Fotos: Gabriel Ramos
Em sua quinta passagem pelo Brasil, a banda esgota os ingressos de sua única apresentação no país
O Nile é um dos grandes nomes do death metal americano e donos de uma discografia coesa e interessante. Em sua quinta passagem pelo país, a banda conseguiu esgotar os ingressos de sua única apresentação, que aconteceu no último domingo (18), na Jai Club, em São Paulo.
Formada atualmente pelo guitarrista e vocalista Karl Sanders, Brian Kingsland nas guitarras e vocais, George Kollias na bateria e Scott Eames nas guitarras, a banda ainda conta com o baixista Julian David Guillen como músico convidado.
A banda que começou suas atividades em 1993 na cidade de Greenville, na Carolina do Sul, busca suas inspirações líricas e musicais na mitologia egípcia e nas obras de H.P. Lovecraft. Com 9 álbuns lançados ao longo de sua carreira, sendo o disco Vile Nilotic Rites (2019) o seu trabalho mais recente, o Nile se firmou como um dos principais expoentes do death metal que explora uma sonoridade mais técnica e virtuosa, com músicas bem trabalhadas e com uma qualidade instrumental acima da média.
Em sua mais recente turnê pela América Latina, o Nile reservou apenas uma data para se apresentar em solo brasileiro. O show aconteceu no último domingo (18), na Jai Club, em São Paulo. O show reuniu em peso os fãs de música extrema, o que resultou em um sold out e uma fila gigantesca para entrar na pequena casa de shows.
Com abertura da casa marcada para às 18h e início do show para às 20h, o público começou a ficar impaciente e preocupado quando os horários não foram cumpridos com pontualidade. Na verdade, no horário em que as portas da casa deveriam se abrir, ainda era possível ouvir a passagem de som da banda. O atraso seguiu adiante e o público só conseguiu entrar na casa por volta das 20h. Com todos os fãs já acomodados dentro da Jai Club, o show teve início às 20h40, resultando um atraso de 40 minutos em relação ao horário previsto para o início do espetáculo, marcando um ponto negativo para um evento sem banda de abertura e em pleno domingo.
O fato é que quando o Nile subiu ao palco, qualquer atraso se tornou irrelevante para os fãs que começaram a saudar a banda enlouquecidos e ansiosos para presenciar uma performance brutal do mais puro death metal. E foi exatamente isso que o Nile entregou aos amantes de música extrema presentes na Jai Club.
A casa ficou pequena quando a banda começou o show com a poderosa e imponente Sacrifice Unto Sebek, faixa do álbum Annihilation of the Wicked (2005). A performance do Nile é sólida e atordoante, mostrando toda a habilidade técnica da banda, acompanhado de guturais viscerais que reafirmam a presença imponente do grupo.
A apresentação foi arrebatadora, levando os fãs à loucura com um setlist que contou com faixas como Call to Destruction, Vile Nilotic Rites, In The Name of Amun e Long Shadows of Dread. A banda expressou sua felicidade em estar tocando novamente no Brasil e os fãs responderam com coros fortes de “Nile, Nile, Nile” e a clássica saudação brasileira “olê, olê, olê, olê, Nile, Nile”, deixando o grupo ainda mais satisfeito.
A faixa Sarcophagus deixou o público ensandecido e abalou as estruturas da Jai Club. Já The Howling of the Jinn preparou os fãs para a reta final do show, que contou com aproximadamente 1 hora e 5 minutos. Black Seeds of Vengeance, música presente no clássico álbum de mesmo nome lançado em 2000 foi a responsável por encerrar a apresentação com uma dose extra de brutalidade.
O Nile entregou um show sensacional e com uma energia arrebatadora. Uma performance técnica e brutal, como um verdadeiro show de death metal deve ser. Uma pena a banda emplacar apenas uma apresentação no Brasil, já que os fãs de música extrema com toda certeza saíram do show com um gostinho de quero mais.
Nile – Jai Club – 18/06/2021
Sacrifice unto Sebek
Defiling Gates of Ishtar
Kafir!
Call to Destruction
Vile Nilotic Rites
In The Name of Amun
Lashed To the Slave Stick
Sarcophagus
4th Arra of Dagon
Long Shadows of Dread
The Howling of Jinn
Black Seeds of Vegeance