Ao explorar o mundo do metal progressivo e post-hardcore, poucos nomes ressoam tão profundamente quanto o Silent Planet. Desde sua formação, a banda californiana tem se destacado por sua abordagem poética, letras reflexivas e paisagens sonoras envolventes
Crédito: Aaron Marsh
Sensação do metalcore moderno, a banda norte-americana Silent Planet vem pela primeira vez à América do Sul em abril de 2025, com dois shows no Brasil: dia 12/04 em São Paulo/SP (City Lights) e dia 13/04 em Curitiba/PR (Belvedere). O quarteto da Califórnia, em intensa atividade desde 2009, vem com a turnê que divulga o quinto disco, o super elogiado SUPERBLOOM. A realização é da New Direction Productions, junto à Àldeia Produções Artísticas e Monkey.
História da Banda
O Silent Planet foi fundada em 2009, na Califórnia, com a visão de criar música que desafiasse tanto o ouvido quanto a mente. O nome da banda é inspirado no romance “Out of the Silent Planet”, de C.S. Lewis, refletindo seu interesse em explorar temas filosóficos e existenciais. A formação original passou por algumas mudanças, mas o vocalista Garrett Russell permanece como a alma criativa e poética do grupo. A banda ganhou destaque com sua combinação única de metalcore, elementos progressivos e letras literárias.
Desde o início, o Silent Planet tem sido reconhecida por seu compromisso com questões sociais e humanitárias. Eles frequentemente utilizam sua música como uma plataforma para abordar temas como saúde mental, guerra, injustiça social e espiritualidade. Essa abordagem, aliada à sua habilidade musical, conquistou uma base de fãs dedicada e o respeito da crítica.
Musicalmente, o Silent Planet é descrito como metalcore e, mais especificamente, progressive metalcore. Eles são conhecidos por seu som intricado e pela incorporação de texturas de post-rock. A banda também se destaca por suas letras provocativas, que abordam temas como guerra, psicologia, religião e política. Russell cita músicas como “No Place to Breathe” (em apoio ao movimento Black Lives Matter) e “Alive, as a Housefire” (confrontando a divisão ideológica nos Estados Unidos) como declarações explícitas das crenças políticas da banda.
Os membros listaram como influências sonoras grupos como Oh, Sleeper, Architects, Underoath e This Will Destroy You.
O Silent Planet às vezes é rotulado como uma banda de metal cristão, devido ao uso de referências bíblicas e à fé de alguns integrantes. No entanto, eles também incorporam temas e referências não religiosas. Em uma entrevista de 2019 ao Metal Injection, Garrett Russell declarou:
“Vou dizer claramente, nunca nos consideramos uma banda de metal cristão, e até mesmo a percepção de que somos tem, definitivamente, dificultado nossas vidas. Somos deixados de fora de turnês porque não querem ser associados a esse rótulo. Não tenho vergonha de ser chamado de cristão, porque sou cristão e sou aberto sobre isso. No entanto, nossa banda não sente que nossas músicas são apenas para cristãos, tanto em termos de temas quanto de letras. Não acho que você precise ser cristão para entender nossas músicas. Se há algo, até recebemos reações negativas de cristãos às vezes, porque fazemos mais perguntas do que damos respostas. Uma característica típica da música cristã é fingir ter respostas. Eu não finjo ter respostas. Tenho ideias que gosto de compartilhar sobre minhas experiências de vida, sobre por que sou cristão e o que Jesus significa para mim, porque amo fazer isso, mas só estou interessado em fazer isso se você estiver interessado. Não estou interessado em forçá-lo a se interessar por isso. Nem todos os integrantes da banda são cristãos. Somos muito abertos sobre isso. É uma boa pergunta e surge bastante. Já vi constantemente pessoas que não querem ouvir nossa música por causa do rótulo cristão. Acho uma pena que as pessoas sejam tão fechadas em relação à música. Honestamente, eu amo música demais. Uma banda poderia ser satanista, e eu ainda gostaria de ouvir a música. É lamentável que algumas pessoas joguem esse jogo.”
Discografia:
“The Night God Slept” (2014)
O álbum de estreia do Silent Planet foi um marco imediato. Com letras que abordam temas como trauma de guerra, questões de gênero e opressão, Garrett Russell, vocalista e letrista principal, mostra uma habilidade impressionante para contar histórias. Cada faixa traz uma narrativa inspirada em eventos reais ou personagens históricos, como em “Tiny Hands (Au Revoir)”, que retrata a história de Sophie Scholl, uma ativista antinazista.
