Mesmo com outros shows de bandas internacionais acontecendo ao mesmo tempo, fãs de death metal tradicional compareceram em massa ao Fabrique Clube.
Realizado na última quinta-feira (19/10) a banda I Am Morbid de David Vincent (ex-Morbid Angel, baixo/vocal), Pete Sandoval (ex-Morbid Angel, bateria), Richie Brown (guitarra) e Bill Hudson (guitarra) subiu ao palco do Fabrique Club em São Paulo para celebrar 30 anos do “Covenant”, terceiro LP de estúdio do Morbid Angel. O show em São Paulo foi o sétimo de sua turnê latino-americana de 16 shows, todos com a mesma “temática”. Esta turnê, produzida pela Venus Concerts já passou pelo Chile, Argentina, Uruguai e Brasil e passará ainda pelo Peru, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, El Salvador, Honduras e México.
O horário de abertura das portas estava previsto para às 19:00, mas por algum motivo não revelado na hora, as portas se abriram por volta das 20:10. O show que estava previsto para começar às 20:00 atrasou menos, proporcionalmente, pois começou por volta das 20:35. Mesmo com este atraso e um show do Steel Panther acontecendo na Audio, uma grande quantidade de fãs compareceu para ouvir o “Covenant” ser tocado.
Após uma breve introdução feita pelo sistema de PA, os americanos já começaram com o pé na porta, com a classicíssima “Immortal Rites”, que levou o público paulista à loucura. Logo de cara, o clima de animação do público era algo palpável, grande maioria dos que estavam presentes cantavam todas as músicas junto, batiam cabeça. As rodas punk foram algo que dominaram a casa desde o começo, e só foram crescendo à medida que o tempo passava. O setlist consistia majoritariamente de músicas do celebrado terceiro LP, mas tocaram também alguns hits de outros trabalhos como “Fall From Grace”, “Visions From the Dark Side” e “Blessed Are the Sick”.
Os guitarristas não precisaram tocar 3 notas para a audiência conseguir identificar o começo da “Rapture” e entrar em erupção. Nesta hora, era difícil achar alguém que não estivesse visivelmente engajado e cantando o refrão “scorn of the earth, I witness, in rapture, I’m born again, scorn of the light, I bear scorn, in rapture I’m reborn”. Com a “Pain Divine” foi mais do mesmo, um clima bastante alto astral; uma animação lá em cima.
Algo que mostrou bem este clima alto astral foi o fato de que o David Vincent estava quase sempre sorrindo no palco e fazendo pequenas piadinhas com os outros integrantes da banda, que realçou a descontração inerente do show. Quando acabou a “Pain Divine”, o Vincent falou que acha muito legal fazer estas turnês “temáticas” porque consegue tocar músicas que não tocam há tempos, e brevemente trocou hell yeahs com os fãs.
Quando terminou a próxima faixa, “Vengance is Mine”, falou que o público estava execpionalmente bom (“fucking great”), chegando a perguntar “is it the water? Is it the drugs? Is it Bill?” (é a água? São as drogas? É o Bill?). Na hora que não gritaram quando perguntou do Bill, ele olhou-o seriamente e o disse que não era ele. Falou também (com tom de piada) que o mesmo era um “filthy Brazilian” (brasileiro sujo) mas um “damn good guitarrist” (baita guitarrista).
Não para discordar do Vincent nessa, o público estava sim “fucking great” e o Bill é sim um “damn good guitarrist”. Falando no público, a roda não parou, e ficava maior e mais agressiva à cada segundo, era algo incrível. A dedicação de quem estava lá era invejável. Com o termino da Maze of Torment, todos se retiraram do palco menos o Bill Hudson, que começou a solar. Pouco tempo depois, Richie Brown, o segundo guitarrista se juntou a ele e fizeram um dueto que foi técnico e muito pesado ao mesmo tempo. Quando acabram, o vocalista e baterista subiram ao palco com sorrisos no rosto e distribuindo palmas.
Fecharam o show com a dobradinha de “God of Emptiness” e “World of Shit”, dois clássicos inegáveis do “Covenant”. Depois desta enxurrada de death metal tradicional incrivelmente brutal, todos da banda elogiaram praticamente incessantemente o público, dizendo que o show tinha sido “do caralho” e “um dos melhores da américa latina”. Com certeza é difícil discordar destas opiniões da banda, pois todos que estavam no Fabrique Club naquela quinta-feira estavam engajadíssimos e adoraram a performance do I Am Morbid.
I am Morbid – Fabrique Club – 19/10/2023
- Omni Potens*
- Immortal Rites
- Fall From Grace
- Visions From the Dark Side
- Blessed Are the Sick
- Rapture
- Pain Divine
- Vengance is Mine
- The Lion’s Den
- Sworn to the Black
- Maze of Torment
- Solo de Guitarra
- Dominate
- Where the Slime Live
- Blood on my Hands
- God of Emptiness
- World of Shit (The Promised Land)
*tocado pelo sistema de PA