Trinta e cinco anos de carreira é um marco que incontáveis bandas sonham em alcançar. Em 2025, é a vez do Opeth atingir este número histórico. Um dos atuais pilares da música progressiva, os suecos farão sua estreia em um festival brasileiro no palco do Monsters of Rock.
Em sua sexta passagem pelo país, o grupo vem colecionando fãs de diferentes gerações, atingindo novos ouvintes a cada novo disco. Sua extensa carreira apresenta múltiplas facetas de um mesmo líder, Mikael Åkerfeldt, comandando a banda numa mutação constante dentro de seus 14 álbuns. A banda serve como referência dentro do death metal e do progressivo, gêneros que serviram como base para as belíssimas obras criadas pelo grupo.
O Início Obscuro Dentro do Death Metal
Em 1995, o quarteto formado Mikael Åkerfeldt (guitarra e vocal), Peter Lindgren (guitarra), Johan De Farfalla (baixo)e Arders Nordin (bateria), buscava espaço na cena mundial do death metal com o poderoso Orchid. O disco de estreia da banda, já deixava claro que vinham para ficar.
A formação também foi responsável pelo segundo disco, Morningrise, lançado logo no ano seguinte. Este segundo disco apresenta apenas cinco faixas, todas com mais de dez minutos de duração. Entre elas, a icônica “Black Rose Immortal”, com seus ousados vinte minutos recheados de mudanças de andamentos e passagens marcantes.
A música sombria que a banda carregava possuía o delicioso tempero da música progressiva, um dos mais saborosos de se colocar na música pesada. Em uma união quase única para a época, o grupo ganhava cada vez mais destaque na cena.
Mikael e Peter, porém, se tornaram um trio ao entrar em estúdio para o terceiro disco, My Arms, Your Hearse, lançado em maio de 1998, se completando com a entrada de Martin Lopez. Neste terceiro disco ficou ainda mais claro as fortes variações dentro das composições da banda, com passagens pesadas e leves munidas, respectivamente, de vocais guturais e limpos.
Toda essa mistura permitia ao Opeth alcançar públicos diferentes em cada canto que passava. Além de toda a complexidade dos sons, a melancolia era viva em melodias e letras criadas pela banda.
Ao vivo, Martín Méndez já assumia o contra baixo do grupo, dando início à uma das principais formações do Opeth.
O Estupendo Resultado de uma Formação
Oficialmente como um quarteto, Mikael, Peter e a dupla de “Martins” deram vida a diversos clássicos. A formação foi responsável por, talvez, alcançar a grande fama que a banda carrega até hoje, tamanha a importância dos discos lançados nesta época de sucesso.
Still Life foi o primeiro. Lançado em 1999, o disco traz poderosas canções, peso, melancolia e beleza, tudo em um único álbum. Destaque para “Face of Melinda”, faixa extremamente querida pelos fãs.
Já em 2001, um dos pontos mais altos da carreira do grupo foi lançado. Mergulhado em peso e escuridão, Blackwater Park foi o álbum mais aclamado desta formação. Entregando sucessos absolutos como “The Leper Affinity” e “Harvest”, além da faixa título, o disco foi abraçado pela sua base de fãs no mundo inteiro.
Os suecos não perdiam tempo em compor novos materiais. Um ano depois de Blackwater Park, seu sucessor já ganhava vida. Deliverance manteve a qualidade, continuando com faixas longas, pesadas e cheias de cadências diferentes. A faixa título do disco, inclusive, se tornou um clássico obrigatório em todas as apresentações ao vivo.
Repetindo o feito de lançar um disco por ano, 2003 foi marcado pelo excelente Damnation. Apesar da qualidade, Damnation se afastou completamente do death metal que a banda produzia, trazendo um som, apesar de sombrio, longe dos guturais. Isto não agradou aos fãs mais apegados ao lado pesado do grupo. Porém, era só uma amostra de uma futura fase que o Opeth teria.
Unidos de Per Wiberg nos teclados, essa formação ainda entregou o Lamentations, DVD ao vivo lançado em 2003. Incluindo Per na formação, lançaram o disco Ghost Reveries. O álbum, voltando a incluir death metal e guturais em suas composições, foi o último lampejo desta era.
Martin Lopez deixou o grupo em maio de 2006, após problemas de saúde psicológica. Um ano depois, Peter anunciou que também deixaria a banda, alegando não sentir mais entusiasmo e inspiração necessárias para continuar. Antes de sua saída, o excelente ao vivo The Roundhouse Tapes foi lançado, DVD ao vivo que passeou por diferentes fases da banda.
Martin “Axe” Axenrot e Frederick Åkeson, respectivamente, foram os responsáveis por assumir os cargos deixados em aberto, iniciando um novo capítulo no grupo suéco.
Respeite o Passado, Abrace o Futuro
A nova formação do Opeth estava pronta para novos desafios. Cheios de vontade, Watershed trouxe grandes canções para os fãs. Lançado em 2008, as pesadas “Heir Apparent”, “The Lotus Eater”, por exemplo, contrastam com a melancolia de “Burden”, faixa que serve como símbolo que liga Opeth ao termo “sorrow”, repetido tantas vezes nas letras da banda.
Porém, Watershed marcou o fim do casamento do Opeth com o death metal. Abraçando completamente o prog metal e, por vezes, até o prog rock, os discos da banda seguiram uma sequência que agradou e desagradou em proporções muito próximas.
Depois do lançamento do ao vivo In Live Concert At The Royal Albert Hall, o grupo entrou em estúdio para gravar Heritage, considerado por muitos o disco mais fraco dos suecos. O lançamento do disco também marcou a demissão de Per como tecladista da banda, sendo substituído por Joakim Svalberg.
A má receptividade de Heritage não impediu que o Opeth continuasse investindo em um som mais limpo. Em sequência, lançaram Pale Communion, Sorceress e In Cauda Venenum. Todos eles tiveram uma receptividade melhor, mesmo continuando sem flertar com o peso do “antigo Opeth”.
Ao vivo, continuaram respeitando e revivendo seu passado. Em nenhum momento deixaram de apresentar músicas mais pesadas ou até mesmo com guturais. Porém, isso ficava mantido apenas para os shows. Isso fica registrado no excelente ao vivo Garden of the Titans: Live at Red Rocks Amphitheatre, com um setlist que passeia por diferentes fases do grupo.
Desta forma, por mais que alimentassem seus fãs com bons discos, ficava sempre a pergunta: Será que ainda veremos o Opeth soar como o “antigo Opeth”?
Em 2024, essa pergunta foi respondida.
Um Testamento que Homenageia o Passado
Os fãs se assustaram em 2022 com o anúncio não premeditado de Axenrot da bateria, chegando a ser comentado que sua saída se deu por problemas relacionados à não vacinação.
Porém, a saída de “Axe” trouxe uma feliz adição a banda. Quem assumiu as baquetas foi o ex-Paradise Lost e Bloodbath (entre outros projetos), Waltteri Väyrynen. Muito elogiado pela banda em seu anúncio de entrada, os elogios se comprovaram na bem sucedida turnê de aniversário que a banda realizou.
A felicidade deste novo momento do banda se tornou ainda mais concreta quando os fãs escutaram “§1”, primeiro single de The Last Will and Testament, com o tão esperado retorno do Opeth ao death metal.
O disco, considerado por muitos como um dos melhores álbuns de metal do ano passado, entrega aos fãs mais saudosistas o peso obscuro do “antigo Opeth”, mas ainda muito influenciado pelo metal progressivo de forma geral, agradando à maior parte dos fãs, fazendo uma clara homenagem ao passado e excitando a curiosidade para o futuro.
O Esperado Retorno ao Brasil: O que esperar?
Depois de um extremamente bem sucedido show durante a turnê de aniversário em 2022, show que precisou ser realocado para um lugar maior devido à tamanha procura, o Opeth regressa ao Brasil para dois shows.
A apresentação no Monsters of Rock marca a estreia do grupo em um festival brasileiro, assim como o encontro de Mikael e companhia com ídolos. O vocalista já deixou claro em entrevistas como é fã de Scorpions.
Em uma apresentação durante um festival europeu no ano passado, Mikael chegou a parar o show por um momento e convidou o público a escutar a banda Scorpions que tocava ao mesmo tempo que eles em um outro palco.
Além da apresentação no festival, a banda também fará um show completo no dia 21 de abril como ato de abertura para o Savatage no Espaço Unimed, em São Paulo. Quem comparecer nos shows, poderá assistir uma belíssima performance, sempre emocionante e cheia de peso e piadas – Mikael sempre entrega um show à parte, sendo sempre muito engraçado ao vivo.
O Opeth é um dos grandes nomes do metal mundial e sua vinda para o Brasil não pode ser ignorada. Aos que gostam de um metal feito com qualidade, a banda serve um prato cheio. Em meio às suas mudanças, o Opeth já crava seu nome na história, mesmo sabendo que ainda tem muito mais a oferecer.

SERVIÇO Monsters of Rock 30 anos
Cidade: São Paulo
Data: 19 de abril de 2025 (sábado)
Local: Allianz Parque – Avenida Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca – SP
Portas: 10h
Início dos Shows: 11h45
Atrações Confirmadas: SCORPIONS, JUDAS PRIEST, EUROPE, SAVATAGE, QUEENSRYCHE, OPETH e STRATOVARIUS
VENDAS:
Preços Inteira Meia
Pista Premium R$ 1.180,00 R$ 590,00
Pista R$ 680,00 R$ 340,00
Cadeira Inferior R$ 780,00 R$ 390,00
Cadeira Superior R$ 480,00 R$ 240,00
Backstage Mirante R$ 2.800,00 R$ 2.210,00
Fanzone Pista Premium R$ 2.400,00 R$ 1.810,00
Fanzone Cadeira Inferior R$ 2.000,00 R$ 1.610,00
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