Após 10 anos, Super Junior retorna ao Brasil para aquecer o coração dos fãs de K-pop

Considerada uma das maiores boy bands do mundo, Super Junior vem ao Brasil, para show único no Espaço Unimed

Texto: Bianca Matz

Fotos: Gustavo Diakov

Realização e agradecimentos: 30e & Midiorama

Com o gênero do K-pop estando presente cada vez mais no Ocidente, a boy band Super Junior (슈퍼주니어), composta atualmente pelos membros: Leeteuk (이특), Heechul (희철), Yesung (예성), Shindong (신동), EunHyuk (은혁), Siwon (시원), DongHae (동해), RyeoWook (려욱), KyuHyun (규현), foi responsável por popularizar o gênero, assim como o idioma coreano. Junto a outras boy e girl bands presentes na 2ª geração do K-Pop (2006-2011), como: 2NE1, BIGBANG, KARA, 2PM, Girls’ Generation, SHINee, entre outros. 

Lembrando que o grupo Super Junior faz parte da SM Entertainment, responsável por grandes nomes do K-Pop, durante a 2ª, 3ª (2012-2017) e 4ª geração (2018 – atualmente), como: SHINee, BoA, Girls’ Generation, F(X), EXO, Red Velvet, NCT e Aespa.

A turnê SUPER SHOW 9: ROAD foi anunciada desde julho do ano passado, após três dias do lançamento do 11º álbum do grupo, chamado The Road: Keep on Going Vol. 1, que conta com uma continuação, Celebration Vol. 2.

O evento ocorreu no Espaço Unimed, antigo Espaço das Américas, na Barra Funda, em São Paulo. O local estava organizado, mesmo do lado de fora, que contava com vendedores ambulantes com vários artigos relacionados ao grupo, como: camisetas, chaveiros, faixas, lightstick (bastão de luz com design exclusivo da banda), fotocards e entre outros. Era possível ouvir a euforia contagiante dos fãs, que aguardavam pelo retorno dos meninos às terras brasileiras.

Outro ponto importante a ser ressaltado é o fato do ambiente ser agradável, havia um público em peso presente, porém o local é espaçoso, além de contar com acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida e/ou deficiência física. O ar condicionado estava em uma temperatura ótima, nada exagerado também.

Enquanto o show não iniciava, propagandas eram transmitidas nos telões de outros eventos futuros de diversos gêneros no Espaço Unimed. Com o horário previsto para ter início às 20h, imagens no telão dos integrantes da banda queimaram a largada por questão de cinco minutos, o que pegou a todos de surpresa, trazendo aquele alvoroço em coro no ambiente.

As luzes se apagaram, trazendo um ar misterioso e de suspense sobre o que viria logo a seguir. Os telões traziam uma narrativa sobre a estética presente no álbum, pois cada projeto, é tido como uma “era” diferente aos fãs. Originalmente, o conteúdo estava em inglês, mas estava acompanhado de legenda em português também.

Esta estética foi dividida em capítulos, apresentando cada membro da boy band separadamente, acompanhados da emoção de todos presentes. Era como se fosse realmente uma história, um conceito sobre o Super Junior nesse momento, lembrando que a banda possui quase 20 anos de carreira. Mais adiante, o que estava sendo apresentado no vídeo contava como uma peça de teatro, em que os próprios integrantes compunham as narrativas. Inclusive, cada segmento possuía vestimentas e ritmos totalmente diferentes.

De repente, é revelado de forma dramática e totalmente teatral, cada integrante, como se estivessem presos, amarrados pelos seus pulsos com os braços abertos aos cordões vermelhos, que se estendem pelo cenário, remetendo a marionetes vivas dentro do espetáculo.

E o local que antes estava sendo iluminado pelos lightstick na cor azulada, ganha a iluminação extra de pequenos aparelhos, presentes nas mãos de cada um dos integrantes ao som de Burn The Floor. Em seguida, os telões ganham uma animação em tom avermelhado, ao som de The Crown junto à coreografia sincronizada e a emoção do refrão arrepia qualquer pessoa presente, não existiria uma introdução melhor para abrir o show.

Não tarda muito para a setlist da atração ir para as clássicas, que qualquer fã do Super Junior possui um grande carinho, como: Mr. Simple. As coreografias sempre fazem jus aos MV (Music Video) do grupo. E ao olhar para as pessoas em sua volta, assim como eu, tinha que reproduzir os passos, pois são contagiantes e é um momento único.

Tanto a iluminação durante as canções, como os telões reproduzem muito bem cada momento para os fãs que não estão muito próximos ao palco. São apresentados os melhores recortes e enquadramentos da performance para todos ali. O palco conta com uma extensão que vai até o meio da pista premium, e no momento em que eles estendem a coreografia para lá, a iluminação branca é acendida para que possamos analisar cada passo, cada olhada que os integrantes dão ao público.

É incrível como eles conseguiram deixar a chama acesa nos nossos corações, que esperávamos ansiosamente pelo retorno deles ao palco no Brasil. Os passos de dança, a cadência das letras junto ao ritmo e o sex appeal que eles exalam, lembram as apresentações das músicas do Michael Jackson, o rei do Pop, como em You Rock My World, de 2001.

Todas as vestimentas utilizadas, em cada capítulo do show, estavam impecáveis e era possível ter uma noção do que nos aguardava nos próximos minutos. De roupas e sapatos sociais, totalmente fechados, não tinha como olharmos e sentir pena, pois sabemos que estamos no verão e o calor do Brasil castiga os estrangeiros. Eles mesmo comentaram que amam a temperatura daqui, sendo um dos fatores que os viciam no país.

Além do clássico Mr. Simple, a setlist acompanhou de outras canções que estão na ponta da língua dos fãs, como Mamacita (아야야), com ritmo latino e acompanhada de palavras em espanhol inseridas em sua letra, abrindo alas com o decorrer do show para One More Time (Otra Vez), uma produção em parceria com a banda mexicana Reik.

É claro que Sorry, Sorry (쏘리, 쏘리) e Bonamana (미인아) não podiam ficar de fora, assim como outras canções mais frenéticas, que resgatam a exaltação das fãs, que podia ser notado, como por exemplo, ao iniciarem os primeiro versos de B.A.D, outra produção em conjunto com o D&E, o quinto subgrupo oficial do Super Junior. 

Com o passar do show, houve um mix de emoções, em momentos mais sensíveis, como a versão acapella de When We Were Us (푸르게 빛나던 우리의 계절), composto pelo KRY, o primeiro subgrupo oficial do Super Junior, momento em que as fãs faziam movimentos de “vai e vem” com o flashlight, resgatando algo mais calmo e apaixonante.

Adianto que como eu estava ansiosa e muito animada para o show, eu pude ter um pouco de spoiler sobre o que poderia ocorrer através da playlist feita no perfil oficial do grupo, na plataforma do Spotify.

Houveram outros momentos que vou guardar na memória, como em músicas extremamente animadas, em que era tanta alegria, todo mundo dançando e cantando a todo pulmão, que no clímax da canção, lançavam uma chuva de confetes na cor dourado e prateado em cada extremidade do palco. Nem preciso comentar que o chão ficou imerso em papeizinhos brilhantes.

O Super Junior sempre conversava com o público, seja um pouco antes de “mudarem o capítulo” do show, assim como no final, em que bateram um longo papo. Era interessante ver como cada um dos integrantes tirava bons cinco minutos para depositar atenção e carinho aos presentes no local. Eles até arriscaram falar em português, mas claro, que havia uma tradução simultânea para os fãs corresponderem ao que diziam em coreano também.

Eles sempre relembravam as memórias de quando estiveram há 10 anos e prometeram eternizar na mente deles essa noite mágica de quinta-feira. E como forma de agradecimento, eles sempre deixavam claro que sabiam o esforço que estávamos fazendo para estar ali com eles, tirarmos um pedaço do nosso tempo para depositar carinho e amor para cada um do grupo. 

Durante muitas canções, eles desfilavam com bandeiras do Brasil presas aos ombros. No entanto, em determinado momento, eles apareceram com a bandeira da Coreia do Sul e ressaltaram que mais uma vez, deixávamos os laços mais estreitos entre as nações. Eles se reuniram no centro do palco e tiraram uma foto em grupo com toda a plateia gritando de felicidade, assim como realizaram gravações em 360º para guardar de recordação.

Era impossível não sorrir com o modo que brincavam com as fãs, eles diziam que gostariam de casar com alguma brasileira, que gostariam de morar no Brasil, assim como questionavam o público sobre como estávamos aguentando tanto tempo em pé, dançando e se divertindo, pois ele faria massagem em nossos pés. Fora essas brincadeiras, o Siwon, líder do Super Junior, surgiu com um cartaz que foi meme entre os fãs do grupo, na Internet, em que surgia ele de terno, vestindo a faixa presidencial e com a bandeira do Brasil ao fundo, escrito em coreano e em português: “Vote no Siwon para Presidente do Brasil”.

Além das fãs cantarem o bordão de “Lindo, tesão, bonito, gostosão” para os membros, que de início, eles não estavam entendendo, porém passaram a tradução em coreano e, logo, amaram a brincadeira. Eles correspondiam dizendo que éramos sexys, que as fãs brasileiras possuíam uma beleza fora do comum, que nunca viram tanta mulher bonita reunida em um mesmo ambiente. O que claramente fazia qualquer uma suspirar e gritar sem parar.

E para fechar com chave de ouro, eles cantaram “Ai, se eu te pego”, do cantor sertanejo Michel Teló com direito à coreografia, pois quando estiveram a primeira vez em solos tupiniquins, durante a turnê SS5, em 2013, cantaram essa música também. Para quem achava que eles estavam arriscando até demais no português, tiveram certeza ao presenciarem eles cantando a música inteira no nosso idioma. Por um breve momento, tive um devaneio e pensei que tinha sido teletransportada para o Villa Mix ou Vila Country com cantores coreanos! Mas valeu a experiência, achei interessante e extremamente divertida.

Ao todo, foram duas horas de show e comecei a ficar triste, quando fui conferir o horário e percebi que estava chegando ao fim, eu não queria que aquela noite acabasse, estava tudo muito perfeito. Seja as canções que eu estava esperando por todo esse tempo, assim como o ambiente, a iluminação, o carinho, o amor e a dedicação do Super Junior pelas fãs por proporcionarem essa noite maravilhosa em São Paulo.

Não posso esquecer de destacar que pude realizar um sonho em ver um show de K-Pop, de uma banda que acompanhava desde a época da minha adolescência. Parece loucura ver um grupo por tanto tempo através do YouTube, nos clipes e, de repente, você está presenciando tudo aquilo na sua frente, de pertinho. Eu cheguei a me emocionar entre três a quatro vezes, apenas não aguentava a emoção, parecia um sonho. Eu não vejo a hora de vê-los novamente em breve, já que eles prometeram que retornariam ao Brasil mais uma vez.

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About Bianca Matz

Jornalista por curiosidade, cinéfila por natureza, vegetariana por amor e paulista desde sempre.

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