Epica emociona e Fleshgod Apocalypse surpreende em noite de celebração do metal sinfônico no Terra SP

Fotos por Gustavo Diakov (@xchicanox)

Uma noite de peso, emoção e entrega no coração de São Paulo

O domingo em São Paulo prometia uma noite grandiosa. Nessa noite, duas forças do metal sinfônico dividiram o palco e transformaram o Terra SP em epicentro de um espetáculo memorável: Fleshgod Apocalypse e Epica. O resultado foi mais do que uma sequência de apresentações: foi uma experiência imersiva, catártica e inesquecível para os fãs.

Fleshgod Apocalypse: a ópera do apocalipse

Pontualmente às 19h30 e de casa lotada, o palco do Terra SP mergulhou em uma atmosfera operística. Ao fundo, estampava-se a capa de Opera (2024), o mais recente trabalho dos italianos do Fleshgod Apocalypse, que parecia dialogar diretamente com a disposição teatral do local.

De forma impactante, a soprano Veronica Bordacchini surgiu com uma bandeira da Itália em mãos, dando início a “Ode to Art (de’ Sepolcri)”. Sua voz lírica, cristalina, abriu caminho para uma muralha sonora que faria jus ao nome da banda. A partir dali, estava declarada a tempestade.

A brutalidade se intensificou em I Can Never Die”, com Francesco Paoli alternando guturais devastadores com os vocais líricos de Veronica, um contraste que se tornou assinatura da banda. A bateria de Claudio Coassin funcionava como uma avalanche rítmica, sustentando o peso monumental da apresentação.

Um dos momentos de maior carisma aconteceu durante “Minotaur (The Wrath of Poseidon)”, quando Claudio largou sua bateria e se juntou aos colegas na linha de frente do palco, incitando o público a aplaudir e se envolver ainda mais. Essa proximidade com os fãs foi uma constante, seja com bandeiras do Brasil adornando microfones, seja com os músicos convocando a plateia a dançar em músicas como “Morphine Waltz”, quando Francesco pediu que todos imitassem o gesto de uma bailarina.

A sequência de “Pendulum”, “Sugar” e “No elevou a intensidade ao máximo. Entre camadas de orquestrações sinfônicas, guitarras esmagadoras e pianos que cortavam o ar como navalhas, a plateia se entregava em uníssono, formando um coro que se misturava às vozes da banda. Em “The Violation”, um dos maiores clássicos do grupo, a cena foi emocionante: celulares iluminando o local criaram uma atmosfera quase mágica em meio ao caos sonoro.

E, como se fosse pouco, o Fleshgod Apocalypse ainda reservou espaço para a irreverência. A releitura de “Blue (Da Ba Dee)”, hit dançante dos anos 90 da banda Eiffel 65, em versão death metal brutal, arrancou risadas e aplausos. Um final surpreendente e catártico para um show que equilibrava peso, teatralidade e proximidade com o público.

Epica: emoção e grandiosidade no Terra SP

Se a abertura foi marcada pelo caos operístico do Fleshgod Apocalypse, o Epica tinha a missão de encerrar a noite com grandez, e cumpriu com sobra.

Minutos antes das 21h, enquanto o público aquecia a voz ao som de “The Pretender”, do Foo Fighters, as luzes se apagaram. Quando Simone Simons e companhia surgiram, o Terra SP explodiu em gritos. A abertura veio com “Cross the Divide”, seguida por “Unleashed”, cantada em coro pela plateia. O show já começava em tom de celebração coletiva.

Logo em seguida, veio “Sensorium”, um clássico que emocionou fãs das antigas. A voz poderosa de Simone ecoava como um trovão, enquanto os guturais de Mark Jansen davam o equilíbrio perfeito entre delicadeza e brutalidade. O Terra SP parecia tremer a cada nota.

O show seguiu repleto de momentos especiais. Em “Apparition”, o tecladista Coen Janssen roubou a cena girando seu teclado em 360 graus, enquanto uma pequena bandeira do Brasil decorava o instrumento, detalhe que foi ovacionado pelo público. Pouco depois, a banda fez uma pausa para homenagear André Matos, ícone do metal brasileiro que completaria 54 anos naquele dia. “The Last Crusade” foi dedicada ao maestro em uma performance emocionante, carregada de respeito e gratidão.

A conexão entre banda e público era visível em cada detalhe. Em “Unchain Utopia”, centenas de balões vermelhos erguidos pela plateia criaram um contraste visual deslumbrante com as luzes do palco. Já em “Aspiral”, o clima mudou: apenas Simone e Coen permaneceram no palco, em um momento intimista e quase a capella que revelou toda a potência e sensibilidade da voz da cantora.

O ápice chegou no bis, quando o público, ansioso, finalmente ouviu os primeiros acordes de “Cry for the Moon”. A multidão transformou o Terra SP em um coral ensurdecedor, reforçado pelas frases projetadas no telão. O encerramento veio em tom grandioso, com “Beyond the Matrix” e a pesadíssima “Consign to Oblivion”, deixando a sensação de que o fim chegava cedo demais.

O que se viu no Terra SP foi mais do que um show: foi uma celebração da música pesada em sua forma mais elaborada e emocionante. Fleshgod Apocalypse trouxe a teatralidade operística e a brutalidade extrema, enquanto o Epica reforçou seu status de gigante do metal sinfônico, equilibrando técnica, emoção e espetáculo visual.

O resultado foi uma noite épica, em que música e emoção se fundiram em uma tempestade sinfônica inesquecível.

Fleshgod Apocalypse Setlist – 14/09/2025 – Terra SP : 

  1. Ode to Art (de’ Sepolcri)
  2. I Can Never Die
  3. Minotaur (The Wrath of Poseidon)
  4. The Fool
  5. Pendulum
  6. Sugar
  7. Morphine Waltz
  8. No
  9. Bloodclock
  10. Epilogue
  11. The Violation
  12. Blue (Da Ba Dee) (Eiffel 65 cover)

Epica Setlist – 14/09/2025 – Terra SP:

1. Cross the Divide
2.  Unleashed
3. Sensorium
4. Apparition
5. The Last Crusade
6. The Obsessive Devotion
7. Fight to Survive
8. Arcana
9. Unchain Utopia
10.  Aspiral
11. Design Your Universe

Bis:
12. Cry For The Moon
13. Beyond The Matrix
14. Consign To Oblivion

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