MONSTERS OF ROCK 2025 – STRATOVARIUS, OPETH, QUEENSRYCHE – AS BANDAS INICIAIS FAZEM BONITO

Fotos: Gustavo Diakov em cobertura para igormiranda.com.br

De gêneros um pouco “fora” do gosto geral do festival, a dupla que iniciou as atividades no começo do dia no Monsters Of Rock 2025 superou o público ainda chegando aos poucos, e entregam shows dignos dos gigantes que são em seus respectivos gêneros. Nem o sol do meio dia impediu a energia dos finlandeses e a vibe soturna dos suecos, muito menos a coleção de hits de e clássicos dos americanos de Seattle.

DEMORA NA FILA FAZ MUITAS PESSOAS VEREM POUCO DO ÓTIMO SHOW DO STRATOVARIUS:

Lendas! Não tem outra palavra para descrever uma das pioneiras do Power Metal mundial. Com quarenta anos de estrada, uma formação sólida, e muitos hits, os finlandeses do Stratovarius tinham a difícil missão de abrir um festival cujas atrações principais vinham de vertentes diferentes do rock; logo, talvez não demonstrassem o interesse pelo som da banda. Calejados, os veteranos tiraram de letra quaisquer vestígios de insegurança. Sabiam o que fazer.

Pontuais, entraram no palco para um público ainda diminuto, pois a fila estava, como relatado por muitos fãs, demorando demais para andar do lado de fora do Allianz Parque, mas que entrava correndo para não perder o show. Com hits atrás de hits, até as pessoas que queriam guardar energias viraram adolescentes com tantos clássicos. Abriram a apresentação com um clássico do disco Visions, a adorada “Forever Free”. Dali em diante, com exceção de duas do álbum mais recente, Survive, incluindo sua faixa-título, fizeram a aposta certa ao colocar um set sem surpresas, apenas apresentando o que a galera mais conhece, até aqueles não muito chegados na banda. Claro, como não poderia deixar de ser, o encerramento com “Hunting High And Low” fez o público cantar junto, e a presença de palco e interação com o público do vocalista Timo Kotipelto, conhecido por seu carisma, completaram a ótima apresentação. Show curto, mas com setlist certeiro, sem espaço para experimentações, e uma aposta nos clássicos da longa carreira, tornou esse um dos melhores shows de “abertura” que você verá em qualquer festival.

SETLIST:

Forever Free

Eagleheart

World On Fire

Speed Of Light

Paradise

Survive

Eternity

Black Diamond

Unbreakable

Hunting High And Low

PÚBLICO IA CHEGANDO AOS POUCOS, E MAIS GENTE JÁ PRESTIGIOU O SHOW DOS SUECOS DO OPETH:

Talvez a banda cuja presença no festival tenha sido a mais polêmica, os suecos do metal progressivo também entraram pontuais no palco. O Opeth, como todos já imaginavam, seria um momento mais introspectivo, e nem todos estavam dispostos a curtir como se deveria o show. Por sorte, a banda, em anos recentes, voltou a tocar músicas de sua fase antiga, com guturais e músicas mais pesadas, o que ajudou a não esfriar o quente sábado – em todos os sentidos.

Há de se dizer a verdade: o público ali não estava acostumado com o som da banda! Muitos, inclusive, acharam estranho as músicas extremamente longas da banda.

Tecnicamente impecáveis, entraram no palco com a música “§1”, abertura do último álbum, The Last Will and Testament, de 2024. Ao longo da música, e da que se seguiu, “Master’s Apprentice”, muitas pessoas ficaram sentadas no chão. Não é que não estivessem curtindo, longe disso, mas o calor, o resguardo de energia, e um som um pouco baixo, ao lado de músicas mais introspectivas não era algo para energizar todos. O ânimo melhorou quando tocaram seu maior clássico, “In My Time Of Need”. Conseguiram, mesmo que discretamente, agitar um pequeno moshpit durante algumas canções. Destaque, também, para a ótima comunicação do guitarrista, vocalista e líder Mikael Akerfeldt, que exala simpatia e carisma – não para menos, é a figura central da banda, e um dos músicos mais queridos entre os fãs de metal progressivo, que, aliás, gosta de falar, e ele mesmo disse que ali não poderia falar tanto com o público quanto gostaria. Um setlist de sete músicas não foi suficiente para mostrar toda a musicalidade da banda, mas suficiente para impressionar todos presentes que é uma banda que não chegou à toa no status que tem. Infelizmente, um show competente que foi parcialmente ignorado pelo público por se “deslocar” da proposta do festival, mas que merece ser visto.

SETLIST:

§1

Master’s Apprentice

§3

In My Time Of Need

Ghost Of Perdition

Sorceress

Deliverance

PÚBLICO FINALMENTE AGITA E SE DELEITA EM UMA DAS MELHORES APRESENTAÇÕES DO FESTIVAL, COM O PRIMEIRO SHOW DA ATUAL FORMAÇÃO DO QUEENSRYCHE NO BRASIL:

Os americanos de Seattle – muito antes do grunge surgir – do Queensryche têm uma história com o Brasil. Tocaram no segundo Rock In Rio, e foi aqui, em 2012, que a banda extra-oficialmente se desfez em sua formação clássica anterior. Desde então, com novo vocalista, e quatro álbuns lançados, não tinham voltado ao país. Seria a primeira com a atual formação no Brasil, a primeira com o vocalista Todd LaTorre. Expectativas, claro, eram altas para o show dessas lendas do rock dos anos oitenta!

Deixo já claro de antemão: muitas pessoas podem ter ficado decepcionadas pela falta de, especialmente, “Silent Lucidity” no setlist, o que é compreensível, dada a popularidade da balada. Mas também é preciso dizer: isso não prejudicou em nada!

De qualquer forma, é incrível pensar que a banda é aquela que todo mundo fala bem, todos admiram, mas dificilmente entra em uma roda de conversa sobre hard rock e heavy metal, e pouca gente se diz “ansiosa” por um show deles. Bom, devemos dizer que isso é algo do passado! Com essa apresentação, qualquer um iria querer ver outro, e outro, e outro (…) A aposta em sons pesados, e nos clássicos do lendário álbum Operation: Mindcrime fez do Queensryche a primeira banda do dia a realmente tirar todos do chão, a realmente animar o público. Em músicas como “Empire”, “I Don’t Believe In Love” e “Walk In The Shadows”, o que mais se via era gente animada! Todd provou ser uma reposição a altura do ex-vocalista Geoff Tate, e acertava cada nota, alta e baixa, de cada música, até as mais agudas, como “Take Hold Of The Flame” – algo que nem Geoff consegue hoje em dia, diga-se de passagem. Finalizar o show com “Eyes Of A Stranger” foi uma sábia decisão, visto que é a mais condizente com fins de apresentações, e a banda saiu do palco ovacionada. Uma banda com mais de quarenta anos de estrada, muitos clássicos, passeando por sua longa carreira em um show mais curto que o suficiente para acompanhar tal história, deixou sua marca como uma das grandes apresentações de todas as edições recentes do festival. Com missão cumprida, e fechando o “primeiro bloco”, vamos dizer assim, do festival, fica a torcida para que não demorem mais treze anos para voltar ao país! 

SETLIST:

Queen Of The Reich

Operation: Mindcrime

Walk In The Shadows

I Don’t Believe In Love

Warning

The Needle Lies

The Mission

Nightrider

Take Hold Of The Flame

Empire

Screaming In Digital

Eyes of a Stranger

AINDA TINHA MAIS POR VIR, MAS O DIA JÁ ESTAVA VALENDO CADA CENTAVO, CADA SEGUNDO:

Muitos festivais começam mornos, com apresentações muitas vezes menores, de atrações não tão celebradas. Para se ter uma noção do impacto que essa edição do Monsters Of Rock teve, falamos apenas das três primeiras bandas, e já podemos dizer que, se tivesse acabado ali o festival, ainda assim teria valido ir. Três bandas lendárias dentro de seus estilos e gêneros ajudaram a conquistar públicos que muitas vezes nem são chegados nestes, e que nem conheciam as bandas. À exceção do Opeth, que por si só tem uma proposta diferente, não é uma banda focada em agitar ou animar o público – mas que, mesmo assim, fez bonito dentro de sua proposta -, o Stratovarius e o Queensryche sabem conquistar a plateia, sabem angariar novos fãs, agradar os antigos. Todas cumpriram seu papel para fazer dessa primeira parte do festival um “festival à parte”. Dos poucos pontos negativos, talvez possamos destacar o som um pouco baixo do Opeth, e algumas partes de som desregulado no Queensryche – algo que logo foi resolvido.

Logo, mais coberturas dos próximos shows!

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