Steve Harris faz apresentação energética e acalorada com o British Lion e converte novos fãs
Texto e fotos por Gabriel Gonçalves (@dtfotografia.show)
Steve Harris, o aclamado líder do Iron Maiden, uma das maiores bandas de Hard Rock britânica, deu a algumas pessoas ali presentes uma experiência muito diferente da habitual. Estamos acostumados a ver o baixista em grandes palcos, e ter a experiência de vê-lo num clube com um público menor nos faz pensar em como era o começo da banda lá no St Nicks hall (Pub inglês onde o Maiden fez uma de suas primeiras apresentações em 1976).
A chuva forte pegou todos que estavam na casa de shows Fabrique Club em cheio, porém, o público que ali esperava foi recompensado com uma breve aparição de Steve Harris com direito a foto e sessão de autógrafos.
Ao entrarmos na casa de shows, dava para ouvir algumas pessoas conversando sobre: ‘’Quem é o British Lion’’ ou até mesmo ‘’Eu só vim pelo Steve Harris’’, impressões de pessoas que não se manteriam ao final daquele show. Com certeza, neste dia, a base de fãs da banda aumentou no Brasil.
Tony Moore’s
Conhecido por ter sido o tecladista do Iron no começo, Tony começa o show apenas com uma guitarra e um teclado, trazendo uma experiência não tão ortodoxa, mas que também não foi de todo ruim.
Com uma apresentação de quase uma hora, Moore apresentou seu disco Awake na íntegra, que foi até bem aclamado pelo público presente.
No começo dessa resenha, fiz uma breve reflexão sobre o começo do Maiden em 1976, e este show de abertura foi uma grande viagem aos anos 80. Me fez pensar muito sobre o quão saturado estamos em ouvir algo novo, mas que acaba sendo apenas “mais do mesmo”. O álbum apresentado pelo guitarrista não é ruim, nem sua apresentação em cima do palco do mesmo. Não entenda mal o que disse acima, porém, o show mostrou-se uma grande junção dos anos 80.
Com inspiração em David Bowie, o músico traz um vocal bem parecido em “Just One Night”, trazendo um momento mais agitado na abertura. Com momentos significativos para o músico, Tony fala sobre sua mãe durante a pandemia, trazendo até as imagens dela em “Dear Life’’.
Tony Moore’s Setlist:
- Awake
- The Clock Has Started
- Love We Need You Here
- Just One Night
- Dear Life
- Not Normal
- Remember Me
- Crazy In The Shed
- Asleep
British Lion
Não muito diferente do padrão, o British Lion nada mais é do que um Hard Rock comum, sem muitos enfeites e nada além do mais puro Rock ‘n Roll.
Formado em 2012, o conjunto tem sido o ‘side B’ de Steve Harris, contando com Richard Taylor (voz), Grahame Leslie (guitarra), David Hawkins (guitarra) e Simon Dawson (bateria). O conjunto conta com apenas dois álbuns de estúdio e a apresentação contou com um setlist de 17 músicas de ambos os álbuns.
Impossível falar de Steve Harris e não citar o som de seu baixo. Com uma sonoridade característica, este é um dos instrumentos que mais se destacam durante a apresentação da banda. Com suas levadas “a lá Maiden”, o baixista não se importou com o pouco espaço disponível, andando de um lado para o outro e fazendo suas poses características. Sua presença no palco é um show à parte.
O baixo pulsante do ‘Boss’ Harris repetiu-se ao longo de praticamente todas as músicas da noite, especialmente durante “Judas” ou “Father Lucifer”.
Agora podemos colocar um grande parênteses aqui e voltar um pouco no começo dessa resenha. Tínhamos pessoas que sequer conheciam o British Lion, mas, ao decorrer da terceira música, pude ver as mesmas dançando e já cantando os refrãos das canções.
O que mais se destacou nas músicas apresentadas naquela noite foi que estavam ligeiramente mais rápidas do que as versões de estúdio. Seria a ansiedade dos músicos em subir ao palco ou a ‘energia brasileira’ que os contagiou?
Apesar de tudo, todos os músicos ali presentes tiveram seus ‘momentos de brilhar’, com Harris indo mais próximo da bateria e a frente ficando com os guitarristas e vocal. As guitarras não ficaram de fora da brincadeira, sempre abusando bastante dos ‘overdubs’. As linhas duplicadas deram um certo charme àquela noite.
“Wasteland”, com uma pegada mais rápida e agressiva, foi tocada mais perto do fim do show, trazendo uma energia extra ao público ali presente.
Com a canção “Eyes of the Young”, que foi um trabalho quase esquecido dos anos 90 e trazida pelo vocalista Richard e pelo guitarrista Leslie nos primórdios do British Lion, o show foi encerrado no final de suas 1 hora e 40 minutos. A energia do público estava no seu ápice, trazendo para nós, que estávamos ali presentes, e para o baixista, aquele calor e talvez até um frio na barriga de um show menor.
Para finalizar a noite, as mesmas pessoas que chegaram falando sobre o quão desconhecido era o projeto para eles se dirigiram ao merchandising para a compra de camisetas da banda.
British Lion Setlist:
- This Is My God
- Judas
- Father Lucifer
- Bible Black
- 2000 Years
- The Burning
- Legend
- These Are the Hands
- A World Without Heaven
- Spit Fire
- Land of the Perfect People
- The Chosen Ones
- Us Against the World
- Wasteland
- Lightning
- Last Chance
- Eyes of the Young