Texto: Mario Lucas
Fotos: Gabriel Goncalves
A noite começou com atrasos, os portões que estavam previstos para abrir as 22 horas só foram liberados mais de 20 minutos depois, enquanto o público entrava, a banda Ozome iniciava a noite e dava boas vindas à quem entrava, um show bem animado com o vocalista Gustavo Buzelin bem enérgico em cima do palco, o guitarrista Lucas Bolognani também teve seus momentos de destaques com belos solos.
Aos poucos a casa foi ficando cheia e quanto mais público estava presente, mais animado ficava o show do Ozome, a banda mineira trazia o repertório de seus dois álbuns lançados, uma mistura de estilos que resultava num som pesado, a resposta do público estava excelente, com direito à mosh pits, as famosas “rodinhas punk”. A função de aquecer a galera foi bem cumprida e também o aumento da expectativa pelos próximos shows, a banda gritava “Matanza!” e o público respondia “Ritual!”. Depois da tradicional foto com o público, Ozome deixa o palco às 23:44.
12 minutos após o previsto, o Pavilhão 9 sobe no palco, uma entrada animada com a banda toda na temática da nova turnê, a cor azul, desde peças de roupas à instrumentos da cor combinando, o vocalista Rhossi entrou com a sua tradicional máscara de hóquei. A banda que mistura rap com rock trouxe desde os seus clássicos até os trabalhos mais recentes, mas neste momento o público estava morno, a banda enfrentou muitos problemas técnicos de equalização do som e interferências, era um áudio bagunçado, mas o Pavilhão 9 tentava compensar com performance e energia no palco.
A banda estava comemorando 30 anos nessa turnê e realizando seu primeiro show após a pandemia, para tornar o momento ainda mais especial, era anunciado o retorno de Doze para a banda, o segundo vocalista estava de volta e subia no palco para completar o show, aos poucos o público foi retomando o ânimo, após tocarem músicas gravadas com BaianaSystem e Black Alien, além de clássicos como “Execução Sumária” relembrando os tempos em que o Pavilhão 9 tocou no palco do Rock in Rio 2001.
Enquanto Rhossi e Doze pediam mais agitação da galera, o baixista Beto Braz alertava a produção sobre os problemas técnicos de som que o show enfrentava, o Pavilhão 9 ainda teve espaço para apresentar o produtor Paulo Baron no palco e ter um momento mais calmo, com músicas mais lentas e batidas de Reggae, o público teve o clássico momento de acender as lanternas dos celulares e iluminar todo o ambiente do Espaço Leste. No fim da apresentação, a banda que sempre teve letras com manifestações sociais, escuta o público puxar o grito de “Ei Bolsonaro vai tomar no c#”. Às 01:18 o Pavilhão 9 sai do palco e agora o público aguarda ansiosamente pelo principal show da noite com os clássicos gritos descontraídos de “Ei Jimmy vai tomar no c#”.
02:04 da manhã acontece a triunfante entrada que o público esperava, o Matanza Ritual estava no palco, durante o ínicio do show ainda era possível ouvir alguma interferencia nas caixas de som, mas não demorou muito para ser consertado. O carismático Jimmy London estava muito enérgico em todas as músicas, sempre gesticulando, dançando e fazendo caretas, nesse momento a casa já estava cheia no Espaço Leste e o público respondia a altura toda a animação de Jimmy, que além de cantar, ainda contava histórias sobre sua primeira apresentação no Espaço Leste.
Aos poucos, Jimmy apresentava para o público os membros da formação do Matanza Ritual, Antônio Araújo, guitarrista da banda Korzus que respondeu com riffs da clássica “Season in Abyss” da banda Slayer e vale ressaltar a semelhança de Antônio com Kerry King, tanto na aparência como na violenta maneira de tocar guitarra, Christófaro Amilcar o baterista do Torture Squad fez alguns solos de bateria e conduziu o ritmo do Ritual e por último o consagrado membro do Angra, Felipe Andreoli que dispensa comentários, um dos maiores baixistas da atualidade fez um espetáculo à parte, sempre muito frenético e mostrando que nem precisava de palheta pra tocar as rápidas e violentas músicas do Matanza.
Os dois singles gravados até o momento por essa formação da banda foram tocados, mas a noite foi totalmente tomada pelos clássicos, o público pedia e ia ao delírio em muitos momentos, “Clube dos Canalhas”, “Mulher Diabo”, “Pé na porta, soco na cara” e “Ela roubou meu caminhão” foram só alguns dos muitos clássicos do grupo celebrados nessa noite. Com mais de uma hora e meia de show, o Ritual se encerra, às 03:40 da manhã a banda se despedia e prometia voltar com mais, a tradicional foto com a galera foi tirada e os músicos se despediram jogando para o público palhetas e baquetas como de costume.