KRISIUN e MALEVOLENT CREATION: União internacional do metal extremo

BANDAS RENOMADAS DO BRASIL E EUA, ENTREGARAM SHOWS CHEIOS DE ENERGIA NA BURNING HOUSE EM SÃO PAULO

Fotos: Nanda Arantes em cobertura para a Roadie Crew

Shows de sexta-feira são ótimos depois de uma semana longa, e ficam melhores ainda quando se tem lendas do death metal mundial, como o Malevolent Creation e o Krisiun, ainda contando com a abertura dos veteranos do metal extremo, Vulcano, e a banda estadunidense Contortion, que veio pela primeira vez ao Brasil. O show ocorreu na Burning House, que já é querida no circuito de shows underground nacionais e internacionais.
Essa foi a primeira das sete datas da turnê Krisiun + Malevolent Creation – Brasil Shows 2025, produzido pela Xaninho Discos e Caveira Velha Produções. Alguns shows tiveram que ser movidos e cancelados devido ao estado de saúde do guitarrista/fundador do Malevolent, Phill Fasciana, e por isso, não pode participar da turnê.

ESQUENTA GARANTIDO COM AS ABERTURAS DO VULCANO E CONTORTION

Em meio ao caos de sexta-feira pós-horário comercial, a casa ainda estava recebendo o público quando o Contortion subiu ao palco, pontualmente as 18h, trazendo seu groove metal pesado e moderno diretamente da Califórnia. O visual em trajes sociais cria um contraste com a sonoridade versátil, densa e massiva da banda, como mostraram em canções como “Idiot Box”, “Dreaming Alone” e “Guttersnipe”. O frontman e guitarrista Brian Stone se mostrou presente no espaço limitado do palco, com a bateria bem na frente, ele se esforçava pra cativar os tímidos que assistiam. Aos poucos, foi possível ver algumas cabeças balançando ao ritmo de “No Destination” e “Among the Stars”, sendo que na última, Stone desceu do palco e passeou no meio da galera até chegar ao lado do seu parceiro guitarrista Spencer Strange, para um dueto final, aplaudido pelos presentes. A banda estava sem o baixista, Scot Leonard, por conta de problemas com álcool, ele teve que se retirar do restante da turnê, porém, mesmo com desfalque e a dificuldade, conseguiram entregar um show interessante que com certeza vai instigar curiosos a conhecer melhor a banda.

Chegando a vez da velha guarda do metal extremo brasileiro, Vulcano, com mais de 40 anos de história e em plena atividade, mostraram que idade é só um número. – Os portais do inferno se abrem, para vocês entrarem! – O vocalista Luiz Carlos Louzada inicia os ritos blasfemos com “Satanic Rituals” e “Incubus”, nesse ponto a Burning House começou a se incendiar. Seguindo os clássicos da banda como “Spirits Of Evil’, “Death Metal” e “Dominios Of Death”, invocaram os bate cabeça e mosh pit, pois se há um evangelho do death metal brasileiro, o nome dele é Bloody Vengence (1986). Apesar disso, o repertório do show não incluiu nenhuma música dos álbuns mais recentes, em compensação, a performance da banda seguiu impecável do começo ao fim, com destaque a cozinha brutal do baterista Bruno Conrado e do baixista pesado Ivan Pelliciotti, não menos importante o duo de cordas de Cleiton Nunes e do mestre Zhema Rodero fundador e único membro original da banda. Após “Holocaust”, o público entoa um coro de “Vulcano” em uníssono, Louzada agradece e anuncia outra Guerreiros de Satã, e fecha os portais do inferno (temporariamemte) com “Bloody Vengenace”.

MALEVOLENT CREATION ENTREGOU TUDO, MESMO SEM A PRESENÇA DE PHIL FASCIANA

As 20:30, a casa já estava lotada, o palco estava com um espaço mais amplo, e a banda já estava no palco sob uma introdução obscura e misteriosa, os berros de ansiedade dos fãs que esperaram tanto pelo momento, sendo que aos quatro toques da caixa veio a explosão brutal de riffs de “Eve Of The Apocalypse”, criando um choque sonoro pesado. A banda mostrou para o que veio, os fãs já estavam entregues, enquanto a outra parte da plateia ainda estava entrando no clima, Jesse Jolly (vocal e contrabaixo) agradece os aplausos calorosos e pede desculpas pela falta de Phil na turnê, pois o mesmo está enfrentando uma infecção pulmonar séria. Muitos já estavam cientes e se mostraram simpáticos e cheios de entusiasmos, o máximo que podia se fazer era desejar a melhora do músico, pra que numa próxima oportunidade, ele venha firme e forte. Mas mesmo sem o líder, a performance da banda seguiu soando tão perfeita quanto um disco de estúdio tocando.

