Show contou com mega produção, troca de palco, efeitos visuais e participações especiais.
Texto: Gabriel Gonçalves
Fotos: Gustavo Diakov
Agradecimentos: Felipe Martinez
Após 30 anos de carreira o Músico e compositor Edu Falaschi vem à São Paulo para a gravação de seu DVD em comemoração aos 20 anos do álbum “Rebirth” da banda Angra, a qual fez parte em sua carreira, e seu terceiro álbum de estúdio, o aclamado “Vera Cruz” lançado em 12 de Maio de 2021.
Com as expectativas do público lá em cima os portões do Tokio Marine Hall, antigo Tom Brasil, já encontravam-se cheios de fãs que circulavam pelas ruas com as blusas do disco “Vera Cruz”, todos ansiosos pela vista do palco que prometia tanto, ouvia-se conversas de como estaria montado, se seguiria com algo parecido dos últimos shows, Rio de Janeiro por exemplo, ou se vinha com alguma novidade exclusiva da gravação do DVD.
Às 18:40hrs os portões foram abertos e assim iniciava o andar da fila com aquela comemoração do público em finalmente estarem entrando no espaço, logo ao passarem na revista dos seguranças o público dava de cara com duas tendas de merchandasing, sendo uma do Aquiles Priester, onde era vendidos acessórios que levava o nome do artista, tais como: Pratos de bateria, baquetas, pedais (duplos e simples), peles de caixa, bonés, canecas, toucas, uma caixa de bateria ( todos em cor vermelha viva que foi a cor predominantemente usada pelo baterista em seu setup, além de DVD’s e CD’s da carreira solo do artista, camisas e vídeo aulas em formato DVD normal e Blu-ray.
O outro ‘oficial merchandasing’ era do Edu Falaschi aonde além de camisas e discos do próprio artista também estavam sendo vendidos discos de outras bandas como o: “Almah” e “Vênus”. Uma das coisas mais legais desse merchandasing era o livro que contava de maneira lúdica a história do álbum ‘Vera Cruz’, apresentado no programa de entrevistas “The noite” com Danilo Gentili, em páginas douradas e capa dura, além da luva de proteção com a arte do álbum, vendido à R$125, LP do disco vendido à R$550, Calendário autografado por R$20, fita ‘k7’ à R$100, copos; cervejas e canecas (personalizadas e artesanais) à R$ 40, moletom da Tour por R$270.
Ao passarem por essa imersão dos artistas o espectador dava de frente com um hall de entrada com a lanchonete da Tokio Marine e um pequeno palco onde ao final do espetáculo outra banda se apresentaria. Seguindo em frente temos as divisórias que separam os locais como: Camarote e Pistas ( premium e normal ) onde de cara ja se via a enorme estrutura que fora montada pela equipe de produção da “Foggy filmes” para esse que viria a ser um dia inesquecível aos olhos dos fãs, viam-se 13 câmeras preparadas para mostrar todos os ângulos do palco e público, um andaime que levava uma câmera que percorria o palco inteiro e as duas pistas por cima do público pegando visões exclusivas das partes mais altas do palco e também uma vista total do mesmo. Ao entrarmos víamos as luzes ambientes acesas e as cortinas fechadas, o que aguçou a curiosidade dos espectadores, com o som ambiente o público corria para pegar os melhores lugares para assistirem ao show que viria a começar as 20:40hrs, em pouco tempo o local estava tomado de fãs e todos bem acomodados à espera do artista começar. Ouvíamos a última passagem de som e checagem dos microfones na voz do próprio Edu Falaschi e de sua equipe de produção, com emoção e interação os fãs gritavam o nome de metaleiro pedindo que começasse logo o show.
Antes da abertura das cortinas o diretor, assim apresentado por ele mesmo, Júnior Carelli (ex-tecladista da banda ‘Shaman’ e ‘Noturnall’ ) fala com o público demonstrando sua felicidade em estar fazendo parte daquela gravação e explica ao público sobre o que pode ou não fazer, sendo que a primeira regra era: não há regras! “Gritem, pulem, tirem a roupa e curtam o show que nós da foggy filmes mais a produção do Edu Falaschi, ao torno de 50 pessoas, fizeram” disse ele terminando sua apresentação entrando entre as grandiosas cortinas vermelhas do palco. Com a luz ambiente descendo e aos poucos ficando apenas a luz amarela direcionada ao palco ainda com as cortinas fechadas, ao mesmo tempo os fãs gritam loucamente ansiosos pelo que viria, aos poucos as cortinas foram se abrindo e mostrando a grandiosidade da montagem do palco onde de fundo temos uma grande cortina com a capa do álbum ‘Rebirth’ e a estrutura do palco, naquele momento iluminada de azul com gelo seco ao chão, caracterizada como um convés de uma caravela, aos lados via-se as redes do mastro e escadas que levavam a parte de “cima” do convés onde ficou o tecladista Fábio Laguna, o baterista Aquiles Priester e os “backing vocals” Raíssa Ramos e Fábio Caldeira, onde essa ficava elevada a mais ou menos 3 metros e meio do chão do palco. De cara a primeira coisa que se via era a bateria, montada com estrutura de metal, e detalhes em vermelho vivo com uma cabeça de “kraken” ao topo segurada pela própria estrutura do instrumento, dando a impressão de ser o próprio animal mitológico ali mesmo.
O primeiro a aparecer no palco foi o Aquiles ( baterista ) saudando a platéia com as mãos para cima e de fundo ouvia-se a introdução de “nova era” subindo o volume, logo após tecladista e backing vocals sobem aos seus postos e ali estávamos a segundos de uma explosão de entrada, aparecem as guitarras e baixo sincronizadas com o tempo da introdução da música dando o início a canção e consequentemente ao espetáculo, com o característico solo de abertura que chama atenção de todos, fotógrafos com suas câmeras apontadas para os artistas e registrando toda aquela “fúria” dos mesmos ao entrarem ao palco, quase no final do solo de abertura, surge de uma porta do convés do navio o Edu Falaschi fazendo com que todos gritem e balancem as cabeças ao som dessa aclamada música, o refrão é cantado em uníssono pela plateia junto aos vocais e vê-se que próprio Falaschi percebe o quão grandioso é aquele momento.
Edu só vem a falar com o público pela primeira vez após 4ª música falando sobre a gravação do seu DVD, sobre seus discos e sobre sua carreira, logo após o término de sua fala ele convida ao palco o Multiinstrumentista e premiado violonista ( de formação ) Fábio Lima onde o mesmo faz um pequeno solo e dá introdução a faixa título do álbum “Rebirth” com o dedilhado lendário da introdução, nesse momento os holofotes de plateia emitem luzes azuis e se direcionam à eles, que junto a um jogo de luzes dentro de palco dá a sensação ao público de imersão total na música, logo se vê os celulares se levantando e gravando aquele momento mágico, olha-se ao telão e a visão da câmera suspensa pega a pista quase inteira junto ao palco mostrando na gravação o quão imersivo era aquele momento, nesse momento Falaschi passeia pelo palco, sobe as escadas enquanto canta, que com seus agudos sempre em dia faz gestos para a plateia para que o acompanhem no refrão em uníssono. Logo após o término da faixa título Fábio Lima se despede e a banda vai para a faixa “Judgement Day” que claro, é acompanhada pelo público, logo após Edu falaschi começa a apresentar a banda à plateia começando pelos backing vocals: Raíssa Ramos, no qual Falaschi brinca ao falar seus apelidos, e Fábio Caldeira, passa da esquerda para a direita chegando em Diogo Mafra (Guitarra), Rafael Dafras (baixo), “betão” (guitarra) onde Edu faz uma grande homenagem a ele fazendo com que o mesmo se emocione, diz o quanto ele é importante para o artista e para o PowerMetal, Fábio Laguna (teclados), e Aquiles Priester ( bateria ) onde o mesmo pendura-se na estrutura de metal suspensa e reverencia o público, desce de seu púlpito e pega o microfone falando sobre a gratidão de participar daquele momento, tanto na gravação do disco quanto no DVD e apresenta Edu Falaschi pedindo uma grande salva de palmas do público ao vocalista.
Como mais um de seus convidados dessa noite especial, Edu chama Thiago Arrancam um cantor de ópera brasileiro onde após sua apresentação o convidado canta uma peça chamada “nessun dorma” na qual segue apenas voz e piano em palco, ao final dessa canção que não é comum ao público de hoje em dia, o que não quer dizer que fora recebido mal muito pelo contrário fora aplaudido de pé, a banda entra novamente ao palco finalizando o álbum com a faixa “visions Prelude”, após terminar essa música Edu agradece a todos e exatamente as 21:56 hrs as cortinas se fecham para uma pequena pausa de troca de cenário, a luz volta a ser ambiente e as 22:07 começa nos telões a intro da freira e “ancestry” aos poucos vão se abrindo novamente as cortinas mostrando um palco totalmente modificado, o que marca a entrada das cenas da introdução que se passa ao telão é a freira que leva um bebê ao seu colo atravessando o palco por inteiro. Agora temos a visão do ‘novo palco’ e podemos contemplar as mudanças, que são: Aonde não havia nada além de um vão entre os teclados e a bateria ( que se encontrava no meio ) agora via-se um boneco de aproximadamente 8 metros de altura simbolizando os cruzados com um cruz em seu escudo apoiado no chão, ao lado direito do palco via-se outro boneco de mesma aparência porém com outro símbolo em seu escudo. Ao centro do palco onde era apenas o convés agora nos víamos na popa da caravela, com o mastro do capitão e as grades que separam aquele espaço, aos lados tinham barris e atrás do palco aonde antes era a cortina com a arte do álbum Rebirth agora era uma fundo de mar e mata, com luzes verdes e ambiência sonora de mata e mar, dando início assim a execução do álbum “vera Cruz”. Falaschi volta ao palco com uma roupa de capitão em vermelho e com fivelas do cinto no estilo ‘piratas do Caribe’, entra interagindo com o mastro e começando sua apresentação com direito a fumaça saindo dos sopradores como fogos de artifício a seco.
Após a música “Skiesin your eyes” ter as partes de violão tocadas pelo próprio Edu Falaschi, nós temos a entrada de atores simulando uma batalha entre dois guerreiros que termina com o apunhalamento de um sobre o outro, com uma rápida troca de cenário na parte das cortinas atrás do palco dá-se início a “crosses” com “fogos de artifício a seco, e nesse momento uma das músicas mais aguardada por todos ali presentes é adicionado ao palco um violão de nylon ao guitarrista “betão” junto a uma troca de cenário novamente na parte das cortinas atrás do palco iluminando com um verde mata junto a gelo seco e ambienta de mata adentro inicia-se “land ahoy” onde nitidamente fora a música com maior interação da platéia e mais esperada pelos mesmos. Em “Fire With Fire” Edu Falaschi divide os vocais com Fábio Caldeira e os refrões sempre em uníssono com a platéia, fogos de artifício à seco deixam aquele momento mais emocionante.
Após o final de “Mirror Of Delusion” Edu Falaschi convida ao palo Tito Falaschi e Fábio lima para tocarem “Bonfire of Vanities” onde Tito mostra sua técnica na guitarra ao levar o solo principal da música. Ambos se despedem com muitos aplausos e Falaschi conta que a próxima música fora composta e gravada junto com Max Cavalera mas que infelizmente ele não pode comparecer nesta data mas que para “suprir o peso”, em suas palavras, havia convidado duas gerações do metal brasileiro, Marcelo Pompeu da banda Korzus ( que antes mesmo de anunciado ja era chamado pelo público ) e a “estrela do Death Metal brasileiro”, por sua fala também, Fernanda Lira vocalista da banda Crypta , ao entrarem no palco Edu conversa com Pompeu e demonstra sua gratidão ao artista por ter sido uma de suas inspirações ao longo de sua carreira, além de falar que passou sua adolescência assistindo a banda, Pompeu por sua vez diz que sempre acompanhava as apresentações de Edu Falaschi na televisão, e após se abraçarem dividem os vocais em “Face of The Storm”, nesse momentos os canhões são trazidos mais afrente e deles começa a sair gelo seco como se estivesse sido disparado. ao segundo refrão vê-se ao palco 6 guerreiros empunhando suas longas espadas ao estilo cruzados, Três de cada lado onde o Diretor Júnior Carelli é um desses guerreiros, e ali vemos que a plateia assistia ao espetáculo com total atenção, vi brilho em seus olhos e imersão como se estivessem em uma realidade virtual. Os vocais guturais sempre representados com Pompeu e Fernanda trazem um verdadeiro ‘bater de cabeças’ dos metaleiros, Marcelo Pompeu interage com o público fazendo-os gritarem e “competirem” entre si para ver qual dos lados tinha mais energia. O trio de vocalistas é aplaudido com veemência e reverenciados pelo público a frente! Edu falaschi agora com um grande sorriso em seu rosto sempre olhando muito para seus fãs e como se nós pudéssemos ler seus pensamentos víamos a felicidade em seu rosto e a sensação de missão cumprida. Falaschi da uma pausa para recompor o ar e apoiado na P.A. de palco utilizada como retorno começa a contar que sempre reverenciou sua próxima convidada, ele nos conta que ao entrar em contato com a artista Elba Ramalho e vê-la cantando sua música ele se emocionou e mostrou a todos o quão importante ela é para ele, e o quanto de respeito ele tem pela cantora, quando Elba entra ao palco podemos ver aos olhos de Edu que não crê mesmo vivenciando aquilo.
Entre duetos em português e inglês são lançado agora verdadeiros fogos de artifício controlados iluminando todo o palco de um dourado forte e chamativo começando apenas pela parte ‘de baixo’ do palco e quanto mais se aproximava do final maiores eram esses fogos até que começaram a sair pela parte “de cima” da estrutura deixando uma visão linda daquele palco extremamente bem montado e produzido com aquele momento tão especial, e como um grande espetáculo Elba e Falaschi terminam “Rainha do Luar”. Edu Falaschi agradeçe a sua convidada e ao público e junto com a banda deixa o palco, ansiosos pelo “bis” o público clama para que voltem e assim após 3 longos minutos a banda volta aos seus lugares para tocarem “Spread Your Fire”, Edu Falaschi já sem camisa e suado depois de tanta encenação finaliza seu espetáculo com um show de fogos de artifício convidando a todos que participaram da gravação a se despedirem junto a ele, reverenciando o público todo o conjunto deixa o palco e após duas horas e quarenta minutos o show se encerra !
Ao Sair da área do espetáculo, o público se depara com uma banda tocando alguns dos sucessos do rock n roll mundial e incrivelmente após quase 3 horas de show e já se passar da meia noite de domingo o público vem a frente do segundo palco ao som de “Burn” do Deep Purple, Incrível como os fãs sempre terão energia para o bom e velho Rock N Roll.
Rebirth
- Intro – in excelsis
- Nova era
- Millenniun Sun
- Acid Rain
- Heroes Of Sand
- Unholy Wars
- Rebirth ( com Fabio Lima )
- Judgement Day
- Running Alone
- Nessun dorma ( Thiago Arancam vocal solo )
- Visions Prelude ( com Thiago Arancam )
Vera Cruz
- Intro – Burden
- The ancestry )
- Sea of Uncertainties
- Skies In Your Eyes
- Intro – Frol Del Mar
- Crosses
- Land Ahoy
- FIre With Fire
- Mirror of Delusion
- Bonfire Of The Vanities ( com Tito e Fábio )
- Face of The Storm ( com Fernanda Lira e Marcelo Pompeu )
- Rainha do Luar ( com Elba Ramalho )
Encore
- Intro – Deus le volt
- Spread your Fire
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