O título do álbum remete à ideia de abandono divino em tempos de sofrimento, um tema explorado com profundidade nas faixas.
É raro encontrar um disco de estreia tão coeso e impactante. As letras são poesia pura, e a mistura de peso e melodia define a essência da banda.
“Everything Was Sound” (2016)
Neste álbum, o Silent Planet se aprofunda em questões de saúde mental e desconexão humana. Cada faixa aborda um transtorno ou desafio mental diferente, conectando a narrativa com empatia e uma dose de esperança. Músicas como “Panic Room” exploram o transtorno de estresse pós-traumático, enquanto “Orphan” reflete sobre a perda de identidade cultural.
O encarte do álbum inclui trechos das referências literárias e filosóficas que inspiraram as letras, criando uma experiência quase interativa para os ouvintes.
Este é meu álbum favorito da banda. A forma como eles abordam temas tão delicados com sensibilidade e agressividade é simplesmente sensacional.
“When the End Began” (2018)
Aqui, a banda abraça uma abordagem mais sombria e pessoal. Este álbum explora a perda, o luto e a batalha para encontrar significado em meio ao caos. Faixas como “Northern Fires (Guernica)” continuam a tradição do grupo de contar narrativas históricas, enquanto “Firstborn (Ya’aburnee)” é uma carta de amor e desespero.
O álbum foi gravado em um período de incerteza, refletindo um sentimento de urgência nas composições.
Embora não seja tão imediato quanto os anteriores, “When the End Began” recompensa quem o escuta repetidamente, revelando camadas profundas de significado.
“Iridescent” (2021)
O álbum “Iridescent” marca uma nova fase para o Silent Planet ao combinar temas introspectivos com uma produção moderna e polida. Faixas como “Trilogy” exploram o conceito de cicatrizes emocionais, enquanto “Terminal / (liminal)” mergulha em experiências de isolamento e reflexão.
Garrett Russell revelou que grande parte das letras foi escrita durante um período em que ele enfrentava desafios pessoais profundos, incluindo uma internação psiquiátrica.
“Iridescent” é uma evolução natural, mostrando que a banda não tem medo de experimentar. Embora menos pesado que os anteriores, é emocionalmente devastador.
“Superbloom” (2023)
O mais recente trabalho da banda, “Superbloom”, expande ainda mais os horizontes musicais e temáticos do Silent Planet. Este álbum celebra a resiliência e a capacidade de florescer em meio à adversidade, com uma sonoridade que combina peso e melodia de forma ainda mais refinada. Músicas como “Bloom” e “Radiant” destacam-se por suas composições dinâmicas e letras esperançosas, enquanto “Ashes to Ember” retorna às narrativas mais sombrias e introspectivas que marcaram os trabalhos anteriores.
O título “Superbloom” foi inspirado por um fenômeno natural onde flores desabrocham em abundância após períodos de seca, uma metáfora perfeita para os temas abordados no álbum.
“Superbloom” é um lembrete poderoso de que mesmo nos tempos mais difíceis, a beleza e o crescimento são possíveis. Este álbum é um dos pontos altos da discografia da banda.
SERVIÇO:
Local: City Lights (R. Padre Garcia Velho, 61 – Pinheiros, São Paulo – SP)
Silent Planet em São Paulo + bandas a confirmar
Data: 12 de abril de 2025
Hora: 17h (abertura da casa)
Ingresso: Fastix
Valores:
R$ 120,00 (lote promocional, meia-entrada/solidária)
R$ 140,00 (1º lote, meia-entrada/solidária)
R$ 150,00 (2º lote, meia-entrada/solidária)
R$ 160,00 (3º lote, meia-entrada/solidária)
Silent Planet em Curitiba + bandas a confirmar
Data: 13 de abril de 2025
Hora: 16h (abertura da casa)
Local: Belvedere Bar (Rua Inácio Lustosa 496 São Francisco, Curitiba – PR)
Ingresso: Fastix
Valores:
R$ 100,00 (lote promocional, meia-entrada/solidária)
R$ 120,00 (1º lote, meia-entrada/solidária)
R$ 130,00 (2º lote, meia-entrada/solidária)
R$ 140,00 (3º lote, meia-entrada/solidária)
Mais informações
www.instagram.com/silentplanetband
https://www.instagram.com/ndp.live
www.instagram.com/aldeiaproducoesartisticas_
https://www.instagram.com/tedesco.com.midia