UMA RAJADA DE CLÁSSICOS EXECUTADOS COM MAESTRIA E FIDELIDADE A HISTÓRIA DA BANDA

O show deu enfoque em apresentar os maiores clássicos da banda, muito baseado nos álbuns: Retribution (1992), Stillborn (1993) e Eternal (1995).
O baterista Ron Parmer, parecia uma máquina, com incansáveis viradas complexas e blast beats precisos como uma metralhadora, como exibiu nas músicas “Infernal Desire”, “Carnivorous Misgivings” e na clássica “Multiple Stab Wounds”. E seguindo a bateria, Chris Cannella dominava uma miríade de riffs e solos de guitarra, sem deixar um milésimo de tempo escapar em cada palhetada afiada. Outra performance impressionante é a do baixista/vocalista Jesse Jolly, eu mesmo não tendo gravado nada da carreira da banda, canta de maneira fiel as gravações, ao mesmo tempo que toca passagens e riffs complexos no baixo, usando os dedos, técnica que poucos baixistas/vocalistas de death metal usam. O público não poupou o fôlego para depois, fazendo mosh pits ininterruptos, stage dive, headbang. O clima estava propício, e até mesmo quem não conhecia a banda muito a fundo, se rendeu ao baile dos americanos. Depois de “Alliance Or War” e “Slaughter House”, Jesse anuncia que o show estava chegando ao fim, mas o público queria mais daquela energia, lógico que não poderia ficar de fora “Maniac Demise” e a clássica “Blood Brothers”, que encerraram o show em alta energia, dando uma aula de como se toca death metal na Flórida. Após o show, a banda se mostrou receptiva ao público, especialmente Jesse que desceu do palco pra falar com os fãs e dar autógrafos.

KRISIUN É A PRESENÇA DEFINITIVA DA NOITE

Assim que o trio mais pesado do Brasil subiu ao palco, a galera já começava a berrar, muitos ali vieram quase que exclusivamente por conta do Krisiun. “Kings of Killing” não demorou pra levantar a roda, passando por “Ravager” e “Endless Madness Descends”. A cada música que se seguia, a banda era ovacionada, e Alex agradecia os fãs com gratidão sincera, afirmando que não estariam lá se não fosse o apoio de anos.

SETLIST REVISITOU CLÁSSICOS E REAPRESENTOU CANÇÕES MAIS RECENTES

O terceiro álbum Conquerors of Armageddon (2000) completou 25 anos, e acabou levando a vez da maioria das músicas no repertório do show. Messiah’s Abomination, foi tocada depois de um bom tempo dora dos setlists, “Scourge Of The Enthroned” e ”Necronomical”, mantiveram o peso e calor do show, graças a performance dos irmãos, que segue única e inimitável.
A resposta dos fãs era nitidamente a mais calorosa da noite, tanto pelas rodas incessantes, quanto pela interação constante de quem estava mais próximo do palco vendo de perto.
“Conquerors of Armageddon” emenda com um solo de bateria de Max, e mais outro de guitarra de Moyses. Ambos indiscutivelmente exibem de uma proficiência que beira os limites da técnica
“Blood of Lions” rapidamente invoca mais coros e punhos ao ar que seguiram de mais gritos clamando o nome da banda, (que faz referência a uma das maiores crateras da lua). “Black Force Domain”, clássica faixa-título de primeiro álbum, é a aula definitiva do brutal death metal brasileiro, e encerrando o show, deixando algumas faixas de fora.

Com toda a clareza, o Krisiun acabou sendo o principal chamariz do evento, e segue como a banda de metal extremo mais consistente do Brasil. Ao lado é claro do Vulcano, um dos pioneiros do gênero. Deve-se o respeito, é claro, as bandas Malevolent Creation e Contortion, que mesmo com dificuldades com a falta de integrantes, se esforçaram e entregaram shows bem executados.

Setlist Contortion
Idiot Box
Dreaming Alone
Within the Empire
Guttersnipe
For Want of a Nail
No Destination
Among the Stars

Setlist Vulcano
Legiões Satânicas
Incubus
Spirit of Evil
Witches’ Sabbath
Death Metal
Church at a Crossroads
Dominios of Death
Ready to Explode
Holocaust
Total Destruição
Guerreiros de Satã
Bloody Vengeance

Setlist Malevolent Creation
Blood Brothers (intro)
Eyes of the Apocalypse
Premature Burial
Coronation of Our Domain
Dominated Resurgency
Infernal Desire
Living in Fear
Homicidal Rant
Carnivorous Misgivings
Multiple Stab Wounds
Kill Zone
Alliance or War
Slaughter House
Manic Desire
Blood Brothers

Setlist Krisiun
Kings of Killing
Ravager
Endless Madness Descends
Scourge of the Enthroned
Necronomical
Messiah’s Abomination
Serpent Messiah
Conquerors of Armageddon
Blood of Lions
Black Force Domain

Nos sigam e deêm um like na gente \m/
error
fb-share-icon

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *