Pentagram leva legião de fãs ao Hangar 110 e atesta seu legado 

Pela primeira vez em solo brasileiro, banda comemorou 50 anos de carreira com apresentação única em São Paulo

Texto: Thais Araujo

Fotos: Raphael Mastandréa

Agradecimentos: Gig Music & Tedesco Comunicação e Mídia

O clássico grupo pioneiro do Heavy/Doom se apresentou, no último domingo (11), na consagrada casa de shows Hangar 110, levando consigo uma multidão de fãs ávidos à espera do que seria uma espetacular e memorável apresentação. 

Curious Volume, último álbum da banda, foi lançado em 2015 e por mais que seguissem fazendo turnês esporádicas pela Europa, as recaídas em drogas e questões judiciais envolvendo o lendário vocalista Bobby Liebling, foram problemas enfrentados pela banda nos últimos anos, levando à incerteza de uma possível apresentação no Brasil.

Mas, felizmente, o Pentagram realizou sua apresentação memorável, fazendo jus às comparações, ao lendário Black Sabbath. Recebendo méritos pela originalidade e peso em relação ao gênero e todo reconhecimento e aplausos da galera ali presente. 

A banda é atualmente composta por Bobby Liebling (vocais), Greg Turley (baixo), Matt Goldsborough (guitarra) e Pete Campbell (bateria). Em meios aos preparativos, os pedidos dos fãs pela banda ficavam cada vez mais constantes: “Pentagram! Pentagram! Pentagram!”. 

Banda trouxe repertório diversificado com faixas clássicas, recentes e performance impecável dos músicos

Havia incertezas sobre a qualidade da apresentação devido ao estado de saúde de Bobby,, no que diz respeito aos seus problemas com drogas, no entanto, a explosão vocal veio em massa, não decepcionando os fãs que esperavam ansiosos pela sua emblemática voz. 

Ao iniciarem com a música Run My Course, faixa do primeiro álbum de estúdio da banda, intitulado Pentagram, lançado em 1985, a banda revelou sua potência sonora e suas excelentes técnicas. Tamanha foi a surpresa do público que, imediatamente, puxaram um coro acompanhando a letra, recepcionando os músicos com o fervor que só o público brasileiro consegue entregar.

Era perceptível a intensidade vivida naqueles instantes. Ao iniciarem o clássico The Ghoul, todos cantaram juntos. Ouviam-se comentários vindos da plateia, que diziam: “Isso é muito Black Sabbath!”. O som é um dos mais conhecidos da banda devido à sua levada intensa e letras pesadas. 

Prestes a tocarem o único hard rock da noite, o vocalista ecoa ao público: “Agora vamos voltar 50 anos atrás” e, como que num coral, todos cantaram juntos When the Screams Come.

A esta altura do campeonato não tinha um que não estivesse extasiado pelo show. Ao final do espetáculo, saíram dos palcos, mas após muitos pedidos retornaram para tocar mais duas músicas, Last Days Here e Forever My Queen, clássicos atemporais, que finalizaram o show de forma esplêndida. 

Setlist:

  1. Run My Course
  2. Starlady
  3. Ask No More
  4. The Ghoul
  5. Review Your Choices
  6. Be Forewarned
  7. Sign of the Wolf (Pentagram)
  8. When the Screams Come
  9. Petrified
  10. Dying World
  11. Devil’s Playground
  12. Relentless
  13. Last Days Here
  14. Forever My Queen

Grindhouse Hotel traz o gênero stoner rock aos palcos, saúda fãs antigos e conquista novos fãs

A abertura do evento foi realizada pela banda paulista de stoner rock Grindhouse Hotel. Começando  sua apresentação com uma introdução que durou uns bons minutos, os caras se aproveitaram da acústica da casa, sintonizando quem estava presente com a vibe sonora do grupo. 

Já a segunda música da noite, Chosen One, trouxe uma pegada mais grunge e acelerada. Para quem gosta de bandas como Queen Of The Stone Age, Hellbenders e Down, vai apreciar bastante. Principalmente porque é impossível não falar sobre a qualidade sonora dos caras e sua presença de palco.

Entre uma música e outra, aproveitaram para comentar que são de São Paulo, e o quão alegres estavam por poderem estar presente na festa e tocar com uma banda tão clássica como o Pentagram.

A quarta música da noite foi seu lançamento mais recente. Intitulada Bullfighter, o som possuía um peso diferente das anteriores, mostrando que a banda estava alçando um novo momento e amadurecimento, consequência natural das bandas que se empenham em crescer. O solo bem executado fez com que alguns fãs gritassem de euforia com a rapidez e agressividade que o som evocava, fazendo com que fossem bastante aplaudidos no final. 

Retornando aos clássicos, a banda tocou um cover de Creedence Clearwater Revival, deixando explícito ao público quais são suas verdadeiras referências sonoras, além de prestarem sua homenagem.

Finalizando o show com a música No Sunrise, com uma pegada inicial mais lenta e introspectiva, a banda demonstrou toda a sua versatilidade ao, gradualmente, aumentar a intensidade dos riffs, até restar um solo eletrizante no final. Após conquistar o público, a banda encerrou a primeira etapa do evento já valendo a pena o ingresso.

Setlist:

  1. Intro / Centaurius
  2. Chosen One
  3. Lost (Nova Luiz)
  4. Bullfighter
  5. You stink
  6. Cover (Creedence)
  7. Motorhead
  8. No Sunrise

Flickr: 

Pentagram

PENTAGRAM

Grindhouse Hotel

GRINDHOUSE HOTEL
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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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