Michale Graves canta grandes hits de sua fase no Misfits em São Paulo

Em clima de pós-halloween, Graves e banda proporcionaram uma grande festa aos fãs de horror punk!

Fotos por Ísis Trindade (@isistrindadephotos)

A Caveira Velha Produções traz à América Latina um dos maiores nomes do horror punk para uma turnê extensa, que promete presentear os fãs com um repertório composto por dois álbuns na íntegra.

Michale Graves, que integrou o Misfits entre 1995 e 2000, esteve na capital paulista no último sábado (01) para tocar músicas do aclamado American Psycho (1997) e seu sucessor Famous Monsters (1999), além de algumas surpresas no setlist. Quem esteve no Hangar 110 presenciou o vocalista com muita energia, carisma e simpatia por quase duas horas de show.

A banda que acompanha Graves nessa turnê, intitulada de “Something Wicked Tour 2025” é composta por Edu Figueiredo (guitarra) William Vazquez (baixo) e Edgar Avian (bateria).

American Psycho, brincadeiras, interações e muito carinho com os fãs

Ao apagar das luzes, o clima sombrio se instalou na casa, com cada músico subindo ao palco, deixando notas “vazias” ecoarem pelos amplificadores e seguindo com a intro de “Dr. Phibes”. Desta vez não trajado com a clássica camisa de força, como de costume, mas sim com roupas e botas de couro, um chapéu wide brim hat preto e sua famosa corpse paint de crânio humano, Michale Graves é ovacionado pelo público.

É indiscutível que a sequência de “American Psycho”, “Speak of the Devil” e “Walk Among Us” é matadora. Rápida e frenética, deu início às atividades e fez o lotado Hangar 110 ficar pequeno, com todos cantando em alto e bom som e também fez uma roda se abrir no centro da pista, que permaneceu por grande parte das músicas seguintes, dando pouco tempo de pausa para recuperar o fôlego. Em “From Hell They Came”, um fã que estava fantasiado de Crimson Ghost chamou a atenção do vocalista, que o ajudou a subir no palco e o abraçou antes do mesmo se jogar na galera.

Graves é muito carismático e atencioso, o que rendeu muitos outros momentos. Após a execução da clássica “Dig Up Her Bones”, que emocionou muitos e fez com que todos cantassem seu refrão com todas as suas forças, o vocalista fez uma pausa para dar abraços e apertos de mão nos mais próximos do palco e respondendo algumas falas. Houve até brincadeiras, como em um momento onde alguns brevemente mostraram fotos de camisetas de time em seus celulares, fazendo uma clara provocação à “lenda” que diz que Michale preferiu ir a um evento da NFL em vez de realizar alguns shows, nos anos 90. O mesmo se esquivou, brincando que não enxerga muito bem sem seus óculos, mas que sim, ama futebol.

Muitos também tiveram capas de álbuns autografadas por ele, que esteve muito atencioso para assinar todas que entregassem em suas mãos. Até um rápido “happy birthday” foi cantado para um fã próximo do palco, demonstrando o carinho do músico, que em diversas vezes discursou sobre o quanto ama seus fãs.

Famous Monsters e stage divings perigosos

Apesar de não seguir a linearidade dos álbuns de estúdio, a banda mesclou as músicas de forma coesa. Alternando entre os dois, da metade do show em diante o foco foi no Famous Monsters, e entre as canções os destaques foram a dançante “Dust to Dust”, a famigerada “Scream!” e a balada “Saturday Night”, executada, coincidentemente, em uma noite de sábado e emocionando muitos fãs com a harmônia de seu refrão, assim como foi também em “Descending Angel”.

E falando em emoção, alguns foram além e se deixaram levar pelo calor do momento, não tomando cuidado ao executar os stage diving, atrapalhando os músicos e resultando em alguns acidentes. O próprio Michael Graves alertou diversas vezes sobre isso, falando diretamente com alguns para que não repetissem e tomassem cuidado com os equipamentos de palco e as pessoas na pista. Em contraste aos “adultos teimosos”, algumas crianças subiram ao palco e pularam de forma tranquila.

Apesar desses problemas, que são comuns em shows realizados em casas pequenas, o show seguiu normalmente e na mesma energia, com a banda muito empolgada e o vocalista com muito carisma. A banda de apoio, que é composta por músicos brasileiros, também teve seu destaque com o público. O baterista Edgar Avian por exemplo, que é conhecido na cena underground nacional, também interagiu com a plateia e por diversas vezes recebeu gritos de muitos.

Já nos momentos finais do show, a clássica “Helena” encerrou as execuções dos dois álbuns, energizando todos os presentes, que ainda tinham muita energia pra queimar, apesar do frenesi de todo o evento e o calor eminente que tomava todo o espaço lotado da casa.

Músicas próprias, fase Danzig, covers e encerramento memorável

Além dos (quase) dois álbuns tocados na íntegra, algumas músicas clássicas da fase de Glenn Danzig foram acrescentadas ao setlist, o que muito agradou os fãs presentes. “Last Caress” veio de surpresa logo no início do show, trazendo o clima do punk tradicional. “Skulls” e “Halloween”, rápidas e com refrões incessantes, fecharam a sequência. Um fã chegou a gritar que os ex-companheiros de Graves eram uns “cuzões”, mas o vocalista retrucou dizendo que são irmãos para ele… exceto o baterista Dr. Chud… esse ele disse que realmente é, em tom de brincadeira mas com fundo de seriedade.

Músicas de sua carreira solo também tiveram espaço no setlist, sendo “Punk Rock is dead”, do seu debut de mesmo nome lançado em 2005, a demo “Best of Me” e “When Worlds Collide”, do homônimo de 2016 as escolhidas. “Weeds”, cover dos americanos do Life of Agony, foi escolhida por Graves como uma de suas músicas favoritas da vida.

O encerramento foi uma homenagem ao saudoso Ozzy Osbourne e ao Black Sabbath, algo que tem acontecido em diversos shows desde a morte do Madman. “War Pigs” foi executada na íntegra e de forma competente, trazendo novamente o ar obscuro à casa e sendo muito bem recebida por todos, que cantaram a canção inteira em alto e bom som.

Michale Graves e banda entregaram uma noite repleta de clássicos do Misfits, de ambas as fases mais adoradas e aclamadas da banda, além de músicas de sua carreira solo, covers e uma homenagem, proporcionando quase duas horas de show. O vocalista foi muito atencioso e carinhoso com todos, atendendo o maior números de fãs antes e após o show, proporcionando momentos que, com certeza, permanecerão intactos na memória de quem esteve presente.

Michael Graves – 01/11/2025 – Hangar 110:

  1. Abominable Dr. Phibes (Misfits song)
  2. American Psycho (Misfits song)
  3. Speak of the Devil (Misfits song)
  4. Walk Among Us (Misfits song)
  5. From Hell They Came (Misfits song)
  6. Dig Up Her Bones (Misfits song)
  7. Last Caress (Misfits song)
  8. Lost in Space (Misfits song)
  9. Shining (Misfits song)
  10. Crimson Ghost (Misfits song)
  11. Dust to Dust (Misfits song)
  12. Punk Rock Is Dead
  13. Where Eagles Dare (Misfits song)
  14. Forbidden Zone (Misfits song)
  15. Scream! (Misfits song)
  16. Saturday Night (Misfits song)
  17. Descending Angel (Misfits song)
  18. Hunting Humans (Misfits song)
  19. Resurrection (Misfits song)
  20. Pumpkin Head (Misfits song)
  21. Skulls (Misfits song)
  22. Fiend Club (Misfits song)
  23. When We Were Angels
  24. Weeds (Life of Agony cover)
  25. Don’t Open ‘Til Doomsday (Misfits song)
  26. Halloween (Misfits song)
  27. Horror Business (Misfits song)
  28. Best of Me
  29. When Worlds Collide
  30. Hybrid Moments (Misfits song)
  31. Helena (Misfits song)
  32. War Pigs (Black Sabbath cover)
Nos sigam e deêm um like na gente \m/
error
fb-share-icon

About Bruno Santos

O amor pela música nasceu na minha infância e ir em shows é uma de minhas maiores paixões. Também sou um grande fã de games e da cultura geek.

View all posts by Bruno Santos →

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *