário: 18h
Local: Fabrique Club
Endereço: rua Barra Funda, 1071 – Barra Funda/São Paulo
Venda on-line: https://bilheto.com.br/comprar/1753/primal-fear-sp
Ingresso: R$ 160 + taxa (2º Lote – meia e meia promocional) e R$ 270 + taxa (1º Lote – inteira)
Classificação etária: 18 anos

Nos sigam e deêm um like na gente \m/
error
fb-share-icon

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *