Silent Planet emociona fãs em São Paulo com estreia intensa e histórica

O sábado (12) foi marcado por uma celebração inesquecível para os fãs de metalcore. A banda californiana Silent Planet desembarcou pela primeira vez no Brasil e entregou uma apresentação visceral no Citylights, em Pinheiros, São Paulo.

Texto por Guilmer Silva (@guilmer_metal) e Fotos por Gabriel Ramos (@gabrieluizramos) gentilmente cedidas pela Roadie Crew

Com um público sedento por esse momento, o grupo liderado por Garrett Russell fez jus à fama de que o Brasil tem um dos melhores públicos do mundo — e ainda foi além, criando uma noite histórica para todos os presentes.

Vindo de uma passagem pelo Chile e com grandes expectativas alimentadas pelos relatos dos amigos do Dayseeker, o Silent Planet pisou em solo brasileiro determinado a sentir na pele a intensidade do público local. E bastaram os primeiros segundos do show para comprovar isso. Assim que o sample de “Offworlder” começou a ecoar, a casa foi tomada por palmas ritmadas, gritos e um coral sincronizado que arrepiava até quem estava fora da roda de mosh.

A noite começou com a curadoria certeira da New Direction Produções e do selo Banda de Casinha, que reuniram nomes de peso da cena nacional para aquecer o público. A Distant Shores, vinda de Santos, abriu com riffs pesados e vocais intensos. A seguir, a Emmercia trouxe uma camada eletrônica refinada com samples e sintetizadores bem aplicados, enquanto os vocais bem definidos casavam com a proposta moderna, foi um show emocionante com todos participando em peso nas músicas. Na sequência, a Nations apresentou uma performance marcante, reforçada pela parceria de Garrett Russell em uma das faixas e pela evidente conexão emocional entre ele e os integrantes.

Quando chegou a vez do Silent Planet subir ao palco, a energia já estava no limite. O público entoava com força: “Olê, olê, olê, olê, Silent, Silent!” — um coro que ressoava como um hino de boas-vindas. A banda retribuiu à altura, com um setlist centrado no álbum mais recente, Superbloom, mas sem deixar de lado faixas clássicas que moldaram sua trajetória.

“Collider”, por exemplo, levantou a plateia com seu refrão poderoso — e surpreendeu ainda mais com a entrada de um saxofone adicionando uma camada inusitada e sofisticada ao caos controlado da música. Já em “Euphoria”, o guitarrista Mitchell Stark mostrou toda sua versatilidade, alternando entre guitarras, programação de samples e vocais de apoio.

No início de “Dreamwalker”, o breakdown fez a plateia entrar em transe, com cabeças balançando de forma quase involuntária. E quando chegou a vez de “Panic Room”, faixa do aclamado Everything Was Sound, o impacto emocional foi arrebatador. A canção, que aborda o transtorno de estresse pós-traumático, ganhou vida nova ao vivo — com Garrett interpretando cada verso como um trovador moderno, olhos fechados e coração escancarado.

Em um dos momentos mais tocantes da noite, Garrett usou o intervalo entre músicas para celebrar a paixão dos fãs brasileiros e fez um chamado importante: incentivou a presença feminina na cena, convidando mulheres a ocuparem os palcos, seja como musicistas, vocalistas ou produtoras.

Em um verdadeiro momento de “absolute cinema”, a banda executou o tema do filme Interstellar, do compositor Hans Zimmer — uma escolha que dialoga perfeitamente com a proposta artística do grupo. Durante a performance, o vocalista Garrett convidou o público a fechar os olhos, sentir a música e esvaziar a mente. No telão atrás da banda, eram projetadas imagens ligadas à astronomia, e essa fusão entre som e imagem criou uma atmosfera única, dando uma nova dimensão à apresentação e conectando a plateia por meio da energia intensa que preenchia o ambiente.

O set continuou com a pedrada “Mindframe”, que critica fortemente essa “febre digital” que nos rodeia diaramente, seguida da “Panopticon”, que quase fez o City Lights vir abaixo, e seguiu com a a densa e atmosférica “Superbloom”.

Na faixa, Garrett também empunhou a guitarra, mostrando outra faceta artística sem deixar a intensidade de lado. Quando a banda se despediu, a plateia puxou novamente o coro, exigindo um encore — e foi prontamente atendida.

O retorno foi explosivo: “Native Blood” causou uma verdadeira invasão de fãs no palco, com direito a stage dives constantes e sorrisos compartilhados entre banda e público. O encerramento com “Triology” foi apoteótico, com Garrett entregando o microfone aos fãs para os versos finais e, em seguida, mergulhando no público em um último dive simbólico — uma entrega total.

A estreia do Silent Planet no Brasil foi muito mais do que um show. Foi um rito coletivo de intensidade, afeto e conexão. Entre gritos, riffs, lágrimas e abraços, ficou claro que a banda entendeu o que tantas outras já disseram: o Brasil não é apenas um destino, é uma experiência emocional transformadora para qualquer artista que se propõe a sentir de verdade.

No fim, restaram apenas rostos suados e sorrisos sinceros, com a certeza de que aquela noite entrou para a história da cena — e para os corações de todos que estiveram lá.

Distant Shores – setlist:

Intro*
So Cold
Ego
Without You
Borderline
Ozymandias

Emmercia – setlist:

Speed X Drama
Cegueira Branca
Prapará
Pescador de Tormentas
Um Novo Jeito de Se Machucar
Um Em Poucos Todos Nós

Nations – setlist:

Intro*

Arca
Identity
Reconnecting
Madness
Warship

Silent Planet – setlist:

Lights off the Lost Coast*
Offworlder
Collider
Euphoria
Dreamwalker
Antimatter
Panic Room
:Signal:
Anunnaki
Cornfield Chase (Interestelar/Hans Zimmer)
The Overgrowth
Mindframe
Panopticon
SUPERBLOOM
Bis
Native Blood
Trilogy

Nos sigam e deêm um like na gente \m/
error
fb-share-icon

